Haddad escolhe diplomata e procuradora para equipe da Fazenda

Anúncios foram oficializados nesta quarta; baixa presença de mulheres no novo governo tem sido criticada

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Brasília

Futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) escolheu a diplomata Tatiana Rosito para comandar a Secretaria de Assuntos Internacionais do ministério e a procuradora Fernanda Santiago para ser assessora especial de Assuntos Jurídicos da pasta.

Os anúncios foram formalizados nesta quarta-feira (28) em pronunciamento do ministro no início da tarde no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), local escolhido para a sede de transição de governo, em Brasília.

Segundo Haddad, ambas foram "muito bem recomendadas" e farão uma interface com outros ministérios.

"No caso da Secretaria de Assuntos Internacionais da Fazenda, a assessoria do próprio presidente Lula, com Celso Amorim, Itamaraty, Ministério do Planejamento, que tem a área de Assuntos Internacionais. Essas áreas têm de estar muito integradas em função da agenda externa do presidente Lula", disse.

Diplomata Tatiana Rosito (à esquerda) foi escolhida pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para comandar a Secretaria de Assuntos Internacionais, e a procuradora Fernanda Santiago (à direita) foi indicada para ser assessora especial de Assuntos Jurídicos da pasta. - Pedro Ladeira/Folhapress

"A mesma coisa vale para a Fernanda, que vai ter uma interface muito grande não apenas com as áreas internas da Fazenda, todas elas com questões jurídicas importantes, Receita, Tesouro, PGFN, mas também com outros ministérios que compõem a área jurídica do governo, Ministério da Justiça e com a AGU (Advocacia-Geral da União)", acrescentou.

Rosito atuava como consultora do Novo Banco de Desenvolvimento —o banco do Brics— em Xangai. A diplomata e economista trabalhou mais de dez anos na Ásia, onde serviu nas embaixadas do Brasil em Pequim e Cingapura, após ocupar posto na Missão do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York.

Foi também representante chefe da Petrobras na China e gerente geral de Desenvolvimento de Negócios na Ásia entre 2017 e 2019.

Anteriormente, foi secretária executiva da Camex (Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República) e assessora especial dos ministros da Fazenda e do Planejamento, entre outras funções no serviço público.

Possui mestrado em Desenvolvimento Internacional pela Harvard Kennedy School e MBA Executivo pelo Insead e pela Tsinghua University.

Já Fernanda Santiago é procuradora da Fazenda Nacional, atuou na Polícia Rodoviária Federal durante 14 anos até seguir carreira na PGFN.

Em seu perfil no LinkedIn, se descreve como "entusiasta de causas de inclusão social, feminismo e diversidade". É especialista em direito público e em direito do Estado e mestranda em direitos humanos pela USP (Universidade de São Paulo).

Ela também integra a comissão de igualdade racial da OAB-SP. Fernanda é a primeira pessoa negra anunciada para compor o time do futuro ministro.

As duas se somam à subprocuradora-geral da Fazenda Nacional Anelize Almeida como representantes mulheres da equipe de Haddad. Anelize foi anunciada no último dia 19 para comandar a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional).

Na quinta-feira (22), Haddad anunciou quatro secretários de sua pasta. Para o comando do Tesouro Nacional, foi indicado Rogério Ceron; para a Secretaria de Política Econômica (SPE), Guilherme Mello. Na Receita Federal, o escolhido foi Robinson Barreirinhas; e na Secretaria das Reformas Econômicas, Marcos Barbosa Pinto.

Em rápida entrevista a jornalistas após o anúncio dos novos nomes que vão compor a pasta econômica, o futuro ministro da Fazenda afirmou que a política de ingresso do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) não será definida pela sua equipe. "Vamos estar na mesa para discutir esse assunto, mas é uma decisão de governo, que certamente vai ser reconsiderada pelo presidente Lula", afirmou.

Em junho, o roteiro de acessão do Brasil na organização havia sido aprovado pelo conselho de ministros da OCDE. A entrada do Brasil no "clube dos países ricos" era um dos principais objetivos do governo Jair Bolsonaro (PL) na área de política externa.

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