Descrição de chapéu Governo Lula

Governo precisa melhorar engrenagem política para votar arcabouço, diz Lira

O presidente da Câmara afirma também que é preciso que o Executivo azeite sua base para outras votações de temas econômicos

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Brasília

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (13) que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa "melhorar a sua engrenagem política" para conseguir a votação de temas econômicos, caso do novo arcabouço fiscal.

"O governo precisa, sim, melhorar a sua engrenagem política. Fazer com que as coisas andem, para que a sua base esteja azeitada não só para a votação simplesmente do arcabouço, mas para os temas posteriores que serão necessários para a manutenção de um arcabouço que atenda as demandas necessárias de crescimento do nosso país, que atenda as necessidades de uma votação da reforma tributária que todo mundo quer, mas que quando chegar vai dar muito trabalho para costurar", afirmou Lira em entrevista à GloboNews.

O parlamentar afirmou ainda que há uma expectativa que o texto do arcabouço chegue à Câmara ainda nesta semana —e disse que trabalha com um prazo de 15 dias, após a chegada dele ao parlamento, para votar a matéria no plenário da Casa.

O presidente da Câmara Arthur Lira em entrevista a jornalistas em Brasília (DF) - Gabriela Biló - 27.mar.2023/Folhapress

Em seguida, disse que pretende votar a reforma tributária ainda no primeiro semestre. "Estamos esperançosos de votar a reforma tributária possível. Ou uma mais ampla com um prazo maior de validade, com um delay de atuação mais longo, com transição, ou uma possível com efeito mais imediato."

Ele ainda destacou a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com disposição de diálogo com os parlamentares.

Lira também afirmou que o recém-formado bloco na Câmara com 173 deputados não foi criado para fazer oposição ou chantagem ao Executivo. "Não é para fazer oposição ao governo, não é para fazer chantagem. A Câmara não tem criado qualquer dificuldade para o governo."

O presidente ressaltou que ele é "cumpridor de acordos" e que poderia ter ganhado sua reeleição sem a ajuda do PT.

"Mas eu aceitei o apoio do PT. Não farei nenhum movimento para atrapalhar a governabilidade do meu país. Sou parceiro para ajudar os projetos importantes para o país. Estamos apoiando o arcabouço fiscal, estamos ao lado do ministro Haddad, conversando diariamente com o secretário-executivo [Gabriel] Galípolo. O que é questionado dentro do partido do governo, não nos partidos aliados."

O parlamentar conseguiu atrair atrair partidos de centro, de direita e da base do governo para formar um bloco com 173 deputados —tornando-se a maior força da Casa.

O grupo é formado por PP, União Brasil, PSDB-Cidadania, Solidariedade, Patriota e Avante, além das legendas de esquerda PDT e PSB. A aliança foi oficializada na quarta (12).

Na entrevista nesta quinta, o presidente da Casa negou que esse movimento foi uma reação à criação anterior de um bloco que rachou o centrão e uniu Republicanos, MDB, PSD, Podemos e PSC, com 142 parlamentares —e que reduziu o poder de Lira.

Disse ainda que esse movimento é para tratar de questões internas da Casa e não tem relações com a disputa de sua sucessão na presidência da Casa em 2025.

"O nome que for posto agora, ele está morto em dois meses. Não é inteligente, conveniente nem é sábio fazer esse tipo de alegação, porque vai fritar nomes importantes no cenário político."

Lira também tratou do impasse entre as duas Casas sobre o rito de tramitação das medidas provisórias e afirmou que há um entendimento do governo de passar a enviar projetos de lei com urgência constitucional ao Congresso.

"Vamos cumprir o rito constitucional nas MPs que se adequarem ao que a Constituição preconiza: urgência, relevância e importância. As outras que não contiverem isso, o governo já tem esse entendimento, que não é nada de adversidade da Câmara nem do Legislativo, que as questões podem ser resolvidas com PL de urgência constitucional."

Ao final da entrevista, Lira afirmou ainda que trabalha com a perspectiva de votar o PL das Fake News na Casa entre os dias 26 e 27 deste mês.

"Todo mundo sabe que se não legislarmos, não coibirmos os excessos e impusermos os limites legislativos mínimos que sejam, nós vamos estar sempre nas mãos ou de um abuso ou de uma injustiça", disse.

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