Descrição de chapéu Folhainvest

Ação da Americanas fecha o dia valendo R$ 1 após recuperação judicial

Empresa entrou com pedido na Justiça nesta quinta, declarando dívida de R$ 43 bi

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Paula Arend Laier Renato Machado
São Paulo e Brasília | Reuters

As ações da Americanas desabaram nesta quinta-feira (19) e terminaram o dia cotadas a R$ 1,00, após a empresa entrar com um pedido de recuperação judicial e informar uma dívida de cerca de R$ 43 bilhões, para mais de 16 mil credores.

A queda registrada no dia para a ação ordinária, que dá direito a voto, foi de 42,52%. Antes do anúncio das "inconsistências contábeis" de R$ 20 bilhões, no dia 11, elas valiam R$ 12. A desvalorização acumulada desde a última quinta-feira (12) é de 91,6%.

A notícia da recuperação judicial, divulgada por volta das 14h, fez o papel cair de R$ 1,34 para R$ 1,25. Por volta das 15h, a ação era cotada a R$ 1,28 —queda de 26% no dia.

Unidade das Lojas Americanas no centro de São Paulo - Bruno Santos - 17.jan.2023/Folhapress

Mais cedo, a empresa havia divulgado que poderia entrar com o pedido "nos próximos dias ou potencialmente nas próximas horas", o que fez as ações desabarem 27,6%.

A companhia afirmou que sua posição de caixa é de R$ 800 milhões, dos quais "parcela significativa" estava "injustificadamente indisponível para movimentação na data de ontem".

"A situação da Americanas fica cada vez mais complicada", avaliou André Luzbel, chefe de renda variável da SVN Investimentos.

Ele acrescentou que o horizonte ainda está bastante nebuloso, uma vez que não se sabe como a varejista irá lidar com os credores, a venda de ativos, entre outros. Mas ressaltou que a empresa tem vários bons ativos e alguns com certa liquidez.

De acordo com Luzbel, muitos fundos de investimentos já zeraram suas posições em ações da companhia, assim como em títulos da dívida, movimento que foi acelerado pelo rebaixamento da nota de crédito pelas principais agências de risco.

"O cenário segue se deteriorando rapidamente para a Americanas, que até o momento trouxe pouca ou nenhuma novidade positiva em termos de negociações com os credores", afirmou a equipe da Guide Investimentos em nota a clientes.

Na véspera, a Justiça do Rio de Janeiro reverteu decisão que protegia a Americanas de ser cobrada pelo BTG Pactual sobre dívida de R$ 1,2 bilhão com o banco. O Bradesco também pediu que a Justiça só permita que a empresa retire recursos do banco com aval prévio. O Itaú é outra instituição que entrou com petição nesta quinta-feira para que a varejista só saque seu dinheiro da conta do banco após detalhar o destino dos valores à Justiça, apurou a Folha.

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