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Yahoo Notícias fecha redação no Brasil e deixa de atualizar site

Empresa americana encerrou operações no país e fez cerca de 80 demissões

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São Paulo

O Yahoo encerrou nesta sexta-feira (31) seu site de notícias no Brasil. A redação no país foi fechada e cerca de 20 jornalistas foram dispensados.

O site tinha notícias de política, economia, esportes, celebridades e outros temas. Também produzia materiais em vídeo e conteúdos de branded content.

"Por uma decisão global do grupo Yahoo, o Yahoo Brasil encerrará suas atividades", escreveu Alessandra Blanco, que era diretora da empresa no país, em uma rede social. "Agradeço demais ao time incrível do Yahoo Brasil, valente e criativo até o fim."

Logo do Yahoo em prédio de Nova York, nos Estados Unidos
Logo do Yahoo em prédio de Nova York, nos Estados Unidos - Chris Helgren/Reuters

O fechamento foi comunicado aos funcionários brasileiros no começo de fevereiro. A redação do site ficava na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo.

A reportagem apurou que foram 80 demissões na operação do Yahoo no país. Os cortes afetam, além da área editorial, profissionais de negócios, tecnologia e publicidade.

Criado em 1994 nos Estados Unidos, o Yahoo foi uma das primeiras gigantes de tecnologia que ganharam milhões de dólares com serviços prestados na internet. O site começou com um diretório de páginas online e depois se tornou referência em buscas, antes de o Google dominar o serviço.

Ainda nos primeiros anos, a empresa investiu na criação de um portal de notícias e buscou apostar em várias frentes, como provedor de email, armazenamento de fotos e venda de anúncios direcionados online, distribuídos a partir do uso de dados de comportamento dos usuários.

A companhia americana mudou de dono duas vezes nos últimos anos. Em 2016, foi comprado pela operadora de telefonia Verizon, por US$ 4,8 bilhões. Três anos depois, em 2019, o fundo de investimento Apollo Global Management comprou 90% das ações do Yahoo e assumiu o controle.

No começo de 2023, a empresa anunciou que cortaria 20% de sua força de trabalho global, o que representaria cerca de 1.600 pessoas.

Em fevereiro, o CEO Jim Lanzone disse ao site Axios que os cortes vieram na esteira de uma mudança no setor de publicidade digital, que teve uma freada no ritmo de crescimento. De acordo com o Axios, o Yahoo lucrou US$ 8 bilhões em 2022, considerando todas as suas áreas.

O setor de tecnologia tenta reajustar gastos ao atual cenário econômico, após forte crescimento durante a pandemia de Covid. Em março, a Meta anunciou o corte de 10 mil funcionários, apenas quatro meses após ter divulgado a demissão de outros 11 mil. Amazon, Microsoft e Google também fizeram desligamentos de mais de dez mil empregados neste ano.

Com o fim do site de notícias, o endereço yahoo.com.br passou a exibir uma barra para fazer buscas, no centro, e um aviso de que a publicação de conteúdos foi encerrada. O serviço de email segue operante.

A Folha entrou em contato com o Yahoo Brasil, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

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