Gargalos na produção dos óculos da Apple, cariocas criam seu índice Big Mac e o que importa no mercado

Leia edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (04)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (04). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:


Gargalos na produção do Vision Pro

A Apple tem enfrentado dificuldades no fornecimento de componentes para seus óculos Vision Pro, de realidade virtual e aumentada.

Os gargalos levaram a big tech americana a diminuir suas projeções internas de lançamento do produto, enquanto os planos para disponibilizar uma versão mais barata foram adiados, segundo o Financial Times.

O mais relevante produto anunciado pela companhia desde o Apple Watch, em 2014, foi apresentado no mês passado com previsão de ser lançado apenas no ano que vem, a um preço de US$ 3.500.

O que explica: os problemas para a produção em larga escala dos óculos estão principalmente nas telas do aparelho, segundo o jornal britânico.

  • São dois monitores micro-OLED –um para cada olho– e uma lente curva voltada para fora –que projetará os olhos do usuário. Essas peças são as mais caras do dispositivo.
  • Os monitores dos protótipos apresentados foram fornecidos pela Sony e pela fabricante de chips TSMC, e a Apple estaria insatisfeita com defeitos na produção.

A montagem dos aparelhos ficará centrada na chinesa Luxshare, que está está se preparando para fabricar menos de 400 mil unidades em 2024.

  • Como comparação, a Apple vendeu 1,4 milhão de iPhones no primeiro ano do smartphone no mercado.

Maior do mundo: o recente rali de ações de big techs nas Bolsas americanas fez com que a Apple atingisse, no fim da última semana, mais uma vez o patamar de US$ 3 trilhões em valor de mercado.

  • A avaliação já tinha sido alcançada em 2021, em época de euforia no mercado com as empresas de tecnologia.
  • No ano seguinte, muitas companhias tombaram com o início da alta de juros, mas a Apple acabou sendo a que menos recuou graças à resiliente demanda por seus produtos.

Frangão: o índice Big Mac dos cariocas

Tido como uma maneira de medir o poder de compra de cada país, o índice Big Mac, criado pela revista Economist, calcula se uma moeda está mais desvalorizada do que deveria em relação a outras com base no preço que o sanduíche do McDonald 's é vendido no território.

O Rio se inspirou nesse cálculo e criou uma versão local para medir o poder de compra das famílias dentro da cidade: o índice Frangão Carioca.

Entenda: feito pela prefeitura, o indicador calcula o preço médio da refeição em 190 estabelecimentos de 161 bairros do município, cruzando as estatísticas com a renda média em cada um dos locais.

  • A partir daí, estima-se quanto cada morador gasta do que entra no bolso para consumir um frango assado nesses endereços.
  • A escolha pela iguaria justifica-se pelo alimento ser um destaque na mesa da população local, especialmente nos finais de semana.

Em números: é no Jacarezinho, zona norte da cidade, onde o carioca mais gasta uma parcela de seu rendimento para comprar um frango assado, com 13,39% (preço do prato de R$ 54,29 dividido pela renda média de R$ 405,49 na comunidade).

Na outra ponta, o morador do bairro do Joá, na zona oeste, usa apenas 0,57% da renda (valor médio do frango de R$ 35,76 e ganhos dos moradores em R$ 6.239,50).


O que mudou no dia a dia da Americanas

Terminado o primeiro semestre em que a Americanas chocou o mercado com as tais "inconsistências contábeis" –que depois seriam admitidas como fraude–, a varejista apresentou números gerais sobre sua estrutura e outros resultados no período.

As informações são do relatório divulgado pelos administradores judiciais da varejista, a Preserva-Ação Administração Judicial e o Escritório de Advocacia Zveiter.

Em números:

  • Clientes: de 49,1 milhões em dezembro de 2022 para 44,2 milhões em maio de 2023, numa queda de aproximadamente 9,9%.
  • Lojas: 43 foram fechadas de janeiro de 2023 até 18 de junho, chegando a 1.837 unidades no país, um recuo de 2,3% no período.
  • Funcionários: o quadro foi reduzido em 8,5% (3.455 trabalhadores), saindo de 40.426 funcionários em 13 de março para 36.971 em 18 de junho.
  • Relação com fornecedores: o prazo de pagamento aos fabricantes recuou de 122 dias em dezembro para apenas quatro em maio.

↳ O alongamento do prazo junto a fabricantes esteve no centro da fraude envolvendo a varejista e é uma operação comum no varejo para a gestão de fluxo de caixa. Sem a confiança dos fornecedores, a Americanas perde essa ferramenta.


Apês compactos se espalham

A notícia do lançamento de casas populares com 15 metros quadrados em Campinas (SP) atraiu atenção para o modelo de microapartamento. Esse tipo de imóvel, com até 30 m², tem ganhado força nas capitais, principalmente nas regiões centrais.

  • Segundo Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário, a faixa de preço ficou entre R$ 240 mil a R$ 500 mil.

O que explica: é uma combinação entre a inflação nos preços dos imóveis com a mudança no estilo de vida nas metrópoles. As pessoas têm preferido morar perto do trabalho, mesmo tendo que viver em locais considerados apertados por muitos.

Nas grandes capitais, esse tipo de imóvel costuma ser o único cujo gasto não supera o percentual de 30% do comprometimento da renda familiar. O patamar é considerado como um limite por especialistas e entidades internacionais.

Como são as leis para tamanho de moradias em algumas capitais:

  • São Paulo: habitação deve ter pelo menos espaços destinados a repouso, estar, instalação sanitária e cozinha. A disposição desses cômodos deve ocorrer a partir de 8 m² em imóveis que não são de interesse social.
  • Rio de Janeiro: área mínima útil de 25 m², com exceção de varandas, terraços descobertos e bairros da zona sul e Grande Tijuca –nesses casos, o mínimo é de 35 m².
  • Brasília: 26 m² de área mínima para estúdios. Imóveis com um dormitório devem ter a partir de 32 m².
  • Belo Horizonte: área mínima de 24 m² para uma residência. A lei veda a construção de banheiros com porta que abre para o ambiente de preparo de alimentos.
  • Porto Alegre: limitação é de 18 m², "de forma que permita traçar, em seu piso, um círculo com diâmetro mínimo de 2,40 metros".
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.