Apoiada pelos EUA, Intel faz investimentos em série para ampliar produção de chips

Edição da newsletter FolhaMercado mostra como fabricante teve que se reestruturar para competir com rivais asiáticas

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São Paulo

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Intel expande atuação para 'virar a chave'

A Intel acertou com o governo da Alemanha nesta segunda (19) um pacote de subsídios de dez bilhões de euros (R$ 52,1 bilhões) para instalar no país uma fábrica de cerca de 30 bilhões de euros (R$ 156,5 bilhões).

O acordo será o terceiro grande investimento da fabricante de chips americana em quatro dias, após uma fábrica de US$ 4,6 bilhões (R$ 21,9 bilhões) na Polônia e uma planta de US$ 25 bilhões (R$ 119,4 bilhões) em Israel.

O que explica: a série de negócios faz parte do plano de reestruturação da fabricante americana, que conta com apoio do governo dos EUA para diminuir a distância para suas concorrentes, principalmente as asiáticas TSMC (Taiwan) e Samsung (Coreia do Sul).

Escritório da Intel próximo a Tel Aviv, Israel - Amir Cohen - 15.dez.2019/Reuters


A Intel dominava o mercado no fim do século passado com a produção de central processing units para computadores –conhecidas como CPUs aqui no Brasil–, mas viu suas rivais crescerem a partir da popularização dos celulares e com a produção de chips para outras companhias.

  • Entenda: nesse mercado, há empresas especializadas em dois processos, um envolvendo a fabricação dos componentes (TSMC e Samsung) e outro que projeta os circuitos (Nvidia).
  • A Intel até pouco tempo era "cliente de si própria", mas com a atual reformulação passou a ser fornecedora de chips para que outras companhias, como a Nvidia, façam o segundo processo.

A empresa deve ser uma das principais beneficiadas pela Lei dos Chips, um pacote de US$ 52 bilhões aprovado pelo Congresso americano para estimular a indústria, reduzir a dependência de países asiáticos e manter o país à frente da China na guerra tecnológica.

  • As fábricas da Intel instaladas nos EUA podem receber até US$ 12 bilhões –ou cerca de 23% do total– em subsídios da nova lei, segundo o Financial Times.

Maior encomenda de aviões da história

A Airbus anunciou nesta segunda a maior venda da história da indústria aérea.

Em números: a companhia low cost IndiGo, da Índia, irá comprar 500 modelos A320neo.

  • A aquisição supera a feita no começo deste ano, quando a Air India arrematou 470 aeronaves de Airbus e Boeing.

Os anúncios consolidam a posição do país asiático como grande potência emergente na aviação comercial.

Bolada: as estimativas são de que o acordo com a IndiGo, que domina o tráfego doméstico na Índia, possa ficar acima de US$ 50 bilhões (R$ 239 bilhões).

  • O negócio anterior foi estimado em US$ 70 bilhões (R$ 334 bilhões hoje) divididos entre os dois fabricantes.
  • Esses valores envolvem preços de tabela, mas as fabricantes costumam dar descontos significativos em grandes encomendas.
A320 da Airbus operado pela IndiGo - RAVEENDRAN - 8.set.2012/AFP

Airbus x Boeing: a compra da IndiGo dá força à fabricante francesa na sua disputa com a arquirrival americana.

É também uma resposta a um acordo anunciado no mês passado, quando a Ryanair fechou um contrato de fornecimento de até 300 aeronaves com a Boeing após uma longa briga entre as duas.

A Airbus segue liderando o mercado. Neste ano até maio, entregou 244 aeronaves, contra 206 da Boeing.


Michael Jordan lucra 10 vezes com time da NBA

Vencedor nas quadras, lucrativo fora delas.

A lenda do basquete Michael Jordan verá seu investimento no Charlotte Hornets, time da NBA, multiplicar em quase dez vezes ao vender sua participação majoritária na franquia.

  • O acerto com um consórcio de investimentos foi divulgado na última sexta (16) e prevê que Jordan manterá uma participação minoritária.

Em números: o astro da bola laranja gastou US$ 275 milhões em 2010 (cerca de R$ 484 milhões, na cotação da época) para ficar com a maior parte das ações do Hornets, time do estado onde ele atuou no colégio.

  • No acordo deste ano, o time foi avaliado em US$ 3 bilhões (por volta de R$ 14,5 bilhões), de acordo com o New York Times.

Lucrativo, mas… O sucesso do Hornets dentro das quadras não chegou nem perto da carreira estrelada de seu dono, que venceu seis títulos da NBA com o Chicago Bulls.

  • Nos 13 anos sob Jordan, o time de Charlotte foi aos playoffs apenas três vezes, sem ter passado dessa fase uma vez sequer.

Negócios em série: a venda do Hornets é mais uma em meio a outros acordos bilionários envolvendo times de ligas americanas. As franquias ficaram mais valorizadas com a renovação de acordos de transmissão –agora também disputados pelos streamings.

  • Em dezembro passado, o controle do Phoenix Suns, também da NBA, foi vendido por US$ 4 bilhões.
  • Em junho de 2022, o Denver Broncos, da NFL (futebol americano), foi comprado pelo herdeiro do Walmart por US$ 4,65 bilhões, o maior acordo da história envolvendo franquias de esportes americanos.

Dólar na mínima em um ano

O dólar seguiu sua tendência de queda ante o real nesta segunda e fechou em recuo de 0,95%, a R$ 4,776, o menor patamar desde maio de 2022.

A Bolsa também operou em clima positivo e subiu 0,92%, a 119.857 pontos, maior nível desde abril do ano passado. O dia foi de negociações reduzidas por causa de feriado nos EUA.

Por que o dólar vem caindo? Os movimentos da moeda costumam ser explicados por fatores internos e externos:

Aqui, a pesquisa Focus, que reúne as expectativas do mercado, mostrou nesta segunda que os analistas seguem vendo uma inflação menor não só neste ano, mas também nos próximos –cenário que mais importa para as decisões do Banco Central daqui para frente.

Lá fora, o dólar engata uma sequência de desvalorização contra outras moedas desde que o mercado antecipou que o Fed iria parar com o ciclo de alta de juros –o que aconteceu na semana passada. Novos aumentos neste ano, porém, ainda estão na conta.

É hora de comprar dólar para viajar? A taxa de câmbio é afetada por muitas variáveis, por isso fica difícil cravar uma projeção se a moeda deve continuar caindo ou voltar a subir.

  • O Focus, que reuniu as estimativas na semana passada, tem como mediana o valor de R$ 5 para a moeda no fim de 2023.
  • Mas há casas que já veem o dólar fechando o ano bem abaixo disso –o Goldman fala em R$ 4,40.
Erramos: o texto foi alterado

Em versão anterior do texto, a sigla da Taiwan Semiconductor ​​Manufacturing Company (TSMC) estava escrita incorretamente como "TMSC". O texto foi corrigido.

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