Descrição de chapéu Banco Central

Ata do Copom veio com termos 'mais condizentes' com perspectiva de melhora, diz Haddad

No documento, colegiado do BC fez acenos ao Ministério da Fazenda em meio à pressão do governo por redução dos juros

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Brasília

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta terça-feira (28) que a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central "veio com termos mais condizentes" do que o comunicado divulgado logo após o encontro na última quarta-feira (22).

No documento, o colegiado do BC fez acenos ao Ministério da Fazenda em meio à pressão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela redução dos juros e dedicou um longo parágrafo à nova regra fiscal em elaboração para substituir o teto de gastos.

"Acredito que [a ata] está em linha com o comunicado, mas da mesma forma que aconteceu no Copom anterior, a ata com mais tempo de preparação veio com termos que eu diria mais condizentes com as perspectivas futuras de harmonização da política fiscal com a política monetária. Que é o nosso desejo desde sempre", disse o ministro.

Ministro Fernando Haddad (Fazenda) em encontro com prefeitos em Brasília - Adriano Machado - 13.mar.23/Reuters

Pouco depois da reunião na semana passada, o titular da Fazenda tinha classificado o tom do comunicado do Copom como "muito preocupante". Na última quarta, o BC não cedeu à pressão pela redução dos juros, contrariou Lula e manteve a taxa básica (Selic) em 13,75% ao ano.

Na ata divulgada nesta terça, o BC fez eco ao discurso de Haddad sobre harmonia entre as políticas monetária e fiscal e seus efeitos positivos.

"O comitê reforçou que a harmonia entre as políticas monetária e fiscal reduz distorções, diminui a incerteza, facilita o processo de desinflação e fomenta o pleno emprego ao longo do tempo", disse a autoridade monetária no documento.

O Copom destacou também que uma regra fiscal "sólida e crível" pode ajudar no processo de desinflação ao produzir efeitos nas expectativas, embora a apresentação do novo marco não tenha relação direta e imediata com a política de juros.

O colegiado do BC ressaltou em dois trechos do comunicado a necessidade de ter "serenidade e paciência" ao longo do processo de desinflação em referência aos efeitos defasados da política monetária sobre a economia.

Questionado por jornalistas se o governo ajudaria o trabalho da autoridade monetária nesse sentido, Haddad rebateu dizendo que o BC também tem de colaborar com a gestão petista.

"O Banco Central também tem de nos ajudar, é um organismo que tem dois braços, um ajudando o outro. Sempre insisto nessa tese porque dá a impressão que um é espectador do outro, não é assim que a política econômica tem de funcionar. São dois lados ativos, concorrendo para o mesmo propósito, para o mesmo objetivo, que é garantir crescimento com baixa inflação", disse.

"Isso só é possível pela harmonização da política fiscal com a monetária, nós vamos atingir nossos objetivos, fazer o país depois de dez anos voltar a crescer de maneira sustentável, esse é o desejo do presidente", acrescentou.

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