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Inflação sueca continua alta, mesmo sem Beyoncé

Pressões sobre os preços continuam firmes, embora o forte aumento nos custos de restaurantes e hotéis diminua

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Louis Ashworth
Londres | Financial Times

A alta inflação na Suécia não pode mais ser atribuída a uma única mulher, com as pressões dos preços permanecendo fortes, mesmo eliminando-se o aumento de custos em restaurantes e hotéis que os economistas atribuíram aos shows de Beyoncé em Estocolmo.

A cantora americana foi lançada sob os holofotes macroeconômicos no mês passado, quando economistas vincularam os dois primeiros shows de sua turnê "Renaissance" –que começou na capital sueca em 10 de maio– a uma leitura inesperadamente alta da inflação naquele mês.

O Danske Bank culpou o aumento mensal recorde de 3,3% nos preços de restaurantes e hotéis em maio pela chegada de Beyoncé. A inflação nessa categoria desacelerou para apenas 0,33% em junho, sugerindo um efeito Beyoncé transitório.

"Esse tipo de 'turflação' parece não existir mais em junho, como sugerimos que havia em maio", disse Filip Andersson, chefe de pesquisa macroeconômica nórdica do banco credor. "Junho ainda foi um mês forte e sazonal [mas] a alta em maio foi simplesmente extraordinária."

No entanto, a inflação geral foi maior do que as previsões dos economistas e caiu apenas ligeiramente, de 9,7% em maio para 9,3% no mês passado, já que fatores domésticos superaram qualquer efeito relacionado aos shows da musa pop no país.

Os aumentos de preços de pacotes de férias, aluguel de carros e voos internacionais, com as férias de verão dos suecos, alimentaram um aumento mensal de 0,9% nos preços.

Adrian Prettejohn, economista europeu da Capital Economics, disse que há "algumas evidências de que pode ter havido um efeito Beyoncé" devido à desaceleração nos aumentos de preços de hotéis e restaurantes. No entanto, acrescentou ele, a mudança "não muda o quadro geral da inflação sueca, que é bastante forte, mais do que o esperado".

Os números da inflação de junho mantêm a pressão sobre o Riksbank, que deve aumentar as taxas de juros em 25 pontos base, para 4%, em sua reunião de setembro.

O Statistics Sweden, departamento de estatísticas do país, disse que o CPIF, a medida de variação de preços preferida pelo banco central, caiu de 6,7% para 6,4%. Economistas consultados pela Bloomberg esperavam uma desaceleração para 6%. O CPIF-XE, que exclui o componente volátil de energia, caiu apenas de 8,2% para 8,1%, em um sinal de preços rígidos.

O declínio da inflação global foi impulsionado em parte pela queda da inflação de alimentos e dos preços mais baixos de roupas. Houve uma compensação adicional pela queda nos preços da eletricidade e dos combustíveis.

Francesco Pesole, estrategista cambial do ING Bank, disse que o fortalecimento da coroa sueca na semana passada deve aliviar as pressões inflacionárias ao reduzir os custos de importação. "A recuperação da coroa está oferecendo algum espaço para respirar para o Riksbank, mas as evidências de uma inflação persistente –combinadas com as expectativas de recuperação da inflação em longo prazo– sugerem que uma alta na reunião de setembro é bastante provável", disse ele.

A fraqueza da moeda sueca em relação ao dólar está por trás do aumento de preços dos hotéis provocado pelos shows de Beyoncé, já que seus fãs nos Estados Unidos aproveitaram os ingressos relativamente baratos para vê-la em Estocolmo

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