Descrição de chapéu Itaú

Lucro do Itaú é afetado por crise da Americanas, e banco aumenta reserva para inadimplência

Provisão contra atrasos no crédito aumentou R$ 1,7 bilhão em três meses, e projeções apontam 2023 mais difícil

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São Paulo

O Itaú Unibanco anunciou nesta terça-feira (7) que teve lucro recorrente de R$ 7,668 bilhões no quarto trimestre de 2022, aumento de 7,1% sobre mesma etapa de 2021, mas abaixo da projeção média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 8,24 bilhões para o período.

Um dos fatores que mais pesaram para que o resultado ficasse abaixo do esperado pelo mercado foi o item conhecido como PDD, a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, uma despesa que representa um colchão que o banco é obrigado a fazer para proteger seu capital contra possíveis atrasos nos empréstimos que concedeu.

O Itaú teve um aumento na despesa com essa provisão de R$ 1,7 bilhão em três meses, passando de R$ 8,2 bilhões no terceiro trimestre de 2022 para R$ 9,9 bilhões na parte final do ano passado.

Reflexo de homem em fachada de agência do Itaú Unibanco no Rio de Janeiro
Reflexo de homem em fachada de agência do Itaú Unibanco no Rio de Janeiro - Sergio Moraes - 29.abr.2019/Reuters

No relatório, o banco citou ter reconhecido "impactos provenientes de evento subsequente à data do fechamento relacionado a um caso específico de empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial", em referência ao caso Americanas.

Por isso, fez um reforço na provisão para perdas esperadas com calotes "para cobrir 100% da exposição, gerando um impacto de R$ 719 milhões" no resultado final.

Esta é uma tendência que já havia sido detectada no balanço do Santander Brasil, divulgado na última quinta-feira (2). A despesa com provisão aumentou 14% em três meses, também com os impactos do caso Americanas.

Apesar do lucro bilionário, um dos itens que mais devem chamar atenção dos investidores é o de Retorno sobre o Patrimônio Líquido, que mostra a rentabilidade relativa dos bancos. No caso do Itaú, a rentabilidade caiu quase 2 pontos percentuais em três meses, passando de 21% para 19,3%, mesmo patamar registrado em 2021.

A carteira de crédito do Itaú Unibanco fechou 2022 em R$ 1,1 trilhão, com maior crescimento nas operações para pessoas físicas, superior a 20% em 12 meses.

Chama atenção o aumento da carteira em categorias mais arriscadas, como cartão de crédito, que subiu 20,5% em 12 meses e quase 5% no trimestre, e crédito pessoal, com avanço de quase 27% em um ano, e de 3,4% em três meses.

Previsão de 2023 mais difícil

O Itaú divulgou também suas projeções para 2023. O banco espera que a carteira de crédito cresça entre 6% e 9% no ano, ante um avanço superior a 11% em 2022.

Outra previsão que chama atenção é a de custo do crédito, item que é diretamente impactado pela provisão contra inadimplência. Neste caso, o Itaú espera um valor entre R$ 36,5 bilhões e R$ 40,5 bilhões, ante R$ 32,3 bilhões no ano passado.

A margem financeira com clientes, que representa o quanto o banco deve ter de retorno com os produtos financeiros, deve ficar entre 13,5% e 16,5%, segundo o Itaú, ante 27,2% em 2022.

Com Reuters

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