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Veja 4 livros para ler no Ano-Novo sobre tecnologia, organização e negócios

Seleção feita pelo Financial Times indica melhores obras para 2023

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Financial Times

Gestão de tempo, tecnologia e negócios são alguns dos temas dos livros que quatro jornalistas do Financial Times escolheram para indicar aos leitores no próximo ano.

Em "Liderar em um mundo não linear", aborda-se quais valores organizações abertas consideram importantes, e em "Hora mais feliz", é possível descobrir estratégias para organizar obrigações e aproveitar melhor o tempo. Veja a lista completa.

Os livros escolhidos por jornalistas do Financial Times - Reprodução

Leading in a Non-Linear World: Building Wellbeing, Strategic and Innovation Mindsets for the Future [Liderar em um mundo não linear: construir bem-estar, mentalidades estratégicas e inovadoras para o futuro]
de Jean Gomes

Basta olhar para o ano que passou para entender como o mundo pode ser imprevisível. As únicas coisas certas são, ironicamente, a incerteza e a complexidade constantes, por isso precisamos de novas formas de entender e pensar sobre os desafios que encontramos, sejam pessoais, no trabalho ou na sociedade.

Em uma era de rápida transformação, a inflexibilidade mental pode nos deixar com crenças, valores e opiniões não alinhadas com as novas realidades. Aqui, Jean Gomes examina a fascinante variedade de recursos internos de nossa mente e corpo que podem melhorar nossa saúde e desempenho em tempos complexos –e como as organizações também podem incentivá-los e aproveitá-los.

Gomes fornece um manual prático com a análise de nossa mentalidade e os meios para ampliá-la e fortalecê-la. Baseando-se em descobertas interessantes em neurociência, psicologia experimental e fisiologia, o livro oferece experiência para assumir o controle diante de situações sem precedentes.

Nossas mentalidades, tanto individuais quanto coletivas, não são fixas e podem ser ajustadas e evoluídas, portanto, a autora oferece algumas maneiras eficazes de abri-las e apresenta estratégias baseadas na ciência para lidar com a disrupção. De uma perspectiva de equipe ou organizacional, por exemplo, o capítulo "Futuro Agora" detalha como mudar para uma estratégia de negócios de longo prazo com o objetivo de "quebrar as teses de que o curto prazo é nossa única opção".

Enquanto isso, o capítulo sobre a "mentalidade experimental" descreve como podemos melhorar ao errar "se aceitarmos que o fracasso é uma consequência inevitável de uma boa experimentação".

"A Mentalidade Aberta" destaca que as organizações abertas incentivam valores como transparência, aprendizado, criatividade, comunidade e criação coletiva. O Google, por exemplo, pesquisou o que torna uma equipe excelente. Gomes afirma que o grupo de tecnologia descobriu que quem estava na equipe era uma variável menos importante do que como os membros da equipe interagiam. "De longe, o fator mais significativo que eles encontraram foi a influência da segurança psicológica."

Happier Hour: How to Spend Your Time for a Better, More Meaningful Life [Hora mais feliz: como usar seu tempo para ter uma vida melhor e mais significativa]
de Cassie Holmes

"Não tenho tempo!"

Na verdade, este livro de uma professora de marketing e tomada de decisão comportamental da Universidade da Califórnia em Los Angeles mostra que, na verdade, você tem. Todo mundo parece ter pouco tempo hoje em dia, especialmente os pais que trabalham, mas mudanças surpreendentemente pequenas podem ajudá-lo a recuperar algum controle e, posteriormente, a se sentir mais feliz no trabalho e na vida.

A autora, que leciona Aplicando a Ciência da Felicidade ao Design de Vida para alunos de mestrado, diz que, quando se trata de falta de tempo, "percepção é tudo", e traz suas experiências pessoais, de outras pessoas e muita pesquisa para embasá-la.

Ao analisar dados, Cassie Holmes descobriu que as pessoas com muito pouco tempo são significativamente menos felizes e menos satisfeitas com a vida. Enquanto isso, ter mais de cinco horas de tempo livre por dia também está relacionado a menos felicidade, em parte porque prejudica o senso de propósito da pessoa.

Holmes descobriu que as pessoas podem começar a se sentir muito mais felizes se reservarem apenas duas horas para fazer as coisas que são importantes para elas, um objetivo que ela sentiu estar ao seu alcance enquanto se esforçava para ser uma acadêmica, mãe e esposa.

A partir disso, Holmes também deduziu que é muito mais importante como gastamos o tempo que temos do que apenas quanto. Tomemos como exemplo o exercício. Muitos podem se relacionar com o abandono da atividade física quando a vida parece muito atarefada –incluindo a autora: "Estudos mostram que o estresse do tempo faz as pessoas se exercitarem menos em geral, e isso tem um efeito negativo direto no bem-estar físico e emocional", escreve Holmes.

