Feirão Limpa Nome da Serasa já fecha mais acordos que no ano passado

Feirão tem atendimento presencial em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte até este sábado

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São Paulo

Os acordos fechados pelo Feirão Limpa Nome da Serasa ao longo de novembro deste ano já superam em mais de 1 milhão o total de acertos feitos em todo novembro do ano passado.

A edição presencial do feirão, que começou nesta terça (29) nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte vai até este sábado (3), mas as negociações da versão online do evento já são feitas desde o início do mês.

Em São Paulo, a tenda instalada no largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, tem atendimentos das 8h às 19h, com horário diferenciado na sexta-feira (2) devido ao jogo do Brasil. A Caixa Econômica Federal, que participa pela primeira vez do evento, atende até as 15h de sexta. Outra novidade deste ano é a participação da Enel, para renegociar dívidas da conta de luz.

Já são 4,2 milhões de acordos intermediados pela Serasa, ante 3 milhões no feirão de 2021, segundo dados compilados até o final da tarde desta terça-feira (29). No total, 3,8 milhões de consumidores negociaram suas dívidas e foram concedidos R$ 10,96 bilhões em descontos. Na edição do ano passado, o total de desconto foi de R$ 6 bilhões, informou a Serasa.

Primeiro dia de atendimentos presenciais do Feirão Limpa Nome da Serasa no largo da Batata, zona oeste de São Paulo - Karime Xavier/Folhapress

As edições presenciais de Salvador e Porto Alegre já acabaram.

O evento, que atrai empresas dispostas a oferecer descontos no momento em que parte dos trabalhadores está com a primeira parcela do 13º salário no bolso, é feito anualmente no mês de novembro e no começo de dezembro. É possível pagar com Pix e a baixa do nome negativado é imediata.

Virtualmente, é possível renegociar dívidas em condições mais generosas até a próxima segunda (5). Caixa e Enel não participam das negociações do feirão online.

O desconto médio oferecido pelas empresas, de acordo com a Serasa, é de 70%. C6 Bank e Safra, por exemplo, oferecem, respectivamente, até 50% e 70% de desconto. Já Itaú e Avon atenuam a dívida em até 99%.

Há grandes companhias do segmento de varejo, além de bancos e empresas que oferecem serviços de internet e água.

Segundo dados da empresa, o número de inadimplentes voltou a crescer pelo nono mês seguido em setembro e chegou a 68,39 milhões de pessoas. O valor médio da dívida é de R$ 4.324,42. A maior parcela de dívidas está no segmento de bancos e cartões, que concentra 29,45%.

Apesar da chuva em São Paulo, o largo da Batata estava cheio. Entre os que tentavam negociar suas dívidas estava Silvane Jesus da Silva, 46, que está com a energia da sua casa cortada há um mês por uma dívida com a Enel. Segundo a cuidadora, há duas contas de R$ 800 a serem pagas, um valor muito acima do usual para a sua casa, onde moram quatro adultos e quatro crianças.

Silvane, que vive em Embu das Artes, descobriu esses valores em aberto quando tentou pagar dívidas anteriores com a empresa, na tentativa de ter o fornecimento de energia restabelecido.

"Nessa pandemia, ficou todo mundo desempregado, e a gente não conseguia pagar as contas", diz. Dois dos adultos de sua casa voltaram a trabalhar há menos de um mês.

O aperto refletiu em outras partes do orçamento. Compras do mês, por exemplo, deixaram de existir. "Só compro o que está faltando", afirma. Nessa conta quase nunca entra carne, por exemplo, que muitas vezes é substituída por ovo e salsicha.

O comerciante José Leonardo do Carmo, 58, não teve sucesso na tentativa de sair com o nome limpo do largo da Batata.

Um pouco antes da crise do coronavírus chegar ao Brasil, ele negociou uma dívida com a Enel. "Eu fiz e logo em seguida entrou a pandemia. Não consegui pagar, fechei as portas", conta. O seu restaurante nunca mais teve a mesma receita de antes da crise sanitária mundial.

Estar com um acordo anterior quitado é necessário para fazer uma nova negociação, segundo ele.

"Faz quase dois anos que eu estou com o meu nome sujo", diz. "Estou devendo, vivo na mão de agiota tentando pegar dinheiro e tentar me levantar."

Canais de negociação online

Veja três dicas para sair da inadimplência

1. Faça as contas para entender suas dívidas

  • Faça uma lista de todas as contas e parcelas atrasadas, com os respectivos valores. Coloque no topo da lista aquelas que você precisa quitar primeiro, porque são essenciais, como contas de água e luz, por exemplo, ou porque custam mais, como cartão de crédito e cheque especial
  • Depois, é preciso saber quanto terá disponível em cada mês para pagar os atrasados, considerando as demais despesas que você já possui

2. Negocie com os credores

  • Procure as empresas para as quais deve e tente negociar. Não aceite a primeira proposta, mas entenda como está sendo a negociação: Qual o percentual de desconto sobre o total da dívida? Se pagar à vista, há desconto maior? Se parcelar, quanto terá de pagar de juros?
  • Defina um objetivo, o valor que poderá dispor e faça contrapostas
  • Se ainda ficarem dúvidas, peça que a proposta de negociação seja feita por escrito. Vá para casa, converse com a família e volte depois para bater o martelo e assinar o contrato de renegociação

3. Organize-se para não continuar devendo

  • Ao fechar o acordo, saiba que é preciso cumpri-lo até o final, portanto, negocie apenas valores que pode pagar com a renda que já tem
  • Para garantir que não tenha mais dívidas negativadas em seu nome, aposte no planejamento financeiro, equilibre seus ganhos e gastos mensais. Faça uma planilha e envolva toda a família nesse controle e no esforço para economizar

Fonte: Serasa Educa

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