Descrição de chapéu aeroportos

Changi quer continuar no Galeão, e conversas seguirão após Carnaval, diz governo

Partes tentam encontrar alternativa para resolver impasse do aeroporto do Rio de Janeiro

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Rio de Janeiro

A Changi manifestou nesta sexta-feira (10) intenção de permanecer com a concessão do aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, segundo nota do Ministério de Portos e Aeroportos.

A pasta afirma que o governo federal e a empresa voltarão a conversar sobre o assunto após o Carnaval. As alternativas para a administração do aeroporto estão em análise pela Secretaria Nacional de Aviação Civil.

A Changi, de Singapura, tem 51% da RIOgaleão, a concessionária que administra o terminal carioca. Os outros 49% são da Infraero.

Em 2022, a empresa chegou a anunciar a entrega da concessão, alegando dificuldades econômicas agravadas pela pandemia no setor aeroportuário.

Movimentação no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli - 11.jul.2022/Folhapress

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, teve uma reunião nesta sexta com o CEO internacional da Changi, Eugene Gan, em Brasília.

"A empresa reiterou a intenção de manter as operações do Aeroporto do Galeão e se comprometeu a dedicar atenção especial no período do Carnaval, quando o Rio de Janeiro, cartão-postal do Brasil, recebe um grande número de turistas", disse o ministério.

"Ficou definido que, após o Carnaval, as partes voltarão a conversar. As alternativas para a administração do Aeroporto do Galeão estão em fase de estudos, que estão sendo realizados pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC)", completou.

À Folha a RIOgaleão disse que, após a reunião desta sexta, seguirá com as conversas sobre "alternativas quanto ao futuro da administração" do terminal. A concessionária também afirma que vai manter "atenção especial" na operação durante o período de Carnaval.

"O RIOgaleão segue com compromisso de atuar com excelência operacional e de segurança já reconhecidas, e segue trabalhando para o desenvolvimento comercial do aeroporto, maior equipamento urbano do Rio de Janeiro", completou.

A concessionária anunciou em fevereiro de 2022 o pedido para devolver a concessão do terminal. Com isso, o governo Jair Bolsonaro (PL) passou a projetar um leilão em conjunto do Galeão e do Santos Dumont, o outro grande aeroporto do Rio.

Por essa lógica, um mesmo grupo investidor poderia ficar com a administração dos dois terminais. O Santos Dumont opera somente voos nacionais e é administrado pela Infraero.

Em novembro, a RIOgaleão chegou a assinar com ressalvas um termo aditivo para dar andamento à devolução do Galeão. À época, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) indicou que, ao assinar o documento, a concessionária declararia "adesão irrevogável e irretratável à relicitação".

Com a troca de governo, o debate ganhou novos contornos. Em janeiro, o ministro Márcio França já havia sinalizado interesse da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da própria empresa em costurar um acordo para a permanência da concessionária no Galeão.

O terminal passou por um esvaziamento ao longo da última década e ainda não retomou o patamar de movimentação do pré-pandemia.

O Santos Dumont vive uma situação diferente. Como mostrou a Folha, o aeroporto doméstico ultrapassou a capacidade anual de 9,9 milhões de passageiros em 2022, segundo dados da Infraero.

Para lideranças fluminenses, é preciso frear a demanda no Santos Dumont. Na avaliação local, a medida é necessária para gerar maior coordenação no tráfego aéreo do Rio e direcionar mais voos ao Galeão.

O aeroporto internacional está localizado na Ilha do Governador, na zona norte da capital fluminense. O acesso é feito por vias como a Linha Vermelha, local frequente de engarrafamentos e com casos de violência urbana.

Já o Santos Dumont fica mais próximo de negócios instalados na região central do Rio e de pontos turísticos da zona sul.

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