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Ações de bancos regionais dos EUA caem em pior crise desde 2008

Setor está em foco depois que credor americano PacWest começou a avaliar possível venda

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George Steer Hudson Lockett
Londres e Hong Kong | Financial Times

As ações de vários bancos regionais dos Estados Unidos caíram nas negociações desta quinta-feira (4), durante a pior crise do setor desde 2008, ofuscando uma sugestão do Fed (Federal Reserve, BC dos EUA) de que em breve poderá interromper sua política de aumentos das taxas de juros.

O PacWest da Califórnia caiu mais de 50%, depois que o credor disse que foi abordado por potenciais parceiros e investidores sobre uma possível venda. Outros credores regionais, como Western Alliance e Metropolitan Bank, caíram 39% e 6%, respectivamente.

O SVB (Silicon Valley Bank), o Signature e o First Republic entraram em colapso desde março, com o índice KBW Regional Banking caindo 35% nos últimos três meses.

O banco Pacific Western na Califórnia, EUA - Mike Blake - 22.mar.2023/Reuters

Enquanto isso, o preço das ações do First Horizon caiu 33% depois que o credor com sede em Memphis e o TD Bank do Canadá disseram que obstáculos regulatórios os levaram a concordar mutuamente em encerrar planos de uma fusão.

Na quinta-feira (4), o Federal Reserve elevou a taxa dos fundos federais para uma nova meta de 5% a 5,25%, o nível mais alto desde meados de 2007. A última declaração do Fed removeu a orientação anterior afirmando que um aperto monetário adicional "talvez seja apropriado" e enfatizou que sua abordagem de política dependeria substancialmente dos dados econômicos.

Falando após a decisão de política, o presidente Jay Powell disse que o banco central ainda espera que a inflação demore para atingir sua meta. "Nós do comitê temos a visão de que a inflação não vai cair tão rápido [...] se essa previsão estiver correta, não seria apropriado cortar as taxas", disse ele.

Analistas disseram que as mudanças na declaração do Fed podem marcar o fim do atual ciclo de aperto. No entanto, embora os mercados tenham precificado vários cortes de juros antes do final do ano, as opiniões foram divergentes sobre a probabilidade de uma flexibilização iminente enquanto a inflação persiste.

"Uma desaceleração, ou mesmo uma recessão leve, pode não ser suficiente para convencer o Fed a reverter o curso da política em breve", disse Tai Hui, estrategista de mercado do JPMorgan Asset Management.

Ray Sharma-Ong, diretor de investimentos para soluções de investimento multiativos na Abrdn, disse que as questões do setor bancário –como a recente falência do First Republic Bank– provavelmente não representam uma ameaça sistêmica, mas o aperto das condições de crédito pode pesar fortemente sobre o crescimento dos EUA e forçar o Fed a tomar medidas de apoio.

"Com a orientação futura do Fed [...] indicando uma forte mudança em direção à dependência de dados, esperamos que o Fed corte as taxas quando ocorrer uma recessão", disse Sharma-Ong.

Do outro lado do Atlântico, o Stoxx 600 regional da Europa caiu 0,47% após um aumento de 0,25 ponto percentual da taxa de juros da zona do euro pelo Banco Central Europeu.

O movimento marcou uma desaceleração de aumentos consecutivos de 0,5 ponto neste ano. A taxa básica de inflação da zona do euro subiu pela primeira vez em seis meses para 7% no ano até abril, embora o núcleo da inflação tenha caído pela primeira vez desde junho de 2022.

O índice de ações CSI 300 da China ficou estável após um feriado prolongado na quinta-feira, assim como o Kospi da Coreia do Sul e o S&P/ASX 200 da Austrália. O índice Hang Seng, de Hong Kong, foi a única grande referência a registrar ganhos, subindo 1,2%, enquanto os mercados no Japão estavam fechados devido a um feriado.

Tradução de Luiz Roberto Gonçalves

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