Alpargatas x Carlos Wizard, nova proposta de aporte na Americanas e o que importa no mercado

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A Alpargatas (dona de marcas como Havaianas e Osklen) disse nesta terça que o empresário Carlos Wizard não efetuou o pagamento da primeira parcela da Alpargatas Argentina, no valor de R$ 89,7 milhões, que teria vencido na segunda (6).

  • O valor total do negócio é de R$ 266 milhões, montante que agora a Alpargatas exige o pagamento integral antecipado diante do vencimento da primeira parcela.

A empresa ainda informou ao mercado que Wizard entrou com procedimento arbitral junto ao Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá.

Outro lado: o empresário disse, em nota, que a ação judicial da Alpargatas é uma "tentativa de intimidação devido à iniciativa de propor arbitragem para resolver as discussões em torno do ajuste do preço em relação ao contrato citado, e, também, uma tática para forçar o recebimento antecipado de valores que seriam pagos até 2025"

  • Wizard ainda disse querer ajustar o valor da aquisição "por inconsistências no reembolso de indenizações, divergências sobre a dívida líquida da companhia, demandas de terceiro de responsabilidade da Alpargatas e atos governamentais ocorridos na Argentina".

Não é a primeira: em outubro do ano passado, a XP entrou com uma ação na Justiça para cobrar uma dívida de R$ 8,2 milhões do empresário junto ao Banco XP.

O bilionário, que vendeu a rede de escolas de idioma Wizard para a Pearson por quase R$ 2 bilhões em 2013, hoje administra por meio de sua holding Sforza a rede de produtos Mundo Verde e as operações no Brasil de Taco Bell, KFC e Pizza Hut.


Nova proposta, nova recusa

A Americanas comunicou ao mercado que foi apresentada uma nova proposta de capitalização aos bancos credores em reuniões nos últimos dias, mas as partes ainda não chegaram a um acordo.

Desta vez, os acionistas de referência da companhia, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, se comprometeram com um aporte de R$ 10 bilhões na companhia, já considerando os R$ 2 bilhões do financiamento DIP.

  • A oferta representa um avanço à feita em fevereiro, quando o trio de bilionários sinalizou um aporte de R$ 7 bilhões e deixou os bancos irritados.

As instituições, que concentram R$ 19,5 bilhões dos R$ 43 bilhões de dívidas da Americanas, vinham falando em uma injeção de recursos próxima a R$ 15 bilhões.

Além do aporte para manter a varejista operando, o acordo passaria por uma recompra de R$ 12 bilhões em passivos e a conversão de dívidas financeiras de R$ 18 bilhões, parte em capital e parte em dívida subordinada –o que tornaria os bancos como grandes acionistas da varejista.


Santander vende mais 40% da Webmotors

O Santander Brasil informou nesta terça que fechou acordo para vender 40% de participação no capital da Webmotors para o grupo australiano Carsales, por R$ 1,24 bilhão.

Em números: a oferta avalia a plataforma em R$ 3,1 bilhões, patamar bem acima em relação a 2013, quando a Carsales tinha comprado uma fatia de 30% do site por R$ 180 milhões.

  • Com os 30% restantes, o Santander fica com a exclusividade comercial.

Quem é quem:

  • Webmotors: plataforma de venda e compra de automóveis no Brasil pela qual o Santander aproveita para oferecer operações de crédito, seguros e soluções financeiras –a estratégia continua mesmo com a venda na participação.
  • Carsales: marketplace australiano com atuação em países como Austrália, Estados Unidos e Coreia do Sul, além da América Latina. É avaliado em US$ 5,5 bilhões (R$ 28,5 bilhões).

Mais sobre empresas da Bolsa

O Assaí comunicou ao mercado que o grupo francês Casino, seu controlador, estuda uma oferta subsequente de ações (follow-on) de aproximadamente US$ 600 milhões (R$ 3,1 bilhões).

  • Segundo a empresa controladora, a oferta pode ser ainda maior ou nem acontecer –tudo depende das condições do mercado.

Robô dedura empresas que pagam menos a mulheres

Uma redatora e um programador criaram um robô no Twitter para expor as empresas britânicas que falam sobre o Dia Internacional da Mulher, mas pagam menos a suas trabalhadoras do que aos homens contratados.

Como funciona: após captar publicações com hashtags ou palavras relacionadas à data, o robô faz um cruzamento de dados, detecta a empresa ou entidade e verifica em uma base do governo se há disparidade salarial ou não, além de avaliar se ela cresceu ou diminuiu.

  • Já foram expostas entidades do governo, consultorias privadas, universidades, corpos de bombeiros, câmaras municipais e outros órgãos públicos.

No Brasil, o governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) criou um grupo de trabalho para formular legislação para proibir a desigualdade salarial no país.

Mais sobre disparidade de gênero no trabalho

O número de ações trabalhistas que citam o termo "assédio sexual" cresceu 208% no Brasil nos últimos quatro anos, somando 48 mil casos atualmente. O levantamento é da consultoria de jurimetria Data Lawyer feito a pedido da Folha.

A paridade salarial lidera a lista das medidas consideradas mais importantes para a promoção da igualdade de gênero no ambiente de trabalho, segundo a avaliação de executivas e executivos da indústria à CNI.

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