Conta digital da Americanas, Ame faz demissões

Funcionários falam em quase cem desligamentos; empresa não confirma número e diz que cortes objetivam "simplificar estruturas e aumentar eficiência"

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São Paulo

A fintech da Americanas, Ame, vem anunciando demissões diariamente desde segunda-feira (8), segundo relatos de funcionários. Eles afirmam que o corte atinge 97 pessoas. Só nesta quinta (11), teriam sido 20 desligamentos.

A empresa confirma a redução do quadro, mas não informa o número de profissionais atingidos.

Segundo a Americanas, as demissões ocorrem também nas afiliadas Bit Capital e Nexoos Tec. A Ame tem cerca de 900 funcionários, de acordo com dados do LinkedIn.

A fintech é uma das empresas controladas pela Americanas S.A., junto com Americanas, Shoptime e Submarino.

"As movimentações foram em diferentes áreas e têm como objetivo simplificar estruturas e aumentar eficiência a partir do plano de reestruturação e transformação da companhia, com foco em sua saúde financeira, para responder com agilidade ao atual ambiente macroeconômico", diz a empresa, em nota.

Pessoas caminham à frente de lojas da Americanas em Brasília. Um homem de camisa polo listrada e mo chila está à esquerda do logo das Americanas, em uma parede branca.
Ações das Americanas se desvalorização em mais de 90%, após empresa informar rombo contábil bilionário em janeiro - Ueslei Marcelino/Reuters

A companhia afirma "manter compromissos com a transparência na relação com os sindicatos e todas as obrigações trabalhistas, como prevê a legislação".

Na rede social voltada ao mundo do trabalho LinkedIn, a reportagem encontrou postagens sobre desligamentos da Ame feitas por psicólogos organizacionais, profissionais administrativos, de experiência do cliente, monitoramento de qualidade e treinamento. Os desligamentos afetam posições de liderança e gestão.

A Americanas está em processo de recuperação judicial desde janeiro. Em meados de abril, a varejista e parte dos bancos credores concordaram em suspender por cerca de 30 dias o embate judicial que vinham travando.

Os negócios da Americanas passam por reestruturação depois que o valor de mercado da companhia derreteu com o anúncio de uma dívida na casa de R$ 20 bilhões em janeiro. As ações da Americanas S.A. desceram da casa dos R$ 10 para valores em torno de R$ 1, nos últimos meses.

Em fato relevante divulgado em 19 de janeiro, o diretor da Americanas S.A., João Guerra, afirmou que o grupo de acionistas da empresa havia informado o conselho de administração que pretendia manter a liquidez em patamares que permitissem o bom funcionamento de todas as lojas, do canal digital e da Ame.

"A companhia manterá seu esforço na busca por uma solução com os seus credores, para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo à atividade econômica, além de ser uma relevante pagadora de tributos."

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