Descrição de chapéu aeroportos

Congonhas terá mais investimento que 6 aeroportos do Nordeste

Espanhola Aena se prepara para assumir terminal e projeta gastos superiores a R$ 2,1 bilhões

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Madri

A empresa espanhola Aena vai investir pelo menos R$ 2,1 bilhões em Congonhas a partir do primeiro semestre de 2023, quando assumirá a gestão do aeroporto, e espera que o terminal se torne o quarto ou quinto maior, em número de passageiros, de seu portfólio.

O valor dos investimentos, porém, deve ser ainda maior, afirmou o diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena no Brasil, Marcelo Bento Ribeiro.

Descrição acessibilidade: Local com marcações para formarção de filas no aeroporto; poucas pessoas estão no local
Saguão do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo - Camila Marques/Folhapress

R$ 2,1 bilhões é o valor previsto para atingir as metas necessárias de modernização do local, segundo a consultoria contratada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), mas os investimentos costumam ficar acima desse piso, segundo a Aena.

É o que já ocorre nos seis aeroportos que já são administrados pela empresa no Nordeste, diz Ribeiro.

Sozinho, Congonhas vai consumir mais investimentos do que os seis aeroportos nordestinos juntos, cujas concessões foram conquistadas em 2019. No caso do aeroporto paulistano, a homologação do acordo foi assinada em outubro e a gestão da Aena começa no final do próximo semestre.

Em Recife (PE), Maceió (AL), Aracajú (SE), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB) e Juazeiro do Norte (CE), a companhia tem orçamento programado de R$ 2 bilhões até o fim de 2023, sendo R$ 1,4 bilhão em obras e o restante em sistemas, equipamentos e manutenções a curto prazo. Já a concessão desses terminais custou mais R$ 1,9 bilhão em leilão.

Em agosto de 2022, a Aena arrematou mais 11 aeroportos no país, entre eles Congonhas, a um custo total de R$ 2,45 bilhões no leilão. São eles Campo Grande (MS), Corumbá (MS), Ponta Porã (MS), Santarém (PA), Marabá (PA), Parauapebas (PA), Altamira (PA), Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Montes Claros (MG). O valor de reformas nesses terminais não foi revelado.

"Esse é um momento mágico para a Aena no Brasil, com nossos investimentos e transformação dos aeroportos do Nordeste, e a estruturação para assumir as novas concessões em 2023. Traremos o padrão Aena para nossas atuais operações, e nos tornaremos o maior operador aeroportuário do país. Também o Brasil assume um papel muito relevante no grupo Aena, que passa a ter seu maior investimento internacional nesse país", afirmou à Folha Santiago Yus, presidente da Aena Brasil.

Desempenho da Aena ficou entre os melhores e entre os piores do país

A operação brasileira é primeira vez em que a operadora investiu sem sócios num grande empreendimento internacional e também foi a primeira vez que colocou sua própria marca numa operação fora da Espanha.

Até agora, a experiência tem produzido modelos nas duas pontas da avaliação. Segundo ranking de avaliação dos passageiros, elaborado pelo Ministério da Infraestrutura, a Aena aparece com o aeroporto de Maceió como o terceiro melhor do país. Já o de Recife foi o segundo mais mal avaliado.

Recife também recebeu penalização pela Anac por má qualidade de serviços prestados. A companhia justificou o problema dizendo que a pesquisa foi realizada quando as obras ainda não estavam concluídas.

Criada em 1991, é a maior operadora do mundo em número de passageiros. Sua vitrine é o aeroporto de Madri-Barajas, na Espanha, um dos mais importantes da Europa. Com uma receita de € 1,7 bilhão (R$ 8,6 bilhões) apenas no primeiro semestre de 2022, a Aena fechou os primeiros seis meses deste ano com um resultado 147% superior ao mesmo período de 2021.

Em números de 2019, antes da pandemia, a companhia movimentou mais de 350 milhões de passageiros, sendo 275 milhões só na Espanha. Em seu país natal, a companhia gere 46 aeroportos, além de um no Reino Unido, 12 no México, dois na Colômbia, dois na Jamaica e, agora, 17 no Brasil. No total, são 80 terminais no mundo.

Em 2014, o governo da Espanha aprovou a privatização de 49% do capital social da Aena Aeroportos, com a comercialização iniciada em 2015.

raio-x - aena

Fundação: 1991

Origem: Espanha

Estrutura societária: 51% das ações são da Enaire, entidade pública controlada pelo Ministério do Desenvolvimento da Espanha. O restante das ações é negociado na Bolsa de Madri

Países em que opera: Espanha (46 aeroportos e 2 heliportos), Reino Unido (aeroporto de Londres-Luton), México (12 aeroportos), Colômbia (2 aeroportos), Jamaica (2 aeroportos), Brasil (6 aeroportos + Congonhas a partir de 2023)

Receita (1º semestre de 2022): € 1,7 bilhão (R$ 8,6 bilhões)

Número de passageiros anuais (2019): 350 milhões (275 milhões na Espanha, 13,8 milhões no Brasil)

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