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Sombra dos nazistas ofusca grande leilão de joias na Suíça

Peças pertenciam a Heidi Horten, bilionária austríaca cujo marido construiu sua fortuna na Alemanha nazista

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Genebra | AFP

Centenas de joias pertencentes à falecida bilionária austríaca Heidi Horten foram a leilão este mês em uma venda organizada pela Christie's, a qual várias organizações pedem que seja suspensa, devido aos laços de seu marido com os nazistas.

ONG conhecida por rastrear criminosos de guerra nazistas foragidos, o Centro Simon Wiesenthal se opõe à venda, porque o marido de Heidi, Helmut Horten, construiu sua fortuna na Alemanha durante o regime nazista, do qual era simpatizante.

A receita da venda desta coleção, avaliada entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões (R$ 745,3 milhões e R$ 993,8 milhões, na cotação atual), será destinada à caridade.

Leilão da Christie's tem centenas de joias que pertenciam à bilionária austríaca Heidi Horten, cujo marido, empresário alemão, fez fortuna sob o regime nazista - Fabrice Coffrini - 8.mai.2023/AFP

Uma das principais atrações deste leilão de 700 joias que pertenceram a Heidi Horten, falecida em 2022, é um anel Cartier com um valioso rubi "sangue de pombo" de 25,59 quilates.

O preço desta aliança é estimado entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões (R$ 74,5 milhões e R$ 99,3 milhões), explicou o diretor internacional de joias da Christie's, Rahul Kadakia, na apresentação desta segunda-feira (8).

Do total da coleção, 300 lotes são propostos online até 15 de maio. Menos de 100 serão leiloados na Christie's de Genebra na quarta-feira (10) e outras 150 peças, na sexta-feira. As demais peças serão vendidas online em novembro.

Segundo o ranking anual das pessoas mais ricas do mundo elaborado pela revista Forbes, a fortuna de Heidi Horten totalizava US$ 2,9 bilhões (R$ 14,4 bilhões). A origem do dinheiro de Horten, que já foi dona de uma das grandes redes de lojas de departamentos da Alemanha, atrai críticas.

O Centro Simon Wiesenthal e o American Jewish Committee (AJC) pediram à Christie's que suspendesse a venda. A casa de leilões disse que concordou em sediar o leilão "já que todos os lucros da venda irão para a caridade".

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