Descrição de chapéu G20

Haddad afirma que só diálogo não basta e defende ações concretas no G20

O ministro da Fazenda afirma na Índia que o governo Lula vai reconstruir a presença internacional do Brasil

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São Paulo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou na Índia, em reunião dos ministros de Economia do G20, que o governo Lula vai reconstruir a presença internacional do Brasil.

"Herdamos um cenário diplomático problemático. O Brasil estava isolado, ausente e em desacordo com seus valores e tradições", disse na sessão de boas-vindas do evento.

Haddad viajou para Bangalore, na Índia, para encontros com ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais dos países do G20. A equipe econômica vê o evento como uma oportunidade de reposicionar o país no cenário internacional como um país que oferece soluções para crises mundiais.

Para o ministro, os assuntos econômicos e financeiros são uma parte importante desse esforço.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em coletiva de imprensa durante viagem a Buenos Aires, na Argentina - Agustin Marcarian - 23.jan.23/Reuters

Em uma espécie de preparação do terreno para que o Brasil assuma a presidência do G20 a partir do ano que vem, ele prometeu trabalhar em busca de entendimentos baseados na inclusão e em um futuro sustentável para as nações.

Em 2024, o país vai presidir o grupo que reúne as maiores economias globais.

"O governo do presidente Lula considera o G20 central para fortalecer o multilateralismo", afirmou.

No pronunciamento, Haddad citou desafios globais como as consequências da pandemia, guerras, conflitos, aumento da pobreza, desigualdades e energia limpa a preços acessíveis.

Segundo ele, nesse cenário o diálogo entre as maiores economias é importante, mas não suficiente. "Precisamos de ações com resultados concretos", disse.

Ele defendeu o aprofundamento das discussões sobre reformas nos bancos de desenvolvimento para que eles reforcem as parcerias e a canalização de recursos para lidar com questões relacionadas ao clima, alimentação e pobreza.

Para Haddad, essas instituições precisam ser capitalizadas para apoiar os países em desenvolvimento com financiamentos de longo prazo, taxas de juros adequadas e estruturas inovadoras.

"Estamos preocupados com os níveis de endividamento, principalmente entre os países mais pobres. A elevação dos juros em meio à fragilidade da economia mundial agrava o cenário", analisou.

O ministro citou também os investimentos climáticos como mais custosos para os países pobres, o que dificulta o alcance das metas de redução de emissão de carbono.

Haddad disse que os países desenvolvidos precisam cumprir os compromissos estabelecidos no Acordo de Paris e a ambição declarada em Glasgow e no Egito, incluindo o aumento de recursos para mitigação e adaptação.

Ele citou a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de acabar com o desmatamento até 2030 e afirmou que os investimentos nas cidades são fundamentais para alcançar o desenvolvimento equilibrado e inclusivo.

A agenda de Haddad na Índia tem reuniões bilaterais com os titulares das Finanças da França, Índia, Argentina, África do Sul, Espanha e União Europeia.

Segundo a assessoria do ministro, a bilateral com o ministro francês Bruno Le Maire, prevista para antes da sessão de boas-vindas, terá de ser encaixada em outro horário devido a um atraso no café da manhã do evento.

O encontro é mais um sinal de proximidade entre os governos de Lula e Emmanuel Macron, que mantêm uma relação próxima.

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