Descendentes de escravizados na França recorrem à Justiça para obter indenização

Objetivo é obter uma reparação que alimente fundo para as demandas do grupo

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Paris | AFP

O Tribunal de Cassação da França, a suprema corte do país, examinou nesta quarta-feira (31) um recurso apresentado por várias associações e indivíduos para obter reparação do Estado pelo "preconceito transgeracional" sofrido pelos descendentes de escravizados.

Após a rejeição de sua denúncia em primeira instância e em apelação, três associações e 23 indivíduos recorreram ao Tribunal de Cassação para estabelecer o preconceito relacionado ao tráfico de africanos, no qual a França participou ativamente desde o século 17 até a abolição da escravidão, em 1848.

Estátua 'Solitude', do artista Didier Aubrat, uma figura histórica e heroína na luta contra a escravidão na Guadalupe francesa. Ela já foi tema de lendas e símbolo da resistência feminina - Christophe Archambault - 10.mai.2022/AFP

O reconhecimento desse preconceito permitiria, segundo o advogado dos demandantes, Patrice Spinosi, "ir além" da lei, "apenas simbólica", votada em 2001 na França e que estabeleceu o tráfico de escravos e a escravidão como crimes contra a humanidade.

O objetivo é obter uma indenização que alimente um fundo para as demandas dos descendentes de escravizados, disse Spinosi à AFP.

A advogada-geral, Blandine Mallet-Bricout, que representa o Ministério Público, defendeu a rejeição do processo.

O Tribunal de Cassação anunciará sua decisão em 5 de julho.

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