Cheques ainda são alternativa de pagamento, o desafio para despoluir a indústria aérea e o que importa no mercado

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São Paulo

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Quem usa cheque?

Na era do Pix e das maquininhas, ainda tem gente que prefere pagar com o bom e velho cheque. O total de transações com a modalidade analógica vem caindo, mas ainda está na casa de centenas de milhões por ano.

  • Foram 12,2 milhões de cheques compensados somente em abril de 2023, segundo o Banco Central;
  • No ano passado, houve 202,8 milhões compensados, queda de 38% na comparação com 2021, quando as compensações somaram 317 milhões;

Sim, mas… Em volumes financeiros movimentados, a redução não se dá na mesma escala. A queda do montante pago com cheques foi de 4% de 2021 para 2022.

  • Apesar de menos transferências estarem sendo feitas, o valor médio da transação cresceu.

Quem usa: mulheres de classe A e B entre 18 e 34 anos são o perfil principal, segundo uma pesquisa da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas).

O que explica: a possibilidade de parcelar uma compra sem passar pelo cartão de crédito é um dos motivos apontados por quem estuda o mercado para justificar o uso do talão de cheque.

Outro é o receio que uma parcela da população ainda tem em fazer transferências de grande valor com o Pix.

Minoria: as transações com o papel assinado representaram apenas 0,1% do total das feitas no país em 2022, segundo o Banco Central. O Pix lidera com 29%. Abaixo vêm cartões de crédito (19,5%), de débito (18,4%) e boleto (7%).

Aquela fumacinha do avião

Sabe aquela trilha branca deixada pelos aviões no céu? Ela é o resultado de um fenômeno chamado de "contrail", abreviação de "condensed trail" (trilha condensada), que ocorre quando os gases soltados pelos motores dos aviões congelam, formando cristais de gelo, vistos de longe.

O problema: o contrail tem materiais particulados e óxido de nitrogênio e também poluentes como o dióxido de enxofre. Geralmente, o rastro não inclui CO2.

  • "Esta condição não tem impacto apenas no clima, mas também na qualidade do ar e na saúde pública", explica Florian Allroggen, diretor de clima e sustentabilidade aeroespacial no MIT.

A indústria da aviação tem dificuldade em reduzir o grau de poluição gerado pela queima do querosene. O setor é responsável por cerca de 2,5% das emissões globais de dióxido de carbono, sem contar os efeitos não carbônicos como o óxido de nitrogênio e as esteiras de fumaça.

As promessas: as companhias aéreas adotaram o compromisso de se tornarem neutras em emissões de carbono até 2050, mas precisam detalhar melhor os planos para outros resíduos gerados pelos voos.

  • A partir de 2025, as empresas que atuam na Europa terão de mapear e reportar suas emissões dos demais poluentes.

Solução? O uso do hidrogênio verde é uma aposta da indústria, mas o prazo para isso se tornar viável ainda é amplo.

Quer saber mais? O repórter Thiago Bethônico explicou, em janeiro, (leia aqui) a chamada corrida pelo hidrogênio verde e por que o Brasil pode ser uma potência nesse setor.

Desconto no fim...

Os recursos solicitados pelas montadoras que aderiram ao plano do governo federal para reduzir o preço dos carros populares somam R$ 300 milhões, segundo reportagem da Folha. O montante representa 60% do teto disponível.

Como funciona: o governo oferece crédito tributário às montadoras que venderem os veículos com descontos aos consumidores. As empresas podem pedir recursos até que o limite de R$ 500 milhões em crédito seja atingido.

Ponta do lápis: os descontos patrocinados pelo governo vão de R$ 2.000 a R$ 8.000 ao consumidor que comprar um carro. Isso representa uma redução entre 1,6%, e 11,6% nos valores atuais.

Vai prorrogar? Na semana passada, em reunião ministerial, o presidente Lula teria brincado com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que era para avisar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que eles querem prorrogar o incentivo.

  • Oficialmente, no entanto, o governo nega as intenções de prorrogar a medida;
  • "Ele (Lula) fez uma brincadeira, não está no planejamento prorrogar o plano", afirmou o chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT).

Startup da Semana: Intellya

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2022, a Intellya faz varreduras em diversos ambientes na internet que são combinadas com ferramentas de IA (inteligência artificial) para identificar vazamentos e ameaças cibernéticas às empresas.

Em números: a empresa anunciou na última semana ter recebido um aporte de R$ 7,5 milhões, que a avaliou em R$ 25 milhões.

Quem investiu: o CEO da Dfense Security, Gabriel Paiva, que também assumirá o mesmo cargo na Intellya.

Que problema resolve: a empresa diz ter armazenado mais de 1 petabyte de dados (cerca de 1 milhão de gigabytes) e ter categorizado 15 bilhões de ameaças a partir de sua varredura em ambientes como dark web, deep web e surface web (entenda a diferença de cada um nesta coluna de Ronaldo Lemos de 2019).

A IA é usada para identificar falsos positivos em suas varreduras.

A startup também tem uma versão "freemium" (com funções básicas e gratuitas) para pequenas e médias empresas e para pessoas físicas.

Por que é destaque: após a disparada de casos de ransomware (sequestro de dados com a cobrança de resgate) e outros tipos de crimes digitais desde a pandemia, a cibersegurança foi alçada para o ranking das prioridades das empresas.

Pesquisa recente da PwC aponta que os riscos cibernéticos estão na frente de mudanças climáticas, conflitos geopolíticos e desigualdade social entre os temas que mais preocupam executivos de empresas brasileiras nos próximos 12 meses.

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