Governador do Rio diz que Light precisa se modernizar em vez de 'ficar chorando'

Empresa alega que problema de segurança é raiz de crise que levou a recuperação judicial

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Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, defendeu nesta quinta-feira (1º) que a distribuidora de energia Light não tem se empenhado para reduzir as perdas com furto de energia no estado, apontadas como principal razão para sua crise financeira.

A empresa pediu recuperação judicial e vem dizendo que não consegue cobrar por toda a energia que distribui por problemas de segurança pública no estado, que tem diversas áreas dominadas pelo crime organizado.

"A Light também precisa se movimentar para aumentar receita", disse Castro, citando como exemplo as empresas de saneamento que assumiram serviços no estado após a privatização da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto).

Fachada de subestação da Light na zona sul do Rio de Janeiro. - Folhapress

Essas empresas, diz, modernizaram a rede de distribuição e conseguiram reduzir perdas e captar novos clientes. E ressaltou que há oportunidades para melhorar a receita em outras áreas, além das que enfrentam questões de segurança.

"Não adianta, se tem um problema, ficar chorando ao invés de resolver", completou o governador, reconhecendo, porém, que o estado tem um papel a cumprir no enfrentamento ao crime organizado. "É um problema compartilhado".

A Light pediu recuperação judicial alegando que não tem condições de lidar com sua dívida e manter o atendimento da sua área de concessão ao mesmo tempo. A empresa tentar forçar uma renovação antecipada da concessão para renegociar dívidas.

Ela tem até o início da próxima semana para apresentar o pedido de renovação, mas ainda não o fez, informou o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa.

Ele concordou com críticas do governador, dizendo que a Aneel reviu os parâmetros de cálculo da tarifa da empresa em 2022, dentro do processo de revisão tarifária, segundo ele, reequilibrando as contas da companhia.

Feitosa diz que a Light permanece adimplente com seus compromissos com o setor elétrico e, por isso, uma intervenção não é factível nesse momento. Um plano de ação da companhia está sendo avaliado pela área de fiscalização da agência e, caso haja inconsistências, o cenário pode mudar.

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