Descrição de chapéu inflação

Como evitar golpes nas compras da Black Friday

Procon traz lista de sites a serem evitados; antes de clicar em links, verifique a procedência e se a URL está correta

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São Paulo

A oferta de produtos e serviços que prometem descontos inacreditáveis é maciça nesta sexta-feira (25) de Black Friday e, por vezes, se estende até o final de novembro. Contudo, o consumidor deve ficar atento para não cair em golpes e, em vez de economizar, perder dinheiro.

Para Fabio Assolini, diretor da equipe global de pesquisa e análise da Kaspersky —empresa de cibersegurança e privacidade digital— o consumidor deve ficar atento às mensagens que chegam por meio das redes sociais, SMS e email.

Movimentação de consumidores e vendedores na loja Casas Bahia, no centro da capital paulista, durante a Black Friday - Danilo Verpa/Folhapress

Mensagens com falsas ofertas são chamadas de phishing, pois utilizam temas populares como "isca" para induzir usuários a informar dados pessoais, que serão usados em fraudes financeiras, compras online fraudulentas, entre outros delitos. Segundo levantamento da Kaspersky, o Brasil é o quinto país mais atacado por phishing no mundo.

"Há dois principais tipos de golpe: o site falso que tem o nome parecido com o de grandes varejistas. O fraudador edita o endereço e coloca o preço bem abaixo do normal. E outro muito utilizado são as lojas criadas com qualquer nome."

Geralmente os meios de pagamento são via Pix ou cartão de crédito. "No primeiro caso, o valor enviado é pulverizado rapidamente para contas de laranjas, o que inviabiliza o estorno e, no segundo, clonam o cartão da vítima."

Segundo Assolini, o consumidor deve pesquisar se o domínio e o CNPJ daquele site são verdadeiros antes de efetuar o pagamento, além de consultar sites suspeitos que estão listas do Procon e do Reclame Aqui. "Pode dar um pouco de trabalho, mas a busca realizada pelo próprio cliente é importante porque muitas vezes o golpe é novo e não houve tempo para que fosse registrada reclamação em órgãos de defesa do consumidor."

Lista de sites que devem ser evitados

O Procon-SP divulgou lista de 41 sites que devem ser evitados: eles foram alvos de reclamações de consumidores, foram notificados pelo órgão, mas não responderam ou não foram encontrados. Confira a lista aqui.

O diretor de atendimento do Procon-SP, Rodrigo Tritapepe, afirma que para diminuir as chances de um golpe o consumidor deve ser paciente e vigilante antes de fechar o negócio. "Há uma ansiedade de não perder a oferta e sair clicando em vários links. Ter calma poderá fazer a diferença."

Ele pondera a importância de desconfiar de ofertas extraordinárias de até 70% do valor, além de verificar se o desconto não foi embutido no frete. "Há sites de monitoramento nos quais é possível comparar os preços das maiores lojas nos últimos seis meses."

Outro ponto de alerta é a compra pelas redes sociais. Fique atento se a plataforma existe mesmo. "O produto pode até ser entregue, mas não funcionar, por exemplo. A pessoa pensa 'nem vou reclamar, pois foi barato', porém o grande risco não é o prejuízo com a compra, mas no futuro caso os seus dados tenham sido retidos."

Boleto falso

Os especialistas afirmam que, apesar da maioria dos golpistas preferir receber via Pix ou cartão de crédito, o boleto bancário ainda está em uso. Para não pagar um boleto falso, o consumidor deve conferir o endereço de email da empresa que mandou a cobrança e, antes de efetuar o pagamento, confirmar se o destinatário é o mesmo do boleto. "Há empresas que mandam links por WhatsApp ou códigos de validação por SMS para a obtenção desse boleto. Muita atenção antes de clicar", diz Tritapepe.

No caso de ser vítima de alguma fraude, registre um boletim de ocorrência pela internet e reclamação no Procon, além de comunicar sua instituição bancária sobre o ocorrido.

Arrependimento

Vale lembrar que se o consumidor fez uma compra online e se arrependeu por algum motivo tem o direito de devolver a mercadoria sem qualquer custo, no prazo de sete dias, de acordo com o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor.

Dicas para fugir das armadilhas

  • Verifique o endereço (URL) antes de clicar no link—às vezes ele pode ser diferente daquele que está visível. A URL está correta?
  • Há erros de ortografia ou bugs de design? Em caso afirmativo, acesse a página da oferta da loja digitando diretamente o endereço correto
  • Faça compras nas lojas oficiais. Caso haja dúvida sobre a reputação do estabelecimento, faça uma busca nos serviços de reclamação e verifique os comentários antes de tomar qualquer decisão
  • Instale um antivírus que notificará se você estiver tentando visitar uma página suspeita
  • Use senhas únicas para cada site ou serviço. Caso você use apenas uma senha, se ela for roubada, todos os serviços estarão comprometidos
  • Compare preços e desconfie de ofertas muito abaixo do mercado
  • Evite compras por impulso, analise os detalhes. Os criminosos querem que a compra seja finalizada rapidamente
  • Antes de fazer o pagamento por pix ou por boleto confira se o nome do destinatário tem a ver com o nome da loja em que está fazendo a compra; desconfie de estabelecimentos que dão apenas a opção em nome de pessoas físicas
  • Prefira fazer compras em aplicativos de grandes empresas

  • Crie cartões virtuais para compras online diferentes: no aplicativo do seu banco, você provavelmente consegue criar cartões para serem utilizados uma única vez. Dessa forma, em caso de problemas, é fácil cancelar com seu smartphone e evitar a clonagem de seu cartão físico

  • Confira o prazo de entrega para evitar frustrações

Fontes: Kaspersky e Procon-SP

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