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Apple perde US$ 1 tri em um ano
Exatamente um ano após ter atingido a histórica marca de US$ 3 trilhões em valor de mercado, a Apple viu sua avaliação cair abaixo de US$ 2 trilhões nesta terça (3), quando suas ações caíram 3,7%.
A maior companhia aberta do mundo não ficava abaixo desse patamar desde março de 2021.
O que explica: graças à forte demanda por seus produtos, a Apple foi a big tech americana que menos sofreu com a alta de juros promovida pelo Fed (banco central dos EUA), mas não escapou da aversão a risco dos investidores nesse cenário azedo.
- De um mês para cá, as ações da empresa ampliaram a queda com as dificuldades de produção em Zhengzhou, na China, onde está a maior fábrica de iPhones do mundo.
- Primeiramente afetada pela política de Covid zero do governo local, o problema da Apple agora são os surtos de casos no país após uma reabertura repentina das atividades.
- Centenas de milhões de pessoas podem ter sido infectadas pelo vírus no final de dezembro, segundo estimativas internas do governo, o que acabou derrubando toda a produção chinesa no mês.
Outra empresa afetada pelos gargalos da produção chinesa foi a Tesla. A montadora de Elon Musk anunciou na segunda (2) que entregou 1,31 milhão de veículos no ano passado, numa alta anual de quase 40%, mas abaixo da sua meta de 50%.
- O número desagradou ao mercado, e as ações da companhia despencaram 12% nesta terça. No ano passado, o tombo foi de 68%.
Paes de Andrade renuncia; Prates é indicado
O presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, comunicou ao conselho da estatal seu pedido de renúncia.
Em paralelo, o Ministério de Minas e Energia informou à companhia que o senador Jean Paul Prates (PT-RN) será o indicado para exercer o cargo de presidente e membro do colegiado da empresa, disse a pasta em nota.
Paes de Andrade irá integrar o novo governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas.
Trâmites: após a indicação oficial, o nome de Prates será submetido aos procedimentos internos de governança para análise de integridade e elegibilidade.
Quem é o indicado: com longo histórico de atuação no setor, colaborou, por exemplo, com a lei que pôs fim ao monopólio da Petrobras, projeto que teve oposição do PT. Hoje, porém, é crítico do processo de venda de ativos da estatal.
- Sua indicação já havia sido anunciada e foi bem recebida pelo setor de petróleo e gás. A defesa de Prates de uma mudança na atual política de preços da companhia, porém, preocupa as entidades.
Nova reação negativa
Mais um dia de reação negativa no mercado financeiro brasileiro a falas e ações iniciais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em números: o dólar fechou em alta de 1,77%, a R$ 5,45, maior valor desde o final de julho, enquanto o Ibovespa caiu 2,08%, aos 104.165 pontos.
- No mercado de juros futuros, bom termômetro da aversão ao risco dos investidores, os contratos saltaram. A taxa DI para 2024 passou de 13,53% para 13,79% ao ano e a para 2025 pulou de 12,91% ao 13,30%.
O que explica: os analistas reagiram mal mais uma vez às falas de autoridades do novo governo.
- Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que apresentará a Lula um plano de voo com ações de curto, médio e longo prazo para a agenda econômica da nova gestão. A fala reforçou a desconfiança do mercado sobre a autonomia do ministro.
- Os indicadores pioraram bem à tarde, após o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ter dito que quer criar uma comissão para revisar a reforma da Previdência aprovada no governo de Jair Bolsonaro (PL).
No fim do dia, a equipe econômica atuou para acalmar os ânimos. Gabriel Galípolo, número 2 da Fazenda, disse que irá cancelar as mudanças que o governo faria na ANA (Agência Nacional de Águas), atual reguladora do setor de saneamento no país.
- As alterações surpreenderam o setor e levantaram questionamentos acerca da intenção do governo de revogar o novo marco do saneamento, algo que também foi negado por Galípolo.
A Folha também mostrou que Haddad discutiu nesta terça com sua equipe uma série de medidas que elevam a arrecadação e reduzem despesas, gerando um impacto de até R$ 223 bilhões nas contas públicas.
- O ministro está sob pressão para apresentar um plano para amenizar o rombo de mais de R$ 220 bilhões previsto para este ano.
A aérea mais pontual de 2022
A brasileira Azul foi apontada como a companhia aérea mais pontual em 2022, com 88,93% de chegadas no horário previsto.
O ranking feito pela Cirium, empresa que analisa dados de aviação no mundo todo, mostra ainda a Latam em quarto lugar, com 86,31% de pontualidade --atrás também das japonesas ANA (All Nippon Airways) e Japan Airlines.
- A Cirium considera como pontualidade o percentual de voos cujos aviões chegam ao portão de desembarque do destino com até 15 minutos de diferença em relação ao horário previsto.
- Veja aqui o ranking das dez empresas mais pontuais.
O levantamento também aponta os aeroportos mais pontuais do mundo. O campeão foi Haneda, em Tóquio, no Japão, com 90,33% de partidas no horário.
- Nenhum terminal brasileiro faz parte da lista dos dez mais pontuais.
O ano de 2022 foi marcado pela retomada da circulação nos aeroportos depois das restrições da pandemia, e pegou as companhias, principalmente na Europa, com falta de profissionais no verão. Isso acabou gerando atrasos e cancelamentos de voos.
- Os afastamentos de pessoal devido a contaminações, e outras falhas, como a que gerou acúmulo de malas no aeroporto de Londres, também atrapalharam.
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