Governo não pode admitir renovação de empresas com problemas como a Light, diz ministro

Segundo Alexandre Silveira, concessionárias não podem ter condições que coloquem em risco a qualidade dos serviços

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Marta Nogueira
Rio de Janeiro | Reuters

Empresas com problemas de gestão na distribuição de energia elétrica não podem ser admitidas em processos de renovação das concessões, afirmou nesta segunda-feira (8) o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, citando o caso da Light.

Enquanto o modelo de renovação das concessões de distribuição de energia ainda está em discussão, uma série de concessionárias têm contratos vencendo entre 2025 e 2030. O da Light tem previsão de vencer em meados de 2026.

Para participar do processo, disse o ministro, as empresas não podem apresentar condições técnicas ou econômicas que coloquem em risco a qualidade de serviços públicos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira - Adriano Machado - 6.dez.2022/Reuters

"Nós não podemos admitir que empresas que não têm eficiência na gestão continuem participando de processos de renovação ou que busquem exclusivamente a solução desses processos nos corredores da Aneel e do Ministério de Minas e Energia, e a Light é um exemplo disso", afirmou Silveira.

"Apesar dos problemas específicos que nós reconhecemos no Rio de Janeiro de perdas [por furtos de energia], a Light não vem apresentando ao Ministério de Minas e Energia respostas à altura com relação à sua eficiência administrativa."

Responsável pela distribuição de energia em mais de 30 municípios do Rio de Janeiro, a Light enfrenta um grave desequilíbrio financeiro, tendo conseguido na Justiça uma liminar para suspender temporariamente obrigações financeiras da ordem de R$ 11,1 bilhões.

Procurada, a Light afirmou que não irá comentar as declarações feitas pelo ministro, e disse que está em dia com todas as suas obrigações fiscais e intrassetoriais.

Silveira voltou a defender na entrevista que o modelo de renovação das concessões não traga "onerosidade".

"Ou seja, não seja cobrado um ônus de outorga para essas renovações, mas que seja sim cobrada a ampliação da qualidade do volume de investimentos e da qualidade dos serviços prestados pelas distribuidoras", afirmou.

O ministro também ressaltou que serão buscadas ainda contrapartidas sociais nessas renovações.

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