Gleisi faz ressalva a arcabouço fiscal e planeja debater com Haddad

Presidente do partido faz avaliação no mesmo dia em que Lula sai em defesa do ministro da Fazenda

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Brasília

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), fez ressalvas nesta segunda-feira (10) à proposta de regra fiscal apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em substituição ao teto de gastos. Durante reunião do Diretório Nacional do partido, ela afirmou que a proposta de arcabouço ameaça inibir o crescimento econômico.

As declarações de Gleisi foram feitas no fim da tarde, horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sair em defesa de Haddad. Em reunião de balanço dos primeiros cem dias de governo, Lula disse ter certeza que o país colherá os frutos plantados pela proposta.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante encontro com deputados federais no Ministério da Fazenda. - 08.02.2023-EDU ANDRADE/Ascom/MF

Já na reunião petista, Gleisi voltou a criticar as taxas de juros praticados no país. Sua preocupação é que haja uma combinação de uma política monetária restritiva com uma execução fiscal também inibidora de crescimento.

Ainda segundo participantes, ela informou que economistas alinhados ao PT serão chamados a debater a proposta do governo Lula. Muitos deles têm criticado publicamente o projeto.

A presidente do PT disse ainda que o próprio ministro da Fazenda será convidado a falar sobre o desenho do arcabouço. Durante a reunião, petistas questionaram o fato de desconhecerem o teor do projeto a ser formalmente apresentado pelo governo ainda esta semana.

O fato de os petistas não estarem inteiramente informados sobre o projeto deverá constar de nota a ser divulgada ainda nesta segunda.

Na reunião da manhã, Lula chegou a afirmar que teve o ímpeto de responder publicamente a um artigo duro sobre Haddad, sendo contido pelo ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Segundo petistas, ele se referia à entrevista do deputado Lindbergh Farias (PT), que, à Folha, comparou o arcabouço à uma tentativa frustrada de pacto com diabo, descrito no livro "Grande Sertão: Veredas".

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