Descrição de chapéu juros

Bolsa fecha em alta após divulgação de atividade econômica e desemprego no Brasil; dólar sobe

Índices mostram recuperação da economia recuperação da economia brasileira

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A Bolsa fechou em alta nesta sexta-feira (28), com a divulgação de indicadores de atividade econômica e desemprego no Brasil. O dólar subiu após dados sobre a inflação americana, que ainda mostra força, e com o fechamento da taxa Ptax.

O Ibovespa subiu 1,47%, a 104.431 pontos, acumulando alta semanal de 0,06%. No mês, a alta foi de 2,8%.

O dólar teve alta de 0,18%, a R$ 4,988, fechando pelo segundo dia consecutivo a menos de R$ 5,00.

Os mercados futuros também apresentaram em alta. Os contratos de juros com vencimentos para janeiro de 2025 subiram de 11,90% para 12,04%. Para 2027, foram de 11,67% para 11,79%, e os de 2029 saíram de 12,00% para 12,10%.

Dólar fechou abaixo dos R$ 5 nesta quinta-feira (27) - Thomas White - 5.fev.2023/Reuters

Nesta sexta, o BC (Banco Central) divulgou seu índice de atividade econômica, o IBC-Br, considerado uma "prévia do PIB", que sinalizou recuperação da economia brasileira em fevereiro, impulsionada por atividades agrícola e de serviços.

O índice registrou crescimento de 3,32% em fevereiro em relação ao mês anterior, a taxa de expansão mais elevada desde junho de 2020, na sequência das quedas intensas provocadas pelas paralisações devido à pandemia de Covid-19

"Os dados divulgados pelo IBC-Br e sobre o mercado de trabalho sinalizaram uma força da atividade econômica, influenciando no movimento de alta nas curvas de juros futuros. A força do setor primário, incluindo o agrícola, teve uma recuperação relativamente boa dos gastos com serviços, compensando a fraqueza em outros setores", afirma Luiz Felipe Bazzo, presidente-executivo do transferbank.

O IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatística) também divulgou que a taxa de desemprego do Brasil subiu para 8,8% no primeiro trimestre de 2023, após marcar 7,9% nos três meses imediatamente anteriores.

Mesmo em alta, a taxa é a menor para o primeiro trimestre desde 2015 (8%), quando a economia nacional amargava recessão. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 8,9% nos três primeiros meses de 2023.

"Os dados divulgados pelo IBC-Br e sobre o mercado de trabalho sinalizaram uma força da atividade econômica, influenciando no movimento de alta nas curvas de juros futuros. A força do setor primário, incluindo o agrícola, teve uma recuperação relativamente boa dos gastos com serviços, compensando a fraqueza em outros setores", afirma Luiz Felipe Bazzo, presidente-executivo do transferbank.

A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, afirma que o resultado pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos.

A Bolsa brasileira também foi beneficiada pela alta da Petrobras. As ações da empresa foram impulsionadas pela alta do petróleo e pela aprovação de pagamento de dividendos complementares aos acionistas da companhia.

As ações ordinárias da Petrobras fecharam em alta de 1,95%, enquanto as preferenciais subiram 1,63%.

A empresa anunciou nesta sexta uma redução de 9,9%, ou R$ 0,38 por litro, no preço do diesel em suas refinarias, a terceira queda desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O novo valor de venda do produto pela estatal, de R$ 3,46 por litro, passa a vigorar neste sábado (29).

A queda, segundo a Petrobras, "tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino".

Auxiliou o Ibovespa, ainda, a performance dos índices americanos.

Nos EUA, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou que o PCE (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês), indicador de inflação acompanhado pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) para tomada de decisões sobre os juros, teve alta de 4,2% em março na comparação anual, em linha com as expectativas do mercado e uma desaceleração quando comparado à subida de 5,1% registrada em fevereiro.

Apesar da diminuição, o indicador ainda mostra uma inflação persistente no país, o que reforça a expectativa de um novo aumento de juros de 0,25 ponto percentual pelo Fed na próxima semana. A meta de inflação da autoridade monetária é de 2%.

"Pensando que o Fed trabalha para combater um choque de demanda, o dado divulgado não traz alívio para o juro, que deverá ser elevado na próxima reunião do Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto] em 0,25 ponto percentual", diz Étore Sachez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

A expectativa é de que o Fed inicie uma pausa na escalada de juros após o aumento da próxima reunião. Os novos dados de inflação, porém, aumentam temores de que um aperto ainda maior seja necessário, disse à Bloomberg a economista Anna Wong.

"A previsão ainda é de que o Fed promova uma pausa depois da próxima alta, mas agora vemos um risco crescente de que eles precisem fazer mais [para controlar a inflação]", afirmou Wong.

Num geral, juros mais altos nos Estados Unidos tendem a favorecer o dólar globalmente, uma vez que elevam os retornos do mercado de renda fixa norte-americano, mais seguro.

O dólar também subiu por conta das negociações de fechamento da Ptax, uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.

Um destaque negativo nos EUA na semana foi o banco First Republic, que viu suas ações derreterem após ter revelado que seus clientes sacaram US$ 100 bilhões em depósitos em meio à turbulência bancária de março, desencadeada pela falência do Sillicon Valley Bank.

Nesta sexta, a agência Reuters, citando fontes com conhecimento do assunto, noticiou que as autoridades americanas estão se preparando para intervir na situação do banco, após negociações com credores privados não terem chegado a uma solução.

"O First Republic provavelmente terá que acessar o FDIC [garantidor de depósitos dos EUA], o que indica que o banco está a caminho de uma reestruturação de falência", afirma Guilherme Silveira Sahadi, chefe de informação da iVi Technologies.

As ações do First Republic caíam 54% nas negociações pós-mercado nos EUA e acumulam queda de 97% no ano.

Sobre a crise bancária, o Fed emitiu uma avaliação detalhada de sua falha em identificar problemas e pressionar por correções no Silicon Valley Bank antes do colapso do banco norte-americano, e prometeu supervisão mais severa e regras mais rígidas para instituições financeiras.

"A falha do SVB demonstra que há fraquezas na regulamentação e na supervisão que devem ser abordadas", afirmou Michael Barr, vice-presidente de supervisão do Fed, em uma carta que acompanha um relatório de 114 páginas complementado por materiais confidenciais que normalmente não são divulgados.

Os índices americanos, porém, fecham em alta, impulsionados pelos resultados positivos das empresas de tecnologia durante a semana.

O S&P 500 ganhou 0,83%. O índice de tecnologia Nasdaq subiu 0,69%, enquanto o Dow Jones teve alta de 0,80%,

(Com Reuters)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.