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PIB desacelera
O PIB do Brasil avançou 0,4% no terceiro trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores, informou o IBGE nesta quinta (1º).
É a quinta alta em sequência, mas mostra uma perda de ritmo, que deve se repetir no último trimestre do ano (quando o crescimento deve ficar estagnado), diante dos altos juros e da desaceleração global.
Em números: a variação de 0,4% veio abaixo da expectativa do mercado (0,6%).
- Não se pode dizer, porém, que o resultado foi menor do que o esperado porque houve revisões do crescimento de 2021 e de 2022, ressalta o colunista Vinicius Torres Freire.
Com o resultado, o PIB alcançou o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996.
- Veja aqui o desempenho de outros países no terceiro trimestre.
O que explica o resultado: de um lado, o crescimento foi puxado pelos serviços, que seguem se recuperando do baque da pandemia e foram beneficiados pelo pacote de estímulos à economia durante a eleição.
- Do outro, a alta foi freada pelo efeito das altas taxas de juros, que chegam com atraso à atividade e encarecem o crédito, limitando o consumo das famílias.
Quatro pontos para entender o PIB do 3º tri:
- 1 - Serviços: é o principal setor no lado da oferta do PIB e subiu 1,1%. A maior alta foi do segmento informação e comunicação (3,6%). Destaque para o avanço de outras atividades de serviços (1,4%), que incluem os serviços prestados às famílias.
- 2 - Indústria e agro: a primeira também ficou no azul, com avanço de 0,8%. A agropecuária, por outro lado, recuou 0,9%.
- 3 - Consumo das famílias: o principal do PIB na parte da demanda cresceu 1%, mas desacelerou em relação ao segundo tri (2,1%), afetado pelos juros altos.
- 4 - Análises:
- Recuperação do PIB foi melhor do que se previa, escreve Vinicius Torres Freire.
- Trigo e milho salvam o resultado agropecuário, mas taxa anual ainda cai, aponta o colunista Mauro Zafalon.
Musk quer testar chips em humanos em 6 meses
Na terceira vez vai? Depois de ter falhado em suas duas promessas anteriores, o bilionário Elon Musk disse na quarta (30) que sua startup Neuralink deve começar a fazer testes de chips cerebrais em humanos em até seis meses.
Entenda: a ideia de Musk é que, no futuro, os chips inseridos nos cérebros das pessoas ajudem a restaurar a visão, a permitir que pessoas com paralisia recuperem a função motora e ainda tratar doenças cerebrais como Parkinson, demência e Alzheimer.
- Ele disse que os implantes são minúsculos e que se sentiria confortável em ter um inserido em seu cérebro hoje.
Sim, mas… A promessa de testes em humanos já foi feita por Musk em outras duas ocasiões, em que citou como prazos os anos de 2020 e 2021.
- O que trava é a autorização da FDA (agência americana reguladora de medicamentos e alimentos), que levantou questionamentos acerca do superaquecimento do dispositivo e de substâncias tóxicas que penetram no cérebro a partir do implante.
- A Neuralink também já foi questionada pelo fato de que macacos usados em seus experimentos tiveram que ser sacrificados, inclusive por suspeitas de infecções associadas a dispositivos.
Os desafios: os experimentos da startup de Musk e de outras, como a Synchron, que conseguiu aprovação para testes em humanos, têm sido baseados no caminho único da informação.
- Nesse caso, um dispositivo externo recebe sinais gerados pelo cérebro e os traduz em comandos, como digitar ou jogar videogames. Para atingir os desejos imaginados por Musk, portanto, há um longo caminho.
- A última apresentação pública da Neuralink, há mais de um ano, envolveu um macaco com um chip no cérebro que brincava com um jogo de computador por meio do pensamento.
Dê uma pausa
- Para assistir: "Eike - Tudo ou Nada" - na Netflix
O filme que estreou em setembro nos cinemas e agora chega à Netflix é baseado no livro homônimo sobre Eike Batista, da jornalista Malu Gaspar, e foca a narrativa nos negócios do empresário.
Ela compreende o período de sua ascensão –a partir de 2006, com a descoberta do pré-sal– até sua prisão em 2017, acusado de fazer parte do esquema de corrupção movido pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral, preso desde 2016.
A ideia é fazer o público entender como a OGX, fundada por Eike em 2007, adquiriu blocos na bacia de Campos e especulou sobre sua capacidade de produção.
Na euforia de seu IPO em 2008, que arrecadou cerca de R$ 6,7 bilhões, pequenos investidores compraram a ideia de Eike muito por causa da figura carismática e vaidosa do empresário, retratada no longa por Nelson Freitas.
- O ator chegou a ser cunhado de Eike antes de ele chegar aos bilhões de dólares que o levariam ao sétimo lugar do ranking das pessoas mais ricas do mundo da revista Forbes.
Crítica: filme é didático e agradável ao expor a história da ascensão e da queda daquele que já foi um dos homens mais ricos do mundo, escreve Lúcia Monteiro.
Além da economia:
- GuiaFolha: "Emily em Paris" e "Casamento às Cegas" têm novos episódios na Netflix; veja estreias do mês.
- Expresso Ilustrada: Entenda no podcast como Qatar tenta limpar sua imagem, sob protestos na Copa.
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