Startup de Berlim vai envolver casas em 'segunda pele' em resposta à alta nos custos de aquecimento

Edificações são responsáveis por 35% do consumo total de energia na Alemanha, que sofre crise energética

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Riham Alkousaa
Bochum (Alemanha) | Reuters

Uma startup sediada em Berlim planeja reformar edifícios de apartamentos na cidade alemã de Bochum, lhes dando uma "segunda pele" de madeira construída sob medida. O objetivo é torná-los mais eficientes em termos energéticos.

O projeto da Ecoworks reflete a crescente demanda por reformas que beneficiem o clima e propiciem economia de energia, em resposta à crise energética alemã, que causou alta nos custos de aquecimento.

. O setor da economia alemã fracassou no cumprimento de suas metas quanto às emissões de dióxido de carbono no ano passado.

Guindaste levanta fachada de madeira da Ecoworks que será anexado a uma casa em Bochum, na Alemanha - Thilo Schmuelgen - 8.nov.2022/Reuters

Agora isso está mudando devido à alta nos preços da energia e a uma nova lei que divide os proventos de um imposto sobre as emissões de dióxido de carbono entre inquilinos e proprietários, a depender da eficiência energética dos edifícios.

"Nesse imóvel, a economia em termos de custos de energia é de entre 70% a 80%", diz Emanuel Heisenberg, presidente-executivo da Ecoworks, à Reuters, referindo-se aos edifícios de apartamentos em Bochum.

Edificações são responsáveis por 35% do consumo total de energia na Alemanha, a maior economia da Europa, e quase um terço dos 19,25 milhões de edifícios residenciais no país tem as duas classificações mais baixas em termos de eficiência energética, constatou em fevereiro um estudo da associação imobiliária e habitacional GdW.

O salto nas taxas de juros, o aumento dos preços da energia e das matérias-primas e as mudanças constantes nos subsídios estão limitando os investimentos, disse Andreas Schichel, porta-voz da GdW, à Reuters.

A escassez de trabalhadores de construção civil e os processos longos de reforma são barreiras adicionais que levam proprietários a relutar em realizar projetos desse tipo.

A empresa de Heisenberg está tentando superar esses obstáculos ao projetar fachadas pré-fabricadas que oferecem neutralidade climática, com uma tecnologia que requer cerca de um terço do tempo e metade da força de trabalho tradicionais.

"Normalmente, projetos como esses levam de seis a nove meses. Em nosso caso, levam 15 semanas", diz Heisenberg.

Ao utilizar celulose para isolamento e madeira para as fachadas externas, a empresa diz que suas reformas são neutras em termos de emissão de dióxido de carbono.

"Não é possível demolir todas as casas e reconstrui-las com cimento e aço. Isso estouraria em muito o nosso orçamento de carbono. Assim, é preciso construir com materiais renováveis, como a madeira", disse Heisenberg.

Tradução de Paulo Migliacci

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