Você sabe tudo sobre a crise da Americanas? Teste no quiz

Edição da newsletter FolhaMercado tem sete perguntas sobre o rombo que levou a companhia à recuperação judicial

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Recuperação judicial. O que acontece agora?

A Americanas está oficialmente em recuperação judicial (RJ). O pedido, que lista uma dívida de R$ 43 bilhões a 16,3 mil credores, foi feito pela companhia e aceito pela Justiça nesta quinta (19).

A varejista afirma que, dentro de 48 horas, vai apresentar a lista de credores completa e a discriminação do passivo, ou seja, o valor pode sofrer alterações.

O que acontece agora? Os credores não podem cobrar nada da empresa na Justiça. Ela prometeu apresentar um plano de reestruturação em até 60 dias.

Como funciona uma recuperação judicial? A empresa reúne em uma lista os donos do seu passivo, o tamanho da dívida, e apresenta um plano para o pagamento.

  • É comum que ela proponha um desconto para o pagamento dos credores, que incluem instituições financeiras, donos de debêntures (títulos de dívida) e até bancos públicos, como mostrou a Folha.
  • Existe uma ordem de prioridade para o pagamento, que começa com os créditos trabalhistas.
  • A empresa também lista os ativos que tem e que podem ser vendidos para ajudar no processo.

A Americanas afirma que "seguirá operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial".



Ovos de Páscoa, BBB… No pedido de RJ, a varejista disse que é um "motivo de orgulho para o povo brasileiro", por ser uma varejista "quase centenária" (fundada em 1927).

  • Destaca também os pontos de venda (3.600), que atendem mais de 50 milhões de consumidores e geram "mais de 100 mil empregos diretos e indiretos". Além disso, paga R$ 2 bilhões em tributos ao ano.
  • O pedido menciona inclusive o patrocínio ao Big Brother Brasil –que teve de abandonar nesta edição e acabou ficando com o Mercado Livre – e diz que sua crise pode afetar o preço do ovo de Páscoa.
  • "Trata-se da maior varejista de ovos de Páscoa do mundo!", afirma.

Como chegamos até aqui?

No começo desta quinta, a companhia havia comunicado ao mercado que estava na iminência de solicitar a RJ porque tinha apenas R$ 800 milhões em caixa.

Para entender como o caixa da companhia saiu dos cerca de R$ 8 bilhões na época do estouro do escândalo para 10% desse valor em uma semana, é preciso entender a disputa da varejista com os bancos, que acabou culminando na recuperação judicial.

Logo que saiu o fato relevante expondo o rombo contábil nas operações de "risco sacado" da companhia (explicamos o rolo aqui), o BTG foi à Justiça para garantir o bloqueio de R$ 1,2 bilhão que tinha em uma conta da varejista na instituição.

  • Outros bancos fizeram o mesmo movimento, que tinha como alvo o fundo 3G, do trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles —acionistas de referência.
  • Os credores queriam que eles tirassem do bolso cerca de R$ 20 bilhões para cobrir o rombo, mas o trio acenou com um valor de R$ 6 bilhões.

Na sexta (13), a Americanas conseguiu uma medida cautelar que impedia a trava a seus ativos. Os bancos reagiram e tentaram derrubar a decisão, mas só o BTG acabou conseguindo – em petição que chamou o caso de "maior fraude corporativa da história do país".

  • Além dos R$1,2 bilhão retido pelo BTG, a empresa também ficou sem acesso a mais de R$ 3 bilhões em adiantamentos de recebíveis de cartão de crédito –operação comum que garante capital de giro ao varejo, mas que os bancos se recusaram a financiar.
  • Outros credores que custodiavam ativos da companhia, como Bradesco e Itaú, também bloquearam suas contas –esses terão que liberar o dinheiro, decidiu a Justiça.

Na petição da recuperação judicial, a Americanas critica seus credores. Diz que, não fosse a sangria no caixa, seria possível renegociar as dívidas e continuar operando sem problemas de liquidez.

Mais sobre o escândalo da Americanas

Na Bolsa: o reflexo aparece nas ações da companhia, que terminaram o dia cotadas a R$ 1,00, em queda de 42,52%. Desde antes da revelação do rombo, quando os papéis valiam R$ 12, a desvalorização acumulada é de 91,6%.

  • Por estar em recuperação judicial, as ações da companhia deixarão todos os índices da B3, a Bolsa brasileira, incluindo o Ibovespa, o principal deles.

Um dia após o outro: veja a cronologia da crise que levou a Americanas ao pedido de recuperação judicial.

Podcast: Café da Manha explica a origem e as consequências do rombo na Americanas.

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