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Microapartamentos e comércio online impulsionam locação de box para 'guardar tudo'

Número de boxes para locação cresceu 16% entre 2021 e 2022

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São Paulo

A redução do tamanho dos imóveis e as vendas pela internet têm impulsionado a locação no setor de autoarmazenagem, boxes conhecidos como self storage, nas capitais brasileiras.

Segundo pesquisa feita pela Brain Inteligência Estratégica para a Asbrass (Associação Brasileira de Self Storage), o país ganhou cerca de 24 mil novos boxes de armazenamento de 2021 para 2022 —um crescimento de 16%, que está longe de atingir seu potencial.

A maior parte dos locatários são pessoas físicas que buscam os espaços para armazenar itens pessoais perto de onde moram, por motivos como mudança, reforma ou falta de espaço na nova residência. O ecommerce também trouxe pequenos empresários, que utilizam os espaços para estocar produtos.

Os boxes têm, no mínimo, 1 m² e são alugados mensalmente com valor médio a partir de R$ 80 em São Paulo.

"Se o cliente precisar de 500 m², por exemplo, ele pode alugar. O céu é o limite", afirma Luciano Montenegro de Menezes, vice-presidente do M3storage, que opera em sete países. No Brasil, a empresa fez parceria com fundos imobiliários para rentabilizar imóveis desocupados e abandonados.

Exemplo de espaço para armazenamento por locação em São Paulo - Rubens Cavallari/Folhapress

Podem ser guardados documentos, móveis, itens de decoração, coleções, vinhos, instrumentos musicais, entre outros. No geral, os contratos proíbem animais, armamento e líquidos inflamáveis.

Os objetos são assegurados e monitorados por câmeras de vigilância, controle de segurança e alarmes. O acesso ao depósito costuma ser 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana, para pegar ou retirar o que estiver guardado. Cada cliente determina o tempo de locação.

"O cliente de self storage é o que está em fase de mudança pessoal ou profissional, como casamento, chegada de filho, trabalho em outra cidade. Ele pode alugar por um mês ou sazonal", diz Menezes.

"Ter um local de armazenamento próximo de casa, com a flexibilidade de contratar e descontratar a hora que quiser, é um atrativo nas grandes cidades. Há uma mudança em relação ao melhor uso do espaço, da forma de morar. Onde tiver alto adensamento, como São Paulo, queremos estar", afirma o executivo.

Vemos que o mercado aquecido tem relação direta com o boom dos microapartamentos em São Paulo. Essas pessoas estão buscando espaços para armazenar os seus itens pessoais em localizações privilegiadas, perto das suas casas, e procuram serviços que fujam de formatos tradicionais de aluguel ​.

Mariane Wiederkehr

CEO do Guarde Aqui

O novo Plano Diretor de São Paulo também tem agitado o setor. Para Mariane Wiederkehr, CEO do Guarde Aqui —empresa com quase 11 mil clientes neste ano—, o aumento do adensamento populacional pela verticalização dos bairros da capital terá efeitos diretos no segmento.

"Em bairros como a Lapa, onde o Guarde Aqui tem unidade, o plano pode aumentar em até 160 vezes a área onde é permitido construir prédios mais altos", diz Mariane.

"Sentimos que as mudanças de hábitos aquecem o nosso mercado e facilitam a vida das pessoas, além de beneficiarem a sustentabilidade das grandes cidades, pois as unidades de self storage estão estrategicamente localizadas junto a regiões mais populosas, reduzindo a emissão de carbono com grandes deslocamentos."

No mercado desde 2020, a SmartStorage inaugura em agosto uma unidade enxuta, de 50 m², com foco nos moradores de estúdios em Perdizes, zona oeste da capital paulista. A operação é uma parceria com prédio comercial e misto. O objetivo é ter outras unidades similares na região, principalmente nas fachadas ativas.

"O mercado de self storage é visual. A pessoa precisa ver que tem um depósito perto dela, por onde ela passa, para a conveniência no seu dia a dia", afirma Luiz Cauduro, CEO da SmartStorage.

"Cada vez vemos mais players no setor, porque há uma demanda brasileira por depósito. Com a diminuição da metragem dos imóveis, a classe média perdeu espaço para guardar fotos, móveis de família, roupa de inverno, por exemplo. O depósito vira uma extensão da sua casa", diz o empresário.

O que é self storage

Envolve o aluguel de boxes privativos a partir de 1 m² para pessoas e empresas, onde é possível guardar móveis e objetos temporariamente ou por longos períodos

Como escolher

1. Pela localização

  • Optar por uma unidade de self storage localizada próxima de casa ou do escritório facilitará o acesso
  • Algumas empresas oferecem acesso 24 horas por dia, sete dias por semana

2. Itens de segurança

  • As instalações devem ter sistemas de vigilância por câmeras, controle de acesso, alarmes e iluminação adequada para garantir a proteção dos objetos armazenados
  • Algumas empresas podem oferecer seguro embutido no preço do aluguel, enquanto outras podem fornecer opções de seguro adicional

3. Limpeza e manutenção

O ideal antes de contratar o boxe é verificar se o local é limpo, dedetizado, protegido contra umidade e poeira, livre de infestações de pragas e risco de enchente

4. Tamanho da unidade

  • Em São Paulo, o metro quadrado para armazenamento custa em média R$ 80
  • É preciso considerar quais itens serão armazenados e se será necessário guardar outros no futuro
  • As empresas podem auxiliar na escolha do boxe, com simulações online
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