Descrição de chapéu América Latina

São Paulo é a nona cidade mais cara para milionários viverem bem, diz pesquisa

Preços de serviços e produtos de luxo, como uísque, dispararam, aponta consultoria Julius Baer Group

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São Paulo

São Paulo está agora entre as dez cidades mais caras para milionários viverem bem, segundo a última edição do Relatório Global de Riqueza e Estilo de Vida, divulgado nesta terça-feira (20). Realizado anualmente pela consultoria Julius Baer Group, o estudo analisou uma cesta com 20 produtos e serviços que fazem parte do consumo dos HNWIs (sigla para indivíduo com alto patrimônio líquido, uma pessoa com investimentos superiores a US$ 1 milhão) em 25 cidades da Europa, da América Latina, da América do Norte, do Oriente Médio e da Ásia.

A capital paulista passou da 12ª posição, no ano passado, para a 9ª colocada na lista deste ano, ultrapassando Paris, Zurique, Sidney e Tóquio. Esta foi a primeira vez que uma cidade da América do Sul figurou entre as dez primeiras posições do ranking.

Imagem mostra varanda de prédio com vista para vários outros edifícios de São Paulo.
Vista para os Jardins e região da Paulista - Eduardo Knapp - 23.jun.22/Folhapress

De acordo com o estudo, São Paulo é a cidade mais cara para a maioria dos produtos importados, como bicicletas, bolsas femininas, ternos masculinos, aparelhos eletrônicos e relógios.

"Isso se deve em parte à carga tributária geral no Brasil, que é extremamente alta em comparação com os outros países, embora reformas para reduzir esses encargos e promover crescimento econômico de longo prazo estejam sendo discutidas", afirma o relatório.

Em relação ao ano passado, São Paulo também registra um aumento de 18,4% no preço médio da cesta geral analisada, na moeda local (R$), o que representa uma das maiores altas, segundo a consultoria. As maiores altas foram observadas em produtos e serviços como uísque, que cresceu 250%, lasik (cirurgia nos olhos) e suíte de hotel.

Apesar do cenário inflacionário, o estudo aponta reduções significativas em alguns dos itens na metrópole brasileira na comparação com o ano passado. A maior queda foi observada no preço dos carros, que chegou a cair 40% na comparação interanual, seguido por jantares em restaurantes de luxo (-28%) e sapatos femininos (-15%). Os produtos, no entanto, permanecem caros em relação a outras cidades, diz o relatório.

"Considerada uma das megacidades do mundo, a vida em São Paulo é, sem dúvida, cara. No entanto, ela também apresenta mais contrastes do que a maioria das outras cidades em nosso índice e é significativamente mais barata do que a média global em relação a imóveis de alto padrão, restaurantes sofisticados, hotéis e serviços jurídicos", afirma o relatório.

Veja lista das dez cidades mais caras para milionários viverem

  1. Singapura

  2. Xangai

  3. Hong Kong

  4. Londres

  5. Nova York

  6. Mônaco

  7. Dubai

  8. Taipé

  9. São Paulo

  10. Miami

Ásia ocupa topo do ranking

De acordo com o Julius Baer Group, os resultados apontam a Ásia como a região mais cara para os mais ricos viverem pelo quarto ano consecutivo. Pela primeira vez, Singapura alcançou a primeira posição do ranking, ultrapassando Xangai, que esteve no topo durante os últimos dois anos e agora ocupa o segundo lugar.

Hong Kong (3º), e Taipé (8º) também figuram entre as primeiras dez colocações.

Segundo o Julius Baer, ao considerar todos os locais analisados, o preço médio de produtos e serviços do Índice de Estilo de Vida aumentou 6%, em dólares, e 13%, nas moedas locais nos últimos 12 meses. O cenário é atribuído pela consultoria a fatores como inflação global, demanda do consumidor, que foi reprimida na pandemia, e encarecimento de matérias-primas, energia, combustível e mão de obra.

Ainda de acordo com o Julius Baer, a região que abrange a Europa, a África e o Oriente Médio se tornou, pela primeira vez, o lugar mais em conta para os mais ricos viverem bem, com cidades europeias, como Paris, Frankfurt, Milão e Barcelona, caindo no ranking.

Na região, mais da metade dos itens da cesta apresentaram queda no preço em dólares. Porém, quando a análise é feita na moeda local, a média dos preços sobe.

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