Família dona do Manchester United considera venda do clube, e ações disparam 25%

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Um dos maiores clubes do mundo está à venda

As ações do clube de futebol inglês Manchester United dispararam 25% nesta quarta (23), na Bolsa de Nova York (Nyse), onde seus papéis são negociados.

O movimento veio no dia seguinte ao anúncio da família americana Glazer, proprietária da equipe, de que estava aberta a vender o clube.

O time, que vive uma das maiores crises de sua história, disse em nota que o conselho consideraria "todas as alternativas estratégicas para aumentar o seu crescimento". O documento cita um novo investimento, uma venda ou "outra transação".

Negócios em série: a eventual venda do Manchester United seria a mais nova de uma sequência de transações envolvendo clubes da liga inglesa Premier League, o campeonato nacional mais valorizado do mundo.

  • Em outubro do ano passado, o Newcastle foi vendido por US$ 415 milhões (R$ 2,2 bi) para o fundo soberano da Arábia Saudita e se tornou mais um clube ligado a famílias reais de nações árabes –ao lado de Manchester City (Emirados Árabes) e PSG (Qatar).

Aquisição contestada: a família Glazer comprou o Manchester United em 2005, por cerca de 800 milhões de libras (cerca de R$ 5,1 bi na cotação atual) e sempre conviveu com críticas de torcedores. Eles diziam que os donos se aproveitavam da potência comercial do clube, mas não investiam proporcionalmente na equipe.

  • Na terça, o valor de mercado dos Red Devils era de cerca de US$ 2,45 bilhões (R$ 13,2 bi), e a disparada das ações nesta quarta ocorre em linha com o valor arrecadado na venda do Chelsea –quase 50% maior–, um clube que tem faturamento inferior ao United.
Torcedores atrás de faixa em inglês que diz "United à venda"
Torcedores do Manchester United protestam contra a família Glazer antes do clássico contra o Liverpool, em agosto - Carl Recine - 22.ago.2022/Action Images via Reuters

No mesmo dia em que os donos do clube inglês anunciaram a intenção de vendê-lo, outra notícia abalou o mercado da bola: após uma série de brigas públicas com o treinador da equipe, o português Cristiano Ronaldo estava encerrando sua segunda passagem pelo Manchester.

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Copa chegou, mas regulamentação das apostas não

Por atraso do governo Jair Bolsonaro (PL), a Copa do Mundo chegou e o Brasil ainda não tem uma regulamentação básica sobre as apostas esportivas.

Entenda: uma lei aprovada em 2018 pelo Congresso previa que o governo deveria regulamentar em um prazo de até quatro anos as apostas esportivas de alíquotas fixas, ou seja, aquelas em que o apostador sabe quanto pode ganhar no momento em que tenta a sorte.

  • O prazo final se encerra em 13 de dezembro, e uma minuta enviada em março pelo Ministério da Economia à Casa Civil continua travada por pressão política de aliados de Bolsonaro.

O que diz a minuta? A Folha teve acesso ao documento que estabelece normas gerais para a operação das empresas de apostas esportivas no Brasil:

  • As operadoras deverão possuir uma filial no Brasil e pedir uma autorização ao Ministério da Economia, com prazo de cinco anos. Para a abertura do processo, elas têm que pagar R$ 22,2 milhões.
  • As empresas terão que pagar CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) e recolher Imposto de Renda incidente sobre a premiação.
  • Elas serão obrigadas a promover ações de conscientização do jogo responsável.

Como é hoje: as companhias, com sede no exterior, podem operar no Brasil sem ter de pagar impostos ou prestar contas ao governo.

  • Isso cria, segundo especialistas, não só maior margem para esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, mas também impede que o país tenha arrecadação com a atividade.

O que trava a regulação? A pressão da bancada evangélica, que convenceu o governo a não editar o texto antes da eleição para evitar o risco de perder votos de apoiadores.

  • Há um acordo para que a relatoria da proposta fique com um dos deputados desse grupo.

Desconfiados da Black Friday

Você acredita nas promoções da Black Friday? Para a maioria dos consumidores brasileiros, a resposta é não.

  • É o que aponta uma pesquisa do site Reclame Aqui com 13,7 mil usuários.

Em números: segundo o levantamento, 56,7% não pretendem comprar na Black Friday (contra 53% da pesquisa do ano passado).

  • O principal motivo apontado por 49% deles é a falta de promoções "de verdade". Na sequência, vêm o endividamento e a falta de dinheiro (26,3%).
  • Os que responderam "não preciso de produto novo ou já aproveito promoções durante o ano" foram 24,9%.

O que explica: muito da desconfiança dos consumidores vem do evento do ano passado, marcado pela alta dos custos para o varejo e pela pressão da inflação aos consumidores.

  • Esses motivos marcaram a "Black Friday da comida" de 2021, diante da incapacidade do varejo em gerar promoção, afirmou à Folha Eduardo Neves, presidente do Reclame Aqui.

O que vai ter de promoção? Das nove grandes varejistas dos segmentos de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, supermercados, moda e comércio eletrônico que a Folha entrou em contato, só a C&A indicou uma lista de itens com queda expressiva sobre o preço praticado no segundo semestre.

  • Entre os dez produtos selecionados, estão desde calça jeans (de R$ 149,99 por R$ 79,99), passando por bermuda de sarja (de R$ 69,90 por R$ 29,90), até blusa infantil (de R$ 39,99 por R$ 12,99), além de maquiagens e calçados.

Bolso mais fundo: a maior fatia (30%) dos consumidores dispostos a comprar na Black Friday pretende gastar entre R$ 1.000 e R$ 2.000, alta relevante nessa faixa de preço em relação ao ano passado (16,6%).


Os planos da 'Ó-quis-sô' no Brasil

Com 200 lojas na capital e no interior de São Paulo, a rede de mercados Oxxo completa dois anos de operação no país em dezembro com uma mudança de slogan: o "aberto 24 horas" dá lugar ao "ó-quis-sô, tá sempre próximo".

Quem é: a rede pertence no Brasil ao grupo Nós (associação entre a Raízen e a mexicana Femsa). Ela foi fundada pela Femsa há 45 anos, para escoar no varejo o excedente da produção de bebidas.

  • O modelo de mercado de proximidade –que rendeu até memes no Brasil– se estabeleceu no México, onde partiu de 800 lojas na virada para os anos 2000 para as 21 mil de hoje.

Como funciona: o negócio parte de um modelo enxuto, com um único atendente na maioria das lojas –o aumento de funcionários por unidade depende do faturamento.

  • "Parte da nossa proposta de valor é entregar competitividade, custo-benefício para o consumidor. Isso implica uma estrutura de atendimento mais eficiente, que me permita abrir três mercados em um bairro, em vez de um", disse à Folha o presidente do grupo Nós, Rodrigo Patuzzo.
  • Apesar de ser uma rede de mercados que em sua maioria funciona por 24h –20% fecham às 22h– e ter segurança restrita a um circuito de câmeras e a uma ronda, o presidente rechaça as questões de segurança pública como um problema.

Planos para o Brasil: além da mudança de slogan, a companhia deve lançar outra novidade até o fim do ano.

  • O aplicativo Oxxo, que permitirá serviços como "clique e retire", pagamento via Pix, uso de lockers (armários para guardar compras feitas online) e delivery.
  • A rede também prevê abrir 215 lojas no próximo ano, todas no mercado paulista.
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