Conselho do BNDES confirma Mercadante na presidência

Reunião aprovou nomeação de outros três diretores para banco de fomento

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Rio de Janeiro

O Conselho de Administração do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou em reunião nesta quarta-feira (25), a nomeação do ex-ministro Aloizio Mercadante para a presidência do banco.

Também foram aprovados os nomes de outros três diretores: Tereza Campello, Natalia Dias e Helena Tenorio. Os aprovados se juntam aos diretores já nomeados Alexandre Corrêa Abreu, José Luis Gordon, Nelson Barbosa e Luiz Navarro.

Ministro da Educação, de Ciência e Tecnologia da Casa Civil durante o governo Dilma Rousseff, Mercadante teve sua indicação ao BNDES questionada por ter coordenado a equipe de transição do terceiro governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Aloizio Mercadante foi aprovado nesta quinta-feira (25) como novo presidente do BNDES. - AFP

Sua nomeação, porém, foi avalizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que entendeu não haver conflito em sua participação na transição e restrições impostas pela Lei das Estatais a pessoas que coordenaram campanhas políticas.

O novo presidente do banco foi aprovado por unanimidade pelo conselho, segundo nota divulgada pelo BNDES. O colegiado já tem maioria alinhada pelo novo governo, após renúncias de membros indicados durante a gestão Jair Bolsonaro.

Com a aprovação dos nomes nesta quinta, o BNDES conclui a renovação de sua diretoria com indicações feitas pelo governo Lula.

A nova gestão assume com a missão de alterar o perfil do banco sob Bolsonaro, que era mais focado no apoio a concessões e privatizações e no financiamento a pequenas empresas.

Em sinalizações já feitas pela cúpula do governo, alguns dos focos devem ser o apoio à indústria e às exportações de produtos brasileiros, segundo antecipado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin a empresários na Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo).

No fim de 2021, Mercadante afirmou que não quer uma volta ao passado, "mas sim construir o BNDES do futuro". As prioridades, afirmou, são pequenas empresas, economia verde e a "reindustrialização do Brasil".

"A indústria respondia por 43% da carteira do BNDES, e hoje responde só por 16%. Sem indústria, não há inovação, nem geração de emprego de qualidade", afirmou, na ocasião.

Esta semana, em visita à Argentina, o presidente Lula falou ainda em retomar o financiamento de obras no exterior, política questionada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e amplamente usada pelo bolsonarismo para atacar as gestões petistas.

Até setembro, segundo os últimos dados disponíveis, Venezuela, Cuba e Moçambique somavam US$ 1,03 bilhão em atrasos de pagamentos em empréstimos tomados para financiar obras feitas por empresas brasileiras.

Lançado em 1998, o programa de financiamento à exportação de bens e serviços de engenharia paralisou os desembolsos nos últimos anos em meio à descoberta de casos de corrupção com empreiteiras.

Em nota divulgada após a declaração de Lula, o BNDES disse que qualquer mudança nessa política passará "necessariamente" por um entendimento com o TCU e acrescentou que o presidente da corte, Bruno Dantas, "tem reforçado o papel de acompanhamento colaborativo das políticas públicas".

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