A Uber anunciou que seu número de passageiros atualmente é superior aos níveis registrados antes da pandemia, o que ajudou sua receita e lucro do terceiro trimestre a superarem as expectativas dos analistas.
O grupo mundial de serviços de carros anunciou na terça-feira (1º) que esta semana "resolveu todas as queixas pendentes da Receita britânica quanto a impostos sobre valor adicionado", relacionadas à mudança de classificação de seus motoristas no Reino Unido para empregados em lugar de prestadores de serviço, após uma longa disputa judicial. A Uber pagará 615 milhões de libras à autoridade fiscal do Reino Unido para resolver o caso.
O presidente-executivo Dara Khosrowshahi disse que a Uber se beneficiou da "reabertura das cidades, da expansão nas viagens e, em termos mais amplos, da transição continuada no padrão de gastos dos consumidores, do varejo para os serviços"
"Vimos essas tendências continuarem no quarto trimestre, com o mês de outubro sendo nosso melhor mês tanto em termos de mobilidade quanto com relação ao valor bruto das corridas da empresa", ele disse.
Mesmo assim, a Uber se tornou o mais recente grupo tecnológico dos Estados Unidos a alertar sobre o impacto do dólar forte. Na terça-feira, a Uber, sediada em São Francisco, disse que a alta do dólar resultaria em uma queda de US$1,8 bilhão em seu faturamento bruto no quarto trimestre.
Essa tendência acompanha os alertas de multinacionais americanas na atual temporada de anúncios de resultados, entre as quais a Amazon e a Shopify, já que o dólar subiu em quase 16% este ano por conta dos aumentos agressivos nas taxas de juros promovidos pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.
Ante uma base de comparação fraca em 2021, quando os lockdowns da Covid-19 afetaram a receita da companhia, a receita da Uber subiu em 72% nos três meses até 30 de setembro, para US$ 8,3 bilhões, acima da estimativa média de US$ 8,1 bilhões entre os analistas, de acordo com dados da S&P Capital IQ.
No geral, o número mensal de usuários ativos da Uber cresceu em 14% ante o total do mês em 2021, para 124 milhões, com alta de 22% no número de clientes de mobilidade —o que inclui transporte de passageiros, locação de bicicletas e scooters e reserva de passagens em transporte público— e uma forte recuperação no número de corridas a aeroportos. O número de corridas por cliente ativo subiu a 5,3 por mês, mas permanece abaixo do nível anterior à pandemia, que era de 5,7 corridas mensais.
O prejuízo líquido da empresa caiu à metade, de US$ 2,4 bilhões no período em 2021 para US$ 1,2 bilhão, do qual US$ 512 milhões em prejuízos não realizados relacionados aos investimentos de capital da empresa, especialmente no grupo chinês Didi.
Após registrar seu primeiro trimestre de fluxo de caixa positivo, em agosto, a Uber anunciou um fluxo de caixa livre de US$ 358 milhões, 6% abaixo do registrado no trimestre anterior.
Os ganhos ajustados —o indicador de rentabilidade favorecido pela Uber— também superaram as estimativas dos analistas, subindo de US$ 8 milhões para US$ 516 milhões, graças a melhoras tanto nas operações de mobilidade quanto de entrega de alimentos.
Nas entregas de alimentos, segmento em que muitos operadores se viram forçados a reduzir os descontos e promoções por conta da queda do investimento dos grupos de capital para empreendimentos no setor e do aumento da pressão sobre as empresas de capital aberto para que elas mostrem lucros, Khosrowshahi declarou que recebia positivamente "a nova disciplina de capital entre nossos pares".
Quanto às suas expectativas para o restante do ano, Khosrowshahi disse que esperava que os lucros ajustados aumentassem entre US$ 600 milhões e US$ 630 milhões no último trimestre de 2022, uma vez mais superando as projeções médias dos analistas, que são de US$ 573 milhões.
As ações da Uber subiram em cerca de 8% antes da abertura do pregão em Nova York, após a divulgação de seus números.
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