A fabricação na China dos "chapéus da liberdade", mascote dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, causou desconforto na França, cujo governo reconheceu na quinta-feira (17) um "problema estrutural" para sua produção.
"Adoraríamos ter na França matérias-primas e fábricas têxteis suficientes para produzir 2 milhões de bichos de pelúcia em poucos meses", disse o porta-voz do governo, Olivier Véran, à rede France 2.
O porta-voz do presidente liberal Emmanuel Macron reconheceu que isso atualmente não é possível. "Em vez disso, o que podemos fazer é pressionar as empresas francesas que fabricam na China a se mudarem para a França", acrescentou.
"É um problema estrutural ligado ao fato de a França ter perdido suas fábricas durante anos", acrescentou Véran.
A organização dos Jogos Olímpicos revelou na segunda-feira (14) os seus mascotes: barretes frígios vermelhos –uma espécie de chapéu– que, segundo organizadores, são uma forma de celebrar o espírito da revolução francesa. Os itens estarão à venda a partir desta semana na loja oficial localizada no centro de Paris.
Sua apresentação já deu o que falar, além de onde serão fabricados. As redes sociais rapidamente se encheram de mensagens irônicas comparando o formato desses mascotes com o de um clitóris.
Quase todos esses artigos de pelúcia, que têm uma versão paralímpica, serão fabricados na China.
A fabricação foi confiada às empresas francesas Gipsy, que produz no gigante asiático, e Doudou et Compagnie, que planeja produzir 15% de sua cota em sua fábrica em Guerche-de-Bretagne (oeste da França).
Nessa fábrica vai ocorrer o enchimento, montagem e costura do mascote, mas a matéria-prima e a preparação das peças serão feitas na China.
O movimento Ethic Business denunciou "um insulto a todas às empresas francesas" e uma "bofetada internacional e econômica".
O ministro da Transição Ecológica, Christophe Béchu, disse que espera que o problema seja "corrigido" nos próximos meses, antes da realização do evento olímpico.
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