Canadá investiga Nike e outras empresas por suposto uso de trabalho forçado na China

Empresas teriam se beneficiado do trabalho de uigures; Nike não respondeu a pedidos de comentários

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Reuters

O órgão regulador da ética corporativa do Canadá lançou nesta terça-feira (11) investigações separadas sobre a Nike Canadá e a Dynasty Gold para apurar alegações de que as empresas usaram ou se beneficiaram do trabalho forçado de uigures em suas cadeias de suprimentos e operações na China.

As investigações foram iniciadas após uma avaliação inicial das denúncias sobre as operações no exterior de 13 empresas canadenses apresentadas por uma coalizão de 28 organizações da sociedade civil em junho de 2022.

Um relatório do chefe de direitos humanos da ONU no ano passado disse que o tratamento dado pela China aos uigures, uma minoria étnica majoritariamente muçulmana que soma cerca de 10 milhões de pessoas em Xinjiang, no extremo oeste do país, pode constituir crimes contra a humanidade. Pequim nega repetidamente o uso de trabalho forçado contra os uigures.

Loja da Nike em Pequim, na China - Florence Lo/Reuters

Esta é a primeira investigação desse tipo lançada pela agência canadense desde o lançamento de seu mecanismo de reclamações em 2021. Nenhuma outra agência canadense abriu investigações desse tipo no passado.

As denúncias contra as outras 11 empresas ainda estão sendo avaliadas, e relatórios são esperados nas próximas semanas, de acordo com comunicado do órgão fiscalizador dos direitos humanos nas empresas Canadian Ombudsperson for Responsible Enterprise (Core).

A Nike Canada e a Dynasty Gold são acusadas de terem ou terem tido cadeias de suprimentos ou operações na China identificadas como utilizando ou se beneficiando do uso de trabalho forçado de uigures, afirmou a entidade no comunicado.

A Dynasty Gold disse em uma resposta por e-mail que as alegações são "totalmente infundadas".

A Nike Canadá não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários da Reuters.

"Não pré-julguei o resultado das investigações. Aguardaremos os resultados e publicaremos relatórios finais com minhas recomendações", disse a ombudsperson Sheri Meyerhoffer no comunicado, acrescentando que o órgão fiscalizador está "muito preocupado" sobre como essas empresas optaram por responder a essas alegações.

A organização Core foi lançada em 2017 para monitorar e investigar abusos de direitos humanos principalmente por empresas canadenses de vestuário, mineração e petróleo e gás que operam no exterior.

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