São Paulo está agora entre as dez cidades mais caras para milionários viverem bem, segundo a última edição do Relatório Global de Riqueza e Estilo de Vida, divulgado nesta terça-feira (20). Realizado anualmente pela consultoria Julius Baer Group, o estudo analisou uma cesta com 20 produtos e serviços que fazem parte do consumo dos HNWIs (sigla para indivíduo com alto patrimônio líquido, uma pessoa com investimentos superiores a US$ 1 milhão) em 25 cidades da Europa, da América Latina, da América do Norte, do Oriente Médio e da Ásia.
A capital paulista passou da 12ª posição, no ano passado, para a 9ª colocada na lista deste ano, ultrapassando Paris, Zurique, Sidney e Tóquio. Esta foi a primeira vez que uma cidade da América do Sul figurou entre as dez primeiras posições do ranking.
De acordo com o estudo, São Paulo é a cidade mais cara para a maioria dos produtos importados, como bicicletas, bolsas femininas, ternos masculinos, aparelhos eletrônicos e relógios.
"Isso se deve em parte à carga tributária geral no Brasil, que é extremamente alta em comparação com os outros países, embora reformas para reduzir esses encargos e promover crescimento econômico de longo prazo estejam sendo discutidas", afirma o relatório.
Em relação ao ano passado, São Paulo também registra um aumento de 18,4% no preço médio da cesta geral analisada, na moeda local (R$), o que representa uma das maiores altas, segundo a consultoria. As maiores altas foram observadas em produtos e serviços como uísque, que cresceu 250%, lasik (cirurgia nos olhos) e suíte de hotel.
Apesar do cenário inflacionário, o estudo aponta reduções significativas em alguns dos itens na metrópole brasileira na comparação com o ano passado. A maior queda foi observada no preço dos carros, que chegou a cair 40% na comparação interanual, seguido por jantares em restaurantes de luxo (-28%) e sapatos femininos (-15%). Os produtos, no entanto, permanecem caros em relação a outras cidades, diz o relatório.
"Considerada uma das megacidades do mundo, a vida em São Paulo é, sem dúvida, cara. No entanto, ela também apresenta mais contrastes do que a maioria das outras cidades em nosso índice e é significativamente mais barata do que a média global em relação a imóveis de alto padrão, restaurantes sofisticados, hotéis e serviços jurídicos", afirma o relatório.
Ásia ocupa topo do ranking
De acordo com o Julius Baer Group, os resultados apontam a Ásia como a região mais cara para os mais ricos viverem pelo quarto ano consecutivo. Pela primeira vez, Singapura alcançou a primeira posição do ranking, ultrapassando Xangai, que esteve no topo durante os últimos dois anos e agora ocupa o segundo lugar.
Hong Kong (3º), e Taipé (8º) também figuram entre as primeiras dez colocações.
Segundo o Julius Baer, ao considerar todos os locais analisados, o preço médio de produtos e serviços do Índice de Estilo de Vida aumentou 6%, em dólares, e 13%, nas moedas locais nos últimos 12 meses. O cenário é atribuído pela consultoria a fatores como inflação global, demanda do consumidor, que foi reprimida na pandemia, e encarecimento de matérias-primas, energia, combustível e mão de obra.
Ainda de acordo com o Julius Baer, a região que abrange a Europa, a África e o Oriente Médio se tornou, pela primeira vez, o lugar mais em conta para os mais ricos viverem bem, com cidades europeias, como Paris, Frankfurt, Milão e Barcelona, caindo no ranking.
Na região, mais da metade dos itens da cesta apresentaram queda no preço em dólares. Porém, quando a análise é feita na moeda local, a média dos preços sobe.
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