Descrição de chapéu Folhainvest JBS

Gripe aviária pesa sobre ações de frigoríficos em período negativo para o setor

BRF e Marfrig foram as mais castigadas na sessão; JBS acumula queda de 22% no ano

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São Paulo

Em meio a um período turbulento para os frigoríficos, com desempenhos mais fracos, as ações de companhias do setor foram ainda mais castigadas na sessão desta terça (23) após o governo decretar estado de emergência devido a registros de casos de gripe aviária no Brasil.

Nesta segunda (22), o Ministério da Agricultura e Pecuária declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional devido a casos de gripe aviária detectados em aves silvestres.

Segundo a pasta, a medida tem como finalidade evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comercial.

Mesmo sendo apenas uma medida preventiva, investidores monitoram uma possível redução de oferta de aves comerciais, segundo operadores de mercado consultados pela Folha.

Produtos em um mercado da JBS, em São Paulo, Brasil. - Xinhua/Rahel Patrasso

Os frigoríficos que têm carne de frango em seu portfólio e que possuem capital aberto na Bolsa de Valores são JBS, BRF e Marfrig.

A Marfrig encerrou a sessão desta terça em queda de 5,18% na B3, a R$ 6,59, o maior tombo do pregão entre os papéis que compõem o Ibovespa. A BRF recuou 4,91%, a R$ 7,75, a terceira maior queda do dia.

Já a JBS teve uma baixa mais leve, de 0,93%, valendo R$ 16,98, após amargar forte desvalorização em pregões passados por causa de seu balanço do primeiro trimestre.

MOMENTO NEGATIVO

De janeiro a março a JBS registrou compressão nas margens de todas as suas unidades de negócios, em meio a um excesso de oferta de proteína no mercado externo e custos mais altos de grãos no Brasil. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia ficou em R$ 116 milhões, queda de 97,2% ante o mesmo período de 2022. No ano, o papel se desvaloriza 22,78%.

No curto prazo, analistas esperam a continuidade da reação negativa do mercado.

"Enquanto a JBS continua enfrentando essa tempestade perfeita, com um ciclo de baixa de proteína em todas unidades de negócios, acreditamos que os investidores irão ignorar o preço barato da ação e permanecerão à margem, esperando por um ponto de entrada melhor", disse o Itaú BBA em relatório no dia 11 de maio.

A BRF também reportou resultados fracos no primeiro trimestre, e embora o Ebitda ajustado tenha subido 300% frente ao mesmo período do ano passado, o número veio abaixo do esperado pelo mercado.

"Embora reconheçamos que os custos mais baixos de grãos podem melhorar significativamente a lucratividade daqui para frente, acreditamos que os casos recentes de gripe aviária no Brasil podem colocar uma fatia significativa da receita da BRF em risco", escreveu o Goldman Sachs em relatório no dia 15 de maio.

A Marfrig registrou Ebitda ajustado de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre, queda de 45% frente ao mesmo período de 2022, impactada sobretudo pela divisão norte americana da companhia. Apesar de vislumbrar um cenário positivo para a empresa no Brasil, onde o ciclo do gado deve ser mais benigno nos próximos trimestres, no médio prazo o Itaú BBA mantém visão conservadora para a empresa, "com base em incertezas em relação à normalização do nível de geração de fluxo de caixa".

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