'Small caps' lideram rendimentos em maio, e bitcoin fica em último lugar

Ações de empresas menores podem se beneficiar de queda de juros; já a poupança ficou em último entre os investimentos que tiveram valorização

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São Paulo

As "small caps", ações de empresas com valor de mercado inferior ao de grandes companhias da Bolsa, foram as que ofereceram o melhor retorno em maio, segundo levantamento do buscador de investimentos Yubb.

O índice de small caps da Bolsa brasileira teve valorização acumulada de 13,54% no mês passado, liderando os investimentos considerados no ranking do buscador.

Os papéis costumam ser de empresas com menor porte de consumo e do setor imobiliário, mais ligadas à economia doméstica. Diferentemente de Vale e Petrobras, por exemplo, que sofrem mais impacto do preço das commodities no mercado externo, as small caps são mais sensíveis aos juros e tendem a se beneficiar com projeções de cortes na taxa Selic.

Já a poupança, investimento mais popular do país, teve valorização de 0,72%. Apesar de ter ficado acima da inflação medida pelo IPCA-15, que subiu 0,58% no período, a aplicação ficou em último lugar dentre as que tiveram valorização em maio.

Cédulas de dólar - Gabriel Cabral - 24.jan.19/Folhapress

Por isso, as small caps vêm sendo apontadas por especialistas como candidatas a ter um destaque positivo neste ano, diante da força que vêm ganhando as projeções de redução de juros no próximo semestre.

Seguindo as small caps, as BDRs (Recibos Depositários Brasileiros, na sigla em inglês) ficaram em segundo lugar, com rendimento médio de 5,90%. Os recibos são negociados na Bolsa brasileira e replicam índices de companhias estrangeiras.

A performance ocorre num mês positivo para alguns dos principais mercados acionários dos Estados Unidos, destino favorito dos aportes feitos por gestores locais. O S&P 500, que reúne as maiores companhias do país, subiu 0,26% no período, enquanto o Nasdaq, de empresas de tecnologia, subiu 5,80%.

Completando o pódio, os fundos imobiliários ficaram em terceiro lugar e o Ifix (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários), que mede o desempenho médio desses ativos, teve valorização de 5,43% em maio.

Entre os 16 investimentos analisados, o ouro e o bitcoin ficaram nas duas últimas posições, sendo as únicas com desvalorização no período. O ethereum, por sua vez, outra importante criptomoeda, teve alta de 1,40%

O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou o mês com alta de 3,74%, marcando o segundo mês consecutivo de ganhos. A aprovação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados e dados de inflação melhores que o esperado, que reduziram as projeções de juros para este ano, contribuíram para a boa performance do índice.

Já os dividendos pagos a acionistas tiveram desempenho inferior, com o Idiv (Índice de dividendos) da B3 rendendo 4,58%.

O dólar também mostrou-se resistente e subiu 1,72%, mesmo tendo registrado quedas significativas ao longo do mês. A moeda americana fechou o último pregão de maio valendo R$ 5,074.

Com a expectativa de queda da Selic neste ano, as small caps devem continuar a trajetória de alta, em especial ações de empresas de consumo, do setor imobiliário e de bens de capital, mais sensíveis à oscilação dos juros.

"As previsões de corte de juros dá mais visibilidade para essas empresas, e o mercado passou a olhar o cenário de longo prazo, acreditando que ele será melhor para os papéis ligados à economia doméstica", afirma Rodrigo Mello, gestor de renda variável da Tenax Capital, que acredita que há espaço para um desempenho ainda melhor das smalls caps nos próximos meses.

Nos Estados Unidos, ainda há dúvidas sobre as próximas decisões de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), e apostas de uma nova alta nas taxas ganharam força no último mês.

As especulações têm apoiado o dólar, já que, com o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, a renda fixa americana torna-se mais atrativa, o que beneficia a moeda do país.

O consenso do mercado, no entanto, ainda é de que o Fed deve promover uma pausa nos juros na próxima reunião, marcada para o dia 14 de junho. Um cenário de juros menores favoreceria as empresas americanas listadas em Bolsa e pode contribuir para impulsionar os índices dos EUA.

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