Descrição de chapéu mercado de trabalho

Brasil cria 241 mil vagas formais de trabalho em fevereiro, diz Caged

Resultado acima das expectativas foi fruto de 1,95 milhão de admissões e 1,7 milhão de desligamentos

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São Paulo

O Brasil abriu 241.785 vagas formais de trabalho em fevereiro, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O resultado do mês passado vem do registro de 1,95 milhão de admissões e 1,70 milhão de desligamentos e ficou acima da expectativa. Uma pesquisa da agência Reuters apontava a espera da criação de 161 mil empregos.

Prints da tela do aplicativo da carteira de trabalho digital
Aplicativo da carteira de trabalho digital - Divulgação

Em relação a fevereiro de 2022, houve queda de 26,4%. No período, tinham sido criados 328.507 postos de trabalho, nos dados sem ajuste, sem contar com as declarações entregues em atraso.

Na comparação com fevereiro do ano anterior, o número de admissões teve queda de 6,7%, enquanto os desligamentos caíram 1,7%. Ante janeiro, as admissões de fevereiro foram 2,7% maiores e os desligamentos recuaram 5,8%.

Considerando janeiro e fevereiro, foram abertas 326.356 vagas, no resultado mais baixo para os dois primeiros meses do ano desde a reformulação do Caged, em 2020.

Dessas 241,8 mil vagas, 77,3 mil são atípicas (trabalhadores aprendizes, intermitentes, temporários e aqueles com carga de até 30 horas semanais).

O maior número de vagas (152,2 mil) foi para empregos com faixa de remuneração de 1 a 1,5 salário mínimo e para trabalhadores com ensino médio completo (146,1 mil).

Os dados se referem somente às vagas com carteira assinada, de acordo com informações dadas pelas empresas. O Caged não mostra os dados do mercado informal, como faz a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O setor de serviços liderou a geração de empregos no período, com a criação de 164.200 postos de trabalho, seguidos por indústria geral, com 40.380 vagas.

O setor de construção, com 22.246 vagas criadas, e o de agropecuária, com 16.284, aparecem em seguida. Somente o setor de comércio registrou saldo negativo, com perda de 1.325 postos.

Fabio Bentes, economista sênior da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), lembra que os meses de janeiro e fevereiro são historicamente ruins para o comércio. As vendas desaceleram e isso se reflete no mercado de trabalho.

"Fevereiro de 2022 destoa, por terem sido 13 mil vagas abertas; agora são 1,3 mil vagas fechadas. É um sinal de que o primeiro semestre vai ser difícil: a inflação não está solucionada, e os juros reais também não ajudam. Como parte do comércio depende das vendas a prazo, é um problema a mais, com juros chegando perto de 60% de juros ao ano para o consumidor."

Bentes atribui o desempenho positivo dos serviços a uma demanda reprimida por esse tipo de consumo, que tem ficado acima do nível pré-pandemia. "A inflação de serviços também não atingiu nível tão forte quanto a de bens. E os juros não pesam tanto sobre os serviços quanto sobre o comércio."

As cinco regiões do país tiveram aumento nos empregos com carteira assinada. O salário médio das admissões de fevereiro foi de R$ 1.978,12 —retração de 2,47% em relação ao mês anterior, ou R$ 54,14 a menos.

São Paulo (65,4 mil), Minas Gerais (26,9 mil) e Paraná (24,1 mil) foram os estados com maior saldo no período. Já os menores ficaram com Amapá (139), Alagoas (160) e Roraima (220).

O estoque de empregos formais, que representa a quantidade desse tipo de posto de trabalho atualmente no país, chegou a 42.770.781 em fevereiro, ante 42.527.722 mês anterior.

No mês, o número de pedidos de seguro-desemprego teve um leve recuo ante o registrado em janeiro —passou a 557,8 mil em fevereiro, vindo de 614,1 mil solicitações. Fatores sazonais também influenciam neste resultado, em fevereiro do ano passado, esse número era de 550,3 mil pedidos.

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