Quem é a chinesa que irá produzir elétricos na Bahia, entraves à reforma tributária e o que importa no mercado

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São Paulo

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O que emperra a reforma tributária

O maior entrave para a aprovação da reforma tributária na Câmara ainda nesta semana, como quer o presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL), está na oposição de alguns estados ao chamado Conselho Federativo.

Entenda: o órgão ficaria responsável pelo recolhimento e repasse a estados e municípios do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) –o imposto de valor agregado que irá substituir o ICMS estadual e o ISS municipal.

  • Como funciona hoje: parte do recolhimento dos tributos é feito no local da produção de bens e serviços.
  • Como a PEC prevê: o imposto passaria a ser recolhido onde há o consumo, e o Conselho Federativo faria o repasse das receitas devidas a cada ente da federação.

Por que alguns estados são contra? Os estados produtores querem manter o desenho atual, de tributação na origem, com a criação de câmara de compensação para repassar aos locais de consumo.

A oposição é liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que argumenta que a medida assegura maior autonomia e controle direto do estado sobre sua fonte de receita.

Meio-termo? A repórter Idiana Tomazelli mostra que o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da proposta na Câmara, estuda um texto que possa agradar aos dois lados.

Há, porém, resistências de especialistas e alguns estados, que apontam para um aumento de complexidade e problemas para cobrar créditos tributários.


Duelo de opiniões. Veja artigos produzidos por economistas com visões divergentes sobre o texto em análise no Congresso:

  • A favor: Reforma tributária resolve problemas crônicos de ineficiência.
  • Contra: Proposta de reforma tributária é das piores da história do Brasil.

Podcast: Ouça aqui o Café da Manhã desta terça (04), que discute as possibilidades de aprovação da proposta e o que ela pode significar para o país.


Chinesa fará elétricos na Bahia

A montadora chinesa BYD anunciou nesta terça a instalação de um complexo industrial para a produção de veículos elétricos em Camaçari (a 50 km de Salvador). O investimento será de R$ 3 bilhões.

  • O evento teve até dança dos executivos chineses durante apresentação dos grupos Olodum, Ilê Aiyê, Didá e Afrocidade (veja aqui).


Serão três fábricas:

  • Uma para produzir carros elétricos e híbridos, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano na primeira fase, podendo chegar a 300 mil unidades.
  • Outra para produzir chassis para ônibus e caminhões elétricos.
  • A terceira será para o processamento de lítio e ferro fosfato e atenderá ao mercado externo, usando a estrutura portuária da Bahia.

O pacote de benefícios fiscais oferecido pelo governo da Bahia à montadora chinesa inclui uma redução de 95% do ICMS. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) também disse que ficarão isentos de IPVA carros elétricos com valor até R$ 300 mil produzidos na Bahia.

A montadora: a BYD concorre com a Tesla no posto de maior fabricante de veículos elétricos no mundo. Entre seus investidores está a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett.

  • Na China, ela foi responsável por 38% das vendas de carros de "nova energia", categoria que também inclui os híbridos, de janeiro a maio deste ano.
  • A BYD entregou 900 mil carros no período, enquanto a Tesla, vice-líder do mercado no país, vendeu cerca de 200 mil.

O compacto elétrico Dolphin deverá ser o primeiro automóvel elétrico fabricado no Brasil pela marca chinesa.

Por enquanto importado, o modelo foi lançado no país dia 28 de junho por a partir de R$ 149,8 mil. Em quatro dias, foram 771 unidades vendidas, segundo a montadora.


Threads tem primeiro obstáculo

Dias antes do lançamento, previsto para a próxima quinta (6), a Meta já enfrenta um grande obstáculo para o Threads, a rede social criada para rivalizar com o Twitter.

O órgão de proteção de dados da União Europeia proibiu a companhia de lançar o app no território, segundo o jornal Independent.

A razão estaria nas permissões solicitadas aos usuários pela plataforma, que envolvem informações pessoais, financeiras e até dados de saúde e condicionamento físico.

Os dados de saúde seriam usados em prevenção de fraude, funcionamento do aplicativo e análise de informações, de acordo com a página do Threads na Play Store. A Meta ainda não tinha respondido aos pedidos de comentário até o fim desta terça.

O que sabemos sobre o Threads: considerada a maior ameaça ao Twitter sob comando de Elon Musk, a rede social será um "aplicativo baseado em conversas no formato de texto", com mensagens de até 500 caracteres.

Por que é a maior ameaça? O Threads larga na frente em relação a outros concorrentes do Twitter –Bluesky, Mastodon e Koo– por permitir que os usuários tragam para a plataforma seus contatos do Instagram, além do selo de verificação. A rede de fotos tem 2 bilhões de usuários ativos.

  • Isso sem considerar a expertise da Meta em redes sociais.

Para o Twitter, o timing não poderia ser pior. A rede do passarinho é alvo de críticas depois de Musk ter decidido limitar o número de publicações que podem ser visualizadas por usuários.


Homens voltam mais rápido do home office nos EUA

Os homens estão deixando o home office em um ritmo mais rápido do que as mulheres nos EUA, segundo dados de junho do BLS (agência de estatísticas do trabalho, na sigla em inglês).

Em números: em 2022, 41% das mulheres eram propensas a trabalhar de casa, enquanto a parcela dos homens era de 28%.

  • Um ano antes, o percentual delas era parecido (41,5%), enquanto o deles era maior (35,3%).

Ao mesmo tempo, as mulheres se dedicaram muito mais às atividades domésticas e ao cuidado dos filhos do que os homens.

  • 22% dos homens disseram ter feito algum trabalho doméstico, como limpeza ou lavar a roupa. A parcela de mulheres que disseram ter feito o mesmo é de 47%.

Outra pesquisa, essa do departamento de trabalho americano, mostrou que tanto os trabalhadores mais ricos quanto os com menores salários estão trabalhando mais de casa em relação á pré-pandemia.

Mostramos há duas semanas como as grandes empresas dos EUA quebram a cabeça para tentar atrair os trabalhadores a voltarem ao trabalho presencial, pelo menos por alguns dias.

Há as companhias que tentam pelo caminho do benefício, como a Salesforce, que prometeu doar US$ 10 para uma instituição de caridade local a cada dia que um funcionário aparecesse no trabalho em um período de duas semanas.

E têm as empresas que apelam para o bolso dos funcionários. É o caso de Google e instituições financeiras, que avisaram que a ausência do escritório seria levada em conta nas avaliações de desempenho internas.

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