Descrição de chapéu Folhainvest Banco Central

Mercado reduz projeções de inflação e melhora estimativa para PIB de 2023

Expectativa é de que IPCA suba 5,80% neste ano e 4,13% em 2024

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Luana Maria Benedito Marcelo Azevedo
São Paulo | Reuters

Especialistas reduziram suas perspectivas para a inflação tanto neste ano quanto no próximo, enquanto melhoraram prognósticos para o crescimento da atividade brasileira em 2023, mostrou pesquisa semanal Focus, do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira (22).

Agora, a expectativa é de que o IPCA (o índice oficial de inflação) suba 5,80% neste ano, o que representa uma revisão significativa para baixo ante a taxa de 6,03% prevista na semana passada. Para 2024, a redução na projeção foi mais modesta :4,13% ante 4,15% esperados na última sondagem.

O Banco Central, em Brasília - Adriano Machado - 14.fev.2023/Reuters

Para os dois anos seguintes a estimativa para a inflação segue sendo de 4%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025, de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Apesar da redução das expectativas para a inflação, as projeções para a Selic, a taxa básica de juros, até o fim do ano mantiveram-se inalteradas. A perspectiva dos economistas para a taxa ao fim de 2023 foi mantida em 12,50% pela quinta semana consecutiva, enquanto o prognóstico para 2024 seguiu em 10% pelo 14° boletim seguido.

"A redução das expectativas do Focus mais confirma a probabilidade desse cenário ocorrer do que nos faz mudar o cenário. As revisões para baixo foram relevantes em 2023, provavelmente refletindo redução de combustíveis na semana passada, mas a redução da expectativa em 2024 foi muito mais tímida", diz o Bradesco.

O banco prevê que um primeiro corte será feito em setembro, e a Selic terminará o ano em 12,25%.

A Warren Rena também manteve sua projeção de queda nos juros a partir de setembro. A casa espera, porém, que a Selic esteja em 12% no final do ano. Segundo os analistas, a queda nas expectativas de inflação teria que ser mais significativa para justificar uma eventual antecipação de cortes na Selic.

Já o Bank of America é mais otimista, apostando que o Copom fará a primeira redução da taxa de juros em agosto, chegando a 11,75% no fim de 2023, mantendo o cenário projetado após a última reunião do comitê, no início de maio.

Os juros brasileiros estão atualmente em 13,75% ao ano, nível elevado que tem sido criticado de forma recorrente pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nesse cenário, os mercados futuros tiveram leve alta nesta segunda. Os contratos para janeiro de 2024 subiram de 13,30% para 13,31%, enquanto os com vencimento em 2025 foram de 11,70% para 11,76%. Os para 2026 saíram de 11,22% para 11,30%.

Projeção para o PIB tem alta

O prognóstico para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano também foi revisado para cima, com o mercado projetando crescimento de 1,20% —uma melhora ante a expansão de 1,02% calculada na semana anterior. Ao mesmo tempo, a projeção dos analistas consultados para a taxa de câmbio foi a R$ 5,15 no final de 2023, ante R$ 5,20 por dólar no último boletim Focus.

A alta na expectativa de crescimento deste ano veio após dados do Banco Central terem mostrado na semana passada que o IBC-Br, um indicador que mensura a atividade econômica, ter crescido bem mais do que o esperado no primeiro trimestre deste ano.

Para 2024, por outro lado, a estimativa para o crescimento do PIB foi revisada para baixo em 0,08 ponto percentual, para 1,30%. A projeção de taxa de câmbio para o final desse período foi mantida em R$ 5,20.

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