Descrição de chapéu Eleições 2022

Praça dos Três Poderes é isolada para evitar invasão de caminhoneiros

Bolsonaristas fazem bloqueios em estradas por todo o Brasil; participantes tentam intimidar imprensa

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Brasília

Após caminhoneiros bolsonaristas fecharem estradas pelo Brasil contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Polícia Militar do Distrito Federal bloqueou parte da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, por precaução contra possíveis invasões.

"A Esplanada foi isolada preventivamente para evitar que caminhões invadam a região. A ideia é proteger os órgãos públicos e manter a ordem", afirmou a PM, em nota.

A região bloqueada compreende a Praça dos Três Poderes, onde fica o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF (Supremo Tribunal Federal).

barricada em frente à praça dos três poders, com o congresso oa fundo e dois policiais na frente
PM fecha acesso à praça dos Três Poderes para evitar protesto de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro - Pedro Ladeira/Folhapress

Próximo à área bloqueada pela polícia, cerca de 20 manifestantes bolsonaristas protestavam contra a eleição de Lula.

A Folha esteve no local por volta das 17h desta segunda, horário programado para um ato pró-Bolsonaro, organizado por meio de grupos de WhatsApp.

Alguns participantes tentaram intimidar membros da imprensa, afirmando que eles perderiam seus empregos e perguntando quanto os jornalistas recebiam de salário.

Também hostilizaram apoiadores de Lula que passavam de carro, com xingamentos e provocações.

Os manifestantes carregavam faixas alegando fraude nas eleições, sem provas, e contra o comunismo.

"A medida [bloqueio] se deu após identificação de possível ato marcado para o local feito por redes sociais. A SSP/DF [Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal] destaca que toda a Esplanada segue monitorada pela segurança pública, com suporte de câmeras e pelo serviço de inteligência, com apoio das forças de segurança", afirmou o órgão, em nota.

PM fecha acesso à praça dos Três Poderes por causa de protesto de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro - Pedro Ladeira/Folhapress

Protestos em pelo menos cem pontos no país

Em diversas regiões do Brasil, caminhoneiros fecharam vias em protesto contra a vitória do ex-presidente Lula e a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano.

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) confirmou que registrou até o momento bloqueios ou aglomerações em vias de 18 estados e do Distrito Federal, com cerca de cem bloqueios em todo o país.

A corporação não informou o número de ocorrências em cada um dos estados. Houve ou estão em andamento protestos no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, em Minas Gerais, São Paulo, no Rio de Janeiro, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, no Pará, no Acre, no Amazonas e no Distrito Federal.

Vídeos que circulam na internet mostram pneus pegando fogo na via. Em um deles, é possível ouvir o hino nacional ao fundo.

Por outro lado, um dos líderes da greve de 2018, o caminhoneiro Wallace Landim, conhecido como Chorão, pediu aos colegas que suspendam os bloqueios.

"Nesse momento, parar o país vai prejudicar muito a democracia desse país. Precisamos ter reconhecimento da democracia, da vitória do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva]", afirma ele, em vídeo divulgado por redes sociais.

A PRF acionou a AGU (Advocacia-Geral da União) para tentar uma medida judicial que impeça a ocupação de estradas federais, como está ocorrendo desde a madrugada desta segunda-feira (31).

Criticada pela atuação em meio aos bloqueios de estradas, a polícia se defende afirmando que desde o início dos bloqueios "adotou todas as providências para o retorno da normalidade dos fluxos", direcionando equipes para os locais e iniciando negociações.

Mas disse que tenta usar o diálogo para garantir, "além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos". Com o recurso à Justiça, a PRF quer uma medida que impeça os manifestantes de interromperem o fluxo de veículos.

A Esplanada também foi fechada às vésperas dos atos de 7 de Setembro, quando caminhões invadiram a área em apoio a Bolsonaro.

O presidente, inclusive, mandou o Exército liberar a entrada dos veículos nas vias do local, mas a polícia do Distrito Federal negou e barrou a manifestação da categoria.

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