A dívida para quem não quita a fatura do cartão de crédito está ainda mais pesada. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Banco Central, os juros do rotativo subiram 14,4 pontos porcentuais de março para abril, atingindo o maior patamar desde 2017. A taxa ficou em 447,7% ao ano ante 433,3% no mês anterior.
A linha de crédito do rotativo é a mais cara do país, e o Banco Central descartou estabelecer um teto de juros para o produto. Na prática, os juros do rotativo podem virar uma dívida até cinco vezes maior após 12 meses. O Brasil tem cerca de 200 milhões de cartões de crédito ativos. O número é quase o dobro da população economicamente ativa do país.
O Banco Central também divulgou o volume total do crédito bancário, que se manteve em R$ 5,4 trilhões. O resultado, afirma o documento, resultou em queda de 0,6% nos empréstimos para as empresas e aumento de 0,2% nas operações de crédito para as pessoas físicas. Em 12 meses, o crédito total cresceu 11,1% até abril —menos do que os 12,1% no mês anterior.
Em relação às concessões de financiamentos com recursos livres às famílias, quando as condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, foi registrada alta de 0,3% no mês e de 13,9% em 12 meses. A soma atingiu R$ 1,8 trilhão em abril.
Este resultado, diz o Banco Central, decorre dos aumentos nas operações do crédito pessoal não consignado (1,8%), do crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público (0,6%) e do crédito pessoal consignado para aposentados e pensionistas do INSS (0,9%).
Já o volume de crédito com recursos livres para as empresas alcançou R$ 1,3 trilhão em abril, registrando retração mensal de 1% e expansão de 2,6% em 12 meses. Segundo o Banco Central, resultado reflete a queda das operações de desconto de duplicatas e outros recebíveis.
A taxa média de juros das novas contratações cobrada pelas instituições bancárias atingiu 45,1% ao ano em abril, aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao mês anterior.
O spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente, subiu para 32,7 pontos percentuais nos recursos livres, contra 31,7 pontos no mês anterior.
Inadimplência
A inadimplência no segmento de recursos livres ficou em 4,7%, contra 4,5% no mês anterior.
O endividamento das famílias atingiu 48,5% em março, com recuos de 0,1 ponto percentual no mês e de 1,3 ponto percentual em 12 meses. Na mesma base de comparação, segundo o Banco Central, o comprometimento de renda aumentou 0,3 ponto percentual no mês e 1,6 ponto percentual em 12 meses, ficando em 27,7%.
COMO FUNCIONA O ROTATIVO DO CARTÃO DE CRÉDITO
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A empresa que concedeu o cartão estabelece os juros, o limite e as condições do crédito rotativo, que só pode ser usado por um mês
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Se o cliente não conseguir pagar o valor total da fatura seguinte, a instituição financeira é obrigada por lei a oferecer outra linha de empréstimo com condições melhores que as do crédito rotativo
SAIBA UTILIZAR O CARTÃO DE CRÉDITO SEM RECORRER AO ROTATIVO
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Estabeleça um "teto de gastos" para seu cartão, que seja inferior ao limite total disponibilizado pela operadora do cartão
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Acompanhe a fatura, conferindo compras parceladas e se os valores lançados estão corretos
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Cuidado com as "parcelinhas". No fim, a soma de todas pode comprometer grande parte da renda mensal
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Evite comprar por impulso. Faça uso consciente do cartão e compre somente quando necessário
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Procure pagar o valor integral da fatura para evitar os juros e na data correta de vencimento
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Verifique se seu cartão é gratuito ou se você paga anuidade por ele. Caso tenha tarifas, vale a pena procurar alternativas sem custo
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Não empreste seu cartão para ninguém
Fonte: Serasa
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