Trabalhador diz ter feito xixi nas calças por não poder sair de quiosque do Burger King

OUTRO LADO: Empresa afirma que afastou envolvidos e que não tolera falta de respeito

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São Paulo

Um funcionário da rede de lanchonetes Burger King disse na quinta-feira (18) à tarde ter sido impedido de deixar o quiosque em que trabalha para usar o banheiro, o que teria feito com que ele fizesse xixi nas calças. Ele trabalha em uma unidade instalada em um shopping em Aracaju (Sergipe).

José Vinicius Santos divulgou o ocorrido em sua conta na rede social Instagram. "Quero relatar aqui o inevitável", disse, no vídeo. "Porque se sair daqui do quiosque, eu levo advertência. Na segunda, eu levo suspensão, e na terceira é justa causa", afirmou.

José Vinicius Santos, que é funcionário de uma franquia do Burger King em Aracaju, contou que urinou na roupa após ser proibido de utilizar o banheiro sob risco de demissão por justa causa - @José Vinicius Santos no Instagram

O funcionário da rede também relatou ter recebido uma advertência no dia anterior por ter deixado o posto de trabalho ao fim do expediente. "Cheguei 8h20 e bati [o ponto] 16h40. Fui embora na minha hora e tomei uma suspensão."

"Isso aqui é uma injustiça e não pode acontecer", afirmou Santos, no vídeo que se tornou viral algumas horas depois da publicação.

No texto que acompanhou o vídeo, ele disse que a situação "parece até piada".

"Não posso sair do quiosque porque se não levo advertência, já recebi uma ontem porque eu não quis fazer hora extra, exatamente, levei advertência porque não fiz hora extra, isso é revoltante, totalmente inaceitável", escreveu.

Em nota, o Burger King disse lamentar profundamente o que aconteceu e afirmou não tolerar qualquer tipo de falta de respeito.

"Informamos que as pessoas envolvidas no caso foram afastadas enquanto apuramos todas as informações. Estamos prestando todo o apoio e acompanhando o colaborador. Temos na nossa cultura a prática do respeito com as pessoas em qualquer ambiente e não deixaremos de tomar todas as medidas cabíveis."

A advogada Gabriela Dell Agnolo de Carvalho, da área trabalhista do escritório Peluso, Stupp e Guaritá Advogados, diz que a situação vivida pelo funcionário da rede de lanchonetes é passível de danos morais em uma ação trabalhista.

A empresa não poderia ter vetado o acesso ao banheiro, prática que, nesse caso, resultou no evento extremo relatado por José Vinicius Santos no Instagram.

"Além disso, se entender que não tem mais condições psíquicas de manter-se trabalhando no mesmo local pode pleitear o pedido de rescisão indireta do contrato de trabalho perante a Justiça", afirma. Na rescisão indireta, o trabalhador assegura os mesmos direitos de uma rescisão sem justa causa, como multa do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e acesso ao seguro-desemprego (se já tiver conquistado o direito).

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