Ações despencam após balanços, Selic fica parada e o que importa no mercado

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A sangria dos balanços

Depois dos balanços das big techs Alphabet (dona do Google) e Microsoft, anunciados na terça (25), terem afundado as ações das duas companhias, nesta quarta (26) foi a vez de acontecer o mesmo com a Meta (dona do Facebook) e o Santander Brasil.

Destaque para a companhia de Mark Zuckerberg, cujas ações despencaram 19% no pós-mercado.

Em números: no pregão desta quarta nos EUA, Google despencou 9,6%, e Microsoft, 7,7%. A primeira decepcionou na receita com anúncios, enquanto a segunda, nos negócios de computação em nuvem.

Logo da Meta com gráfico de ações ao fundo; papéis da companhia despencaram 19% no pós-mercado - Dado Ruvic/Reuters


No Brasil, o Santander divulgou seus resultados do 3º tri antes do pregão e eles vieram ainda piores que os analistas esperavam, o que fez suas ações caírem 5,26% no dia.

  • O banco reportou lucro líquido de R$ 3,122 bilhões no período, queda de 28% na comparação anual e de 23,5% ante o trimestre anterior.
  • A instituição disse que esperava o resultado porque pisou no freio quando percebeu uma deterioração no quadro macroeconômico do país e reduziu a concessão de crédito. Os analistas, porém, esperavam queda menor em lucro, margem e rentabilidade.

Nos EUA, a Meta registrou queda na receita pelo segundo trimestre consecutivo e teve um tombo no lucro. A companhia ainda reduziu suas estimativas de receita para o resto do ano, o que contribuiu com o mau humor do mercado.

  • A big tech vive um inferno astral: desaceleração global, crescimento da concorrência –leia-se TikTok– e mudanças da Apple que limitaram o rastreamento do comportamento de seus usuários.
  • Alguns desses problemas também atingem outras redes sociais, mas a Meta investiu muito –inclusive o nome– em um caminho que está longe de dar resultado: o metaverso, ambiente que tem a proposta de misturar a realidade virtual e o mundo real.

Selic fica onde está

O Copom do Banco Central confirmou nesta quarta a expectativa de todo mundo no mercado e manteve a Selic em 13,75% ao ano, assim como havia feito na reunião anterior.

Os analistas, agora, estão de olho em pistas do BC para saber quando ela começará a cair –hoje as apostas no mercado estão para o meio do próximo ano.

O que explica: mesmo com as projeções de inflação para 2022 e 2023 acima das metas perseguidas pelo BC, cada decisão de taxa de juros demora até chegar à economia.

  • A partir de agora, o ano de 2024 vai ganhando mais peso sobre a decisão do colegiado.
  • A previsão do Copom para a inflação daquele ano é de 2,9%, um pouco abaixo da meta de 3%, então o desafio é acertar a dose de juros para trazer o IPCA para o alvo.

E nos investimentos? Com a Selic mantida onde está, os rendimentos nominais dos ativos ligados a ela não mudam. Mas, como as projeções de inflação vêm caindo, o rendimento real (descontado a inflação) cresceu.

  • É o caso da poupança, que, quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, rende cerca de 70% da taxa básica. Hoje, seu rendimento real é de 0,54% ao ano.
  • Outros ativos da renda fixa, porém, oferecem retorno real bem acima da poupança com a Selic no atual patamar. Veja abaixo alguns deles.

Apple vai cumprir o carregador padrão na Europa

Um executivo da Apple disse nesta quarta que a empresa irá cumprir com a regra de que dispositivos móveis vendidos na União Europeia deverão adotar um modelo único de cabo de carregador, o UBS-C, até o fim de 2024.

Os iPhones da Apple usam a tecnologia Lightning desde 2012. "Obviamente, teremos que cumpri-la [a lei]. Não temos escolha", disse o vice-presidente de marketing da Apple, Greg Joswiak, em evento do Wall Street Journal.

Ele, porém, não deu mais detalhes se a mudança valeria apenas para os modelos vendidos nos países da UE ou se seria adotada em outros locais. Também não disse quando ela começaria a valer.


Entenda: a lei aprovada pelo Parlamento Europeu teve como argumentos uma economia de 200 milhões de euros (R$ 1,07 bilhão) por ano ao evitar a compra de novos carregadores e a redução de mais de mil toneladas de lixo eletrônico nos países do bloco.

A Apple foi contra a medida por considerar que ela é um freio à inovação. Joswiak rebateu o argumento da redução de lixo e disse que mais de um bilhão de pessoas já têm carregadores Lightning, que ficariam obsoletos com a adoção do USB-C.

E aqui? No mesmo caminho da UE, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) abriu de junho a setembro uma consulta pública para a proposta de padronização de carregadores de USB-C para celulares.

Mais sobre a Apple:

  • A rígida estratégia do país já havia levado a companhia americana a deslocar parte da produção para a Índia.

Musk, a pia e o Twitter

Tudo indica que o bilionário Elon Musk deve fechar a compra do Twitter na sexta (28), data limite estabelecida por decisão judicial.

Nesta quarta, ele visitou a sede do Twitter em São Francisco (EUA) e tuitou um vídeo dele mesmo carregando uma pia de porcelana para dentro do prédio.

  • "Entrando no QG do Twitter –entendam isso!", ele escreveu [num trocadilho com a palavra "sink", que em inglês pode significar tanto "pia" quanto "entendam" ou "aceitem", na expressão "sink in"].
  • O dono da Tesla e da SpaceX também mudou a descrição de seu perfil no Twitter para "Chief Twit".

Outro sinal de que a transação acontecerá é a transferência dos bancos para a conta de Musk dos US$ 13 bilhões que eles se comprometeram a financiar na compra da rede social, reportou o Wall Street Journal.

Relembre: após um rumoroso vaivém, Musk disse no começo deste mês que aceitaria comprar o Twitter por sua oferta original feita em abril, de US$ 44 bilhões (R$ 234 bilhões).

  • Antes disso, o empresário chegou a desistir do negócio alegando que a rede social havia mentido estatísticas de usuários, mas a iminência de um processo judicial o fez voltar atrás e fechar a compra. Falamos das idas e vindas aqui.
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