Mas se você sentir que não tem tempo faça de qualquer modo. A autora descreve como as demandas de seu tempo eram as mesmas de sempre, mas ela assumiu o controle, levantou-se 30 minutos mais cedo e saiu para correr. O resultado? Ela se sentiu no controle e seu dia começou menos agitado.

O livro tem muitos exercícios práticos para que você comece a ganhar tempo para as coisas que realmente quer fazer. Isso inclui monitorar seu tempo e orientação sobre como analisar o que você aprendeu com isso, o que o deixa mais feliz... e o que não.

Em geral, Holmes exorta os leitores a considerar "importância sobre urgência" e defende uma visão de longo prazo. "Pensar em termos de anos pode ser vital para informar como gastar suas horas", escreve ela. "Ou seja, pensar na vida como um todo destaca seus valores, o que pode orientar melhores decisões imediatas sobre como usar seu tempo."

Tomorrowmind: Thriving at Work with Resilience, Creativity, and Connection – Now and in an Uncertain Future [A mente do amanhã: prosperando no trabalho com resiliência, criatividade e conexão – hoje e num futuro incerto]
de Gabriella Rosen Kellerman e Martin Seligman

Muitos livros de negócios examinam as mudanças que afetam o local de trabalho e o que o futuro do trabalho significará para os negócios. Aqui, dois escritores com formação em psicologia e psiquiatria pretendem abordar o impacto dessas mudanças nas pessoas, oferecendo conselhos sobre como os indivíduos podem prosperar em um mundo de trabalho "de cabeça para baixo", cada vez mais orientado para a tecnologia.

A "mente do amanhã" do título descreve um tipo de mentalidade ideal: simplificando, aquela em que você pode se preparar melhor para a mudança, reagir aos contratempos e atingir todo o seu potencial, quaisquer que sejam as transformações no local de trabalho.

Gabriella Rosen Kellerman, diretora de inovação da plataforma de coaching BetterUp, coescreveu o livro com o psicólogo e fundador da psicologia positiva Martin Seligman. Eles se baseiam em sua experiência e em resultados combinados da pesquisa da BetterUp, que inclui dados de "centenas de milhares de trabalhadores em todas as indústrias ao redor do mundo" sobre o que é preciso para ter sucesso no local de trabalho.

Ao observar a evolução do trabalho pelas lentes da ciência comportamental, Kellerman e Seligman estudam como as mudanças históricas no trabalho, tais como a mudança da agricultura para a industrialização, afetaram os seres humanos e o cérebro.

Mais recentemente, como o rápido crescimento do trabalho baseado em tecnologia criou problemas para os trabalhadores, desde insegurança no emprego e isolamento social até estresse e esgotamento. Os autores destacam indivíduos que conseguiram se adaptar e superar esses desafios. Eles também analisam as próprias organizações e por que algumas são melhores que outras em permitir que os funcionários prosperem.

Mas, principalmente, o livro coloca o foco no indivíduo e oferece orientação sobre como desenvolver uma "mente do amanhã", que é dividida em cinco habilidades críticas: prospecção, resiliência, inovação, conexão social e importância.

O objetivo dos autores é ajudar as pessoas a prosperar no trabalho diante de pressões psicológicas, em meio a um ritmo de mudança cada vez mais acelerado. "Tomorrowmind" argumenta que, embora essa mudança seja inevitável, a mentalidade é tudo.

Break the Rules! The six counter-conventional mindsets of entrepreneurs that can help anyone change the world [Quebrem as regras! As seis mentalidades anticonvencionais de empreendedores que podem ajudar qualquer pessoa a mudar o mundo]
de John Mullins

Há um grupo de empresários de alto nível que usam sua falta de educação formal como um distintivo de honra: Bill Gates, que abandonou a universidade, sir Richard Branson, que deixou a escola aos 16 anos, para citar apenas dois. Mas John Mullins, professor da London Business School, fornece prova escrita de que a academia pode ensinar algo de valor prático para a atual geração de aspirantes a realizadores e criadores.

Este livro é o mais recente de uma série de títulos de Mullins altamente elogiados, combinando o interesse de um pesquisador em estudos de caso com a postura de um fundador de que o pensamento convencional sobre questões como a formação de um plano de negócios e a obtenção de financiamento provavelmente é falho.

"Break the Rules" se baseia nesse tema, desafiando meia dúzia de pontos de vista comumente aceitos sobre a melhor maneira de ter sucesso nos negócios. Os capítulos são apresentados como palestras, com pontos-chave de aprendizado, exemplos da vida real e comentários finais para destilar os pontos apresentados.

Mullins tem dado esse tipo de ensinamento pessoalmente para alunos de MBA na LBS e como mentor de startups por meio de programas de liderança como a Young Presidents’ Organization por muitos anos. E isso aparece em sua escrita. Ele também tem experiência no jogo, como dizem, tendo fundado três startups, o que dá a este livro de 210 páginas fáceis de ler um maior grau de autoridade do que alguns outros textos de autoajuda para empreendedores.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

Janina Conboye , Leo Cremonezi , Amy Bell e Jonathan Moules
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