Rússia ameaça reagir a teto de preço sobre petróleo, Opep+ mantém produção e o que importa no mercado

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Semana turbulenta para o petróleo

Os países membros da Opep e seus aliados decidiram neste domingo (4) não alterar o ritmo de produção de petróleo, na véspera da entrada em vigor de nova sanção contra a commodity exportada pela Rússia.

  • Segue valendo, portanto, a decisão tomada em outubro de reduzir o ritmo de produção em dois milhões de barris por dia.

Por que importa: o mercado e os governantes estavam ansiosos para a decisão do cartel (que engloba a Rússia como aliada), porque ela aconteceu em um momento de instabilidade para medir a oferta e a demanda pelo petróleo.

  • Do lado da oferta, começa nesta segunda (5) o preço-teto imposto pela UE (União Europeia) para o petróleo vendido pela Rússia, o segundo maior exportador da commodity.
  • Na demanda, há a flexibilização das medidas de Covid zero na China. Esse cenário deve elevar a procura pelo petróleo no país e dar força à matéria-prima em um contexto de desaceleração da economia global.
Modelo de bomba de petróleo diante do logotipo da Opep, cartel que reúne países produtores da matéria-prima
Modelo de bomba de petróleo diante do logotipo da Opep, cartel que reúne países produtores da matéria-prima - Dado Ruvic - 14.abr.2020/Reuters

Rússia diz que vai reagir: o responsável no Kremlin pela área de energia disse neste domingo que o país não venderá petróleo sujeito a um teto de preço imposto pelo Ocidente, mesmo que isso signifique cortar a produção.

  • A decisão da UE, apoiada pelo G7 e pela Austrália, fixou um limite de US$ 60 por barril para que os navios transportadores de petróleo russo pudessem contratar seguros e outros serviços das empresas do bloco europeu.
  • O produto russo já tem sido exportado por cerca de US$ 65 o barril, argumento usado pela Polônia para defender um teto de US$ 30.
  • As maiores economias, porém, optaram pelo limite mais alto com o temor de que o Kremlin reduzisse a oferta, pressionando os preços do petróleo e a inflação global.

As oportunidades no Tesouro Direto

O mercado de juros futuros foi um bom parâmetro para captar a aversão ao risco dos investidores em novembro, mês em que notícias da transição de governo trouxeram forte volatilidade aos indicadores.

  • O potencial de retorno aparece principalmente nos papéis prefixados ou atrelados à inflação com prazos de vencimento mais longos, apontam os analistas.

Em números: no mês passado, as maiores desvalorizações ficaram com o Tesouro IPCA 2045 (-6,05%) e Tesouro Prefixado 2029 (-4,76%).

Entenda: nos papéis prefixados e atrelados à inflação, sempre que os juros (negociados no mercado pelos contratos DI) sobem, o título passa a ter um valor menor.

  • Aqueles que carregam o título até o vencimento, porém, recebem o valor prometido no momento da compra. Quem vende antes fica sujeito a ganhos maiores ou perdas. É a marcação a mercado.

O que explica o sobe e desce: a expectativa de despesas extrateto de quase R$ 200 bilhões com a PEC da Transição junto de críticas do presidente eleito Lula (PT) a regras que limitam os gastos públicos bateram nos juros, no dólar e na Bolsa. Parte dessa reação já foi revertida.

  • Para quem tem mais estômago para risco e acredita que as taxas tendem a cair com uma definição sobre a questão fiscal, papéis com vencimento em até três anos são uma opção.

Mais sobre mercado financeiro:


Mudanças na CLT: iFood quer proteção e flexibilidade

Uma alteração na legislação trabalhista para incluir as particularidades do trabalho por aplicativos é uma das mais de 80 promessas de Lula para a economia.

  • Para o iFood, líder no mercado nacional de delivery de refeição, o ideal seria um equilíbrio capaz de "abraçar o futuro" e garantir proteção social.

Esse foi um dos temas da conversa do CEO do iFood, Fabricio Bloisi, com a Folha, na série Entrevistas com o Empresariado. Veja abaixo alguns trechos (a íntegra está aqui):

  • Nova legislação:

"Temos uma plataforma que gera oportunidades para 2 milhões, 3 milhões de pessoas, e isso tem que acontecer com direitos sociais que sejam razoáveis, porém, conectados com o momento atual da tecnologia. O problema das leis atuais é que elas foram escritas em um momento em que não existiam nem smartphone nem aplicativos."

"O iFood tem alguns restaurantes exclusivos, percentual relativamente pequeno. Assim como os concorrentes de outros países, o que é uma prática completamente regular e legal nesse mercado. Minha sugestão é: melhora o produto, entrega mais. Quem sabe o cliente vai ficar mais feliz e vai contratar mais os outros concorrentes".

  • Entregas automatizadas:

"O iFood já entrega com drone, há um ano e meio, em algumas cidades do Brasil. A gente também entrega com robôs em alguns locais. E continuamos investindo em inteligência artificial para ter mais automação. Já é uma realidade e vai ser uma realidade cem vezes maior no futuro".

Outras entrevistas da série da Folha:

João Doria, ex-governador de São Paulo; João Camargo, presidente do grupo de empresários Esfera Brasil; Abilio Diniz, membro dos conselhos do Carrefour Global e Brasil; Antonio Carlos Pipponzi, presidente do conselho da RaiaDrogasil; Roberto Fulcherberguer, presidente da Via (Casas Bahia e Ponto).


Startup da Semana: BR Media

O quadro "Startup da Semana" traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.

A startup: fundada em 2012, conecta marcas a um elenco de influenciadores digitais que já soma mais de 20 mil perfis.

Em números: a BR Media anunciou na última semana uma captação de R$ 105 milhões, que a avaliou em R$ 300 milhões.

Quem investiu: o aporte foi feito pela gestora brasileira Bridge One, especializada em empresas de tecnologia B2B (business to business, ou negócio entre empresas).

Que problema resolve: a ideia da BR Media é aproveitar a imensa gama de influenciadores brasileiros –como a Folha mostrou, passam de 500 mil– e facilitar a ponte com grandes marcas, que procuram por determinados perfis de acordo com cada campanha.

  • A startup tem plataformas voltadas tanto para os microinfluencers, que somam até 100 mil seguidores, quanto para os grandões da indústria, que passam dos milhões.

Por que é destaque: além de a BR Media ter anunciado a maior captação no Brasil entre as startups na última semana, o aporte vem em um cenário desafiador para a publicidade online, com as big techs demitindo funcionários para compensar a perda de arrecadação com anúncios.

Mais números: com mais de 400 marcas de diversos segmentos como clientes, a BR Media vai fechar o ano com um Ebitda (indicador para lucro operacional, que tira da conta impostos, depreciação e amortização) de R$ 50 milhões, segundo o site Startupi.

  • Com a entrada da Bridge One, o plano é triplicar esse resultado em três anos.

A semana em resumo

Foram 26 rodadas de captação na América Latina, com US$ 110 milhões (R$ 571 milhões) em investimentos.

Os dados foram fornecidos pela plataforma Sling Hub.

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