Descrição de chapéu Eletrobras

BNDES desiste de vender ações da Eletrobras em 2022, diz agência

Fontes citaram falta de tempo e piora na economia; banco não comentou o assunto

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Rodrigo Viga Gaier
Rio de Janeiro | Reuters

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não venderá neste ano ações da Eletrobras que estão na sua carteira, disseram duas fontes próximas ao assunto à Reuters. Elas citaram falta de tempo para realizar a operação em 2022 e uma piora no cenário macroeconômico.

Uma cláusula de barreira ("lock-up") para venda das ações —imposta após a privatização da Eletrobras— venceu no início do mês, o que gerou expectativa de que o BNDES pudesse vender parte de suas ações na maior elétrica da América Latina.

O banco chegou a fazer avaliações internas sobre o tema, mas a ideia foi abortada, segundo as fontes, por falta de tempo hábil. Procurado, o banco não comentou o assunto imediatamente.

Logo da Eletrobras na Bolsa de Valores de Nova York - Brendan McDermid - 9.abr.2019/Reuters

No início do mês, o BNDES havia avaliado a possibilidade de vender cerca de R$ 7 bilhões em ações da Eletrobras, informou o jornal Valor Econômico na época.

O banco detém em carteira ações equivalentes a cerca de 8% do capital da elétrica, considerando fatia detida pelo braço de participações societárias da instituição (BNDESPar).

O roteiro para a venda de ações incluiria avaliação pelo corpo técnico, diretoria e conselho, o que esbarra no período para as reuniões desses grupos, que normalmente têm datas fixas para os encontros.

As vendas de participações do BNDES, que envolveram ações da própria Eletrobras, Vale, JBS e Marfrig, entre outras, ajudaram a impulsionar os lucros da instituição durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo dados do banco, entre janeiro de 2019 e setembro deste ano, os desinvestimentos somaram R$ 88,5 bilhões.

Com a mudança na Presidência da República em 2023, é provável que o banco deixe de se desfazer de participações. Nas gestões anteriores petistas, o portfólio do banco de fomento engordou.

A piora no cenário econômico, segundo uma das fontes, também inviabilizou a realização da operação de venda dos papéis da Eletrobras.

O banco coordenou o processo de capitalização da Eletrobras que movimentou mais de R$ 30 bilhões em meados do ano.

Nessa operação de "follow-on" da elétrica, foi determinado um "lock-up" de 180 dias para acionistas vendedores e com posição superior a 5%.

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