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Nova oferta pelo controle da Braskem
As ações da Braskem fecharam em alta de 6% nesta segunda na Bolsa após a Unipar ter comunicado ao mercado uma oferta para assumir o controle da petroquímica.
- Esta é a segunda proposta pelo controle da Braskem. A primeira foi divulgada no mês passado, pelo fundo Apollo e a estatal árabe Adnoc.
Em números: a Unipar prevê ficar com 34,36% do total de ações da Braskem, avaliando cada uma em R$ 36,50. Os papéis fecharam esta segunda em R$ 27,15.
Entenda: a oferta é pela participação que a Novonor (ex-Odebrecht) tem na Braskem, de 38,3%. Esses papéis estão nas mãos de bancos credores —Santander, BB, BNDES e Bradesco.
- No passado, para se reerguer dos impactos da Lava Jato, a Odebrecht empenhou suas ações da Braskem em empréstimos bancários que somaram R$ 14 bilhões.
- A oferta da Unipar soma cerca de R$ 10 bilhões, no que seria um desconto em relação ao valor emprestado pelos bancos.
- Ela também prevê que a Novonor continuaria com uma posição minoritária de 4% na Braskem.
Para o negócio ir adiante, ele deve ser aceito pelos bancos, pela Novonor e pela Petrobras, que tem 36,1% da Braskem e direito de preferência de compra da petroquímica.
De acordo com a coluna Painel S.A., a Unipar avalia que sua proposta será aceita pela Novonor e pela Petrobras. Dados internos da companhia mostram que a oferta é superior em 40% à apresentada pela Adnoc.
O empecilho, além dos bancos, está sobre a indenização a ser paga ao estado de Alagoas pelo afundamento do solo em um bairro da capital Maceió, resultado de uma exploração de minério pela Braskem.
Quem é quem na disputa pela petroquímica:
- Braskem: é a sexta maior petroquímica do mundo e a maior produtora de resinas termoplásticas nas Américas. Ela fechou 2022 com uma dívida líquida de US$ 4,8 bilhões (R$ 23,4 bi).
- Unipar: líder na produção de cloro e soda e a segunda maior produtora de PVC na América do Sul. Sem dívidas, teve lucro líquido de R$ 1,3 bilhão em 2022. A Braskem é sua fornecedora de matéria-prima.
- Novonor (ex-Odebrecht): tem 38,3% das ações da Braskem que estão nas mãos de bancos como garantia a uma dívida de R$ 14 bilhões.
- Petrobras: com 36% do capital da petroquímica, avalia exercer o seu direito de preferência e adquirir o controle, segundo noticiou o Painel S.A. em maio.
- Adnoc: estatal árabe que apresentou, junto ao fundo Adnoc, uma oferta de até R$ 47 por ação da Braskem. Novonor e Petrobras, porém, avaliaram que o valor final da oferta renderia aos acionistas algo entre R$ 27 e R$ 30 por ação.
Acordo prevê 'lock-up' para trio do 3G
O trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, acionistas de referência da varejista Americanas, podem ficar até três anos sem poder vender ações da varejista.
- O acerto seria parte de um eventual acordo com os bancos credores no plano de recuperação judicial da varejista, que declarou dívidas de R$ 43 bilhões.
Entenda: no mercado, o período sem poder negociar papéis é chamado de "lock-up" e é comum em ofertas iniciais de ações na Bolsa (IPOs).
A ideia é que os acionistas das empresas que chegam ao mercado não vendam suas posições logo que ela estreia na Bolsa, ao usar informações que só eles tinham quando o capital era fechado.
No caso da Americanas, o período de congelamento do trio de acionistas pode servir para que eles não deixem a bronca apenas na mão dos bancos –os credores terão uma participação significativa na varejista a partir da conversão de parte da dívida em ações.
Em que pé está a negociação? Os principais bancos credores afirmaram durante as divulgações de resultados de primeiro trimestre que esperavam um acordo com a companhia sobre as dívidas neste mês.
Há duas semanas, os debenturistas (detentores de títulos de dívidas) da varejista, que controlam quase R$ 11 bilhões do passivo da empresa, manifestaram oposição ao plano de recuperação judicial apresentado pela companhia.
- Entre outras propostas, o documento projeta que eles teriam que aceitar descontos de pelo menos 70% no valor devido pela empresa.
- A votação oficial do plano de recuperação ainda não tem data marcada.
George Soros passa o bastão
O bilionário George Soros, 92, vai transferir o controle de seu império econômico para o filho Alexander Soros, 37.
- Em entrevista ao Wall Street Journal, Alexander disse ser mais "político" que o pai.
Quem é Soros pai: nascido na Hungria, Soros ficou bilionário no mercado financeiro.Ele ganhou bastante notoriedade no Reino Unido quando lucrou cerca de US$ 1 bilhão apostando que a libra iria desvalorizar em 1992.
- Nos últimos anos, o ex-gestor de fundos tem sido alvo de teorias da conspiração antissemitas.
- Soros fundou a Fundação Open Society, responsável por direcionar a fortuna da família desde os anos 1990 para projetos que prometem fortalecer a democracia em dezenas de países.
- A entidade gasta cerca de US$ 1,5 bilhão por ano apoiando causas progressistas, organizações educacionais e direitos humanos em mais de 120 países.
Quem é Soros filho: o segundo mais novo da família vai assumir o controle de uma fortuna avaliada em US$ 25 bilhões (R$ 122 bilhões).
- A maior parte do patrimônio será destinada à Open Society nos próximos anos, entidade cujo conselho já é presidido por Alexander desde o fim do ano passado.
- Na entrevista ao WSJ, o substituto de George disse que está preocupado com a possibilidade de Donald Trump ser reeleito para a Casa Branca em 2024.
- Ele quer incluir nas pautas da fundação temas como direito ao voto, direitos reprodutivos e igualdade de gênero —além de ter um programa mais focado nos EUA.
- "Nosso lado tem que ser melhor em ser mais patriótico e inclusivo", disse ele. "Só porque alguém vota em Trump não significa que esteja perdido ou seja racista."
O reajuste nos planos individuais
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) aprovou nesta segunda o reajuste anual dos planos de saúde individuais e familiares no país. O índice máximo definido ficou em 9,63%.
Entenda: o teto é válido entre maio de 2023 a abril de 2024 e atinge cerca de 8 milhões de beneficiários, segundo a ANS. O cálculo é feito a partir da variação das despesas com atendimento aos beneficiários de planos de saúde e da inflação do ano anterior.
- O consumidor ainda pode ter dois reajustes do plano de saúde no mesmo ano, entenda aqui.
É diferente: os planos coletivos (empresariais ou por adesão), que somam 50,6 milhões de usuários no país, não estão sujeitos a esse limite e são reajustados por meio de negociações das próprias operadoras.
- Em abril, reportagem da Folha mostrou que, entre os planos coletivos por adesão, houve altas de quase 60% em 2023.
Nem gregos nem troianos: o reajuste aprovado pela ANS desagradou tanto órgãos de defesa do consumidor quanto empresas do setor.
- O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) afirmou que o teto de 9,63% "extrapola mais uma vez o limite do razoável".
- A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) diz que o limite está "aquém das reais necessidades de recomposição de custos".
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