Descrição de chapéu Folhajus AGU

AGU recorre contra suspensão de presidente da Apex por falta de fluência em inglês

Posse de Jorge Viana como presidente da agência foi anulada em decisão de primeira instância

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Brasília

A AGU (Advocacia-Geral da União) recorreu nesta quinta-feira (25) da decisão da Justiça Federal do Distrito Federal que anulou a posse de Jorge Viana como presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) por falta de comprovação de fluência em inglês.

A decisão da Justiça também suspendeu a mudança no estatuto social da agência, implementada após a chegada do petista, que revogou essa exigência para o ocupante do posto. A AGU também recorre contra essa suspensão.

Viana é ex-senador e ex-governador do Acre pelo PT. Ele tomou posse no comando da instituição que promove o país no exterior em 10 de janeiro.

O ex-governador do Acre Jorge Viana - Pedro França/Agência Senado

No recurso apresentado ao TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), o órgão que representa juridicamente o governo diz que Jorge Viana preenchia os requisitos para ocupar o cargo antes mesmo da vigência da mudança.

A AGU aponta que o estatuto da Apex-Brasil estabelecia, além da fluência em inglês comprovada por certificado de proficiência, outras duas possibilidades de comprovação de aptidão para o posto: experiência internacional por período mínimo de um ano ou experiência profissional no Brasil, de no mínimo dois anos, que tenha exigido conhecimento e utilização do idioma.

O órgão argumenta que Viana integrou por mais de sete anos a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado e que, ao longo do mandato, participou de 29 missões ao exterior e representou o Legislativo brasileiro em conferências nas Nações Unidas.

Segundo a AGU, a decisão também interfere em prerrogativa de indicação do presidente da Apex-Brasil pelo presidente da República.

Isso criaria, afirma o recurso, "grave empecilho à gestão dessa entidade, cujas relevantes atribuições não podem ser embaraçadas pela ausência de seu titular, interferindo excessivamente no mérito administrativo de escolha de agentes públicos e privados que dependem de especial confiança do presidente da República no planejamento e desenvolvimento do país".

A decisão que suspendeu a posse de Viana foi tomada pela juíza substituta Diana Wanderley, responsável pelo caso, que atendeu a um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), sob a alegação de que Viana "não preenche o requisito fundamental de fluência no idioma inglês, nível avançado, para ocupar o cargo que indevidamente assumiu".

De acordo ainda com o parlamentar, o petista teria "influenciado para alterar o Estatuto da Apex-Brasil e demais normativos, com o propósito de beneficiar a si próprio e, com isso, permanecer no cargo para o qual foi nomeado pelo atual presidente". O salário é de R$ 65 mil.

A agência é uma pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pasta comandada pelo vice Geraldo Alckmin (PSB)

A 5ª Vara Federal destacou o "grande capital político e curricular em gestão pública" de Viana, ex-governador e senador pelo PT do Acre, além de frisar que há "probabilidade de que atenda ao requisito que ainda não fora demonstrado no ato da posse, no caso, a proficiência em inglês avançado".

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