Regras para aposta esportiva, Google e Microsoft falam sobre demanda por IA e o que importa no mercado

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São Paulo

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Bets reguladas

O governo publicou nesta terça (25) a MP (medida provisória) que regulamenta as apostas esportivas.

  • O tema ainda será alvo de um projeto de lei e de portarias e decretos, o que deve fazer com que as mudanças só comecem a valer no próximo ano, segundo o setor.

Veja como será a cobrança:

  • Para empresas: terão que repassar ao governo 18% sobre a receita obtida com os jogos (chamada de GGR, ou gross gaming revenue), já descontados os prêmios pagos aos jogadores.
  • Para apostadores: tributação de 30% de IR (Imposto de Renda) sobre os prêmios recebidos que ficarem acima da faixa de isenção de R$ 2.112.

O tamanho da alíquota cobrada sobre as bets, de 18%, veio após lobby do setor, mostra a coluna Painel S.A. No início das discussões, a cobrança considerada pelos técnicos do Ministério da Fazenda girava em torno de 50% sobre o GGR.

Representantes das empresas de apostas ouvidos pela BBC News Brasil, porém, reclamam que a taxa é elevada, considerando os outros impostos que passarão a ser pagos por esses sites, como PIS, Cofins, IR, CSLL e ISS.

Eles também terão que comprar uma licença para poder operar no país, que, como mostra a Folha, poderá ser flexibilizada como um aceno ao setor.

Montagem de elementos em cima de um celular que mostra um campo de futebol. Ao redor há uma mão selecionando moedas, uma tabela de jogos, um placar mostrando 2x0 e uma bola de cristal com uma bola de futebol dentro, junto com um gráfico
Ilustração Catarina Pignato


Em números: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevê uma arrecadação inicial em torno de R$ 2 bilhões, mas afirma que o setor tem potencial para gerar entre R$ 6 bilhões e R$ 12 bilhões por ano aos cofres do governo.

  • O texto prevê que o dinheiro arrecadado será destinado a áreas como segurança pública, educação básica, clubes e atletas, e ações sociais.

Por que bets valem e jogos de azar não? As apostas esportivas foram legalizadas em 2018, quando uma lei autorizou as apostas de quota fixa, ou seja aquelas em que o apostador sabe quanto pode ganhar no momento em que tenta a sorte –é o caso das bets.

Desde então, o mercado nacional espera por uma regulamentação, que é defendida pelas maiores empresas que atuam no setor.


Big techs só falam de IA, mas ainda lucram pouco com ela

Os resultados de Alphabet (dona do Google) e Microsoft, divulgados após o fechamento do mercado desta terça, eram esperados pelos analistas em razão das duas empresas serem as big techs que lideram a corrida da IA (inteligência artificial).

Enquanto a companhia fundada por Bill Gates é investidora da OpenAI, do ChatGPT, e integrou a ferramenta aos seus produtos, o Google já vinha pesquisando esse tipo de ferramenta e lançou o Bard há alguns meses.

Considerando o tamanho das duas empresas, as receitas diretas com IA são novas e pouco relevantes, mas o tema foi alvo de comentários dos executivos na apresentação dos resultados.

  • Sundar Pichai, CEO da Alphabet, disse que o novo mecanismo de buscas (Bard) está progredindo além das expectativas e que, no futuro, este será o jeito de fazer pesquisas.
  • Satya Nadella, CEO da Microsoft, disse que a empresa continua focada em liderar a transformação para IA. Sobre a cobrança nas versões corporativas do pacote Office integrado à ferramenta, lançada na semana passada, a empresa afirmou que o interesse visto até agora é robusto.

Os resultados:

Com demanda crescente em publicidade, o Google teve receita de US$ 74,6 bilhões no último trimestre, alta de 7% ano a ano e acima das expectativas dos analistas.

  • Destaque para o salto de 28% nas receitas com o segmento de nuvem, que tem papel importante na evolução da IA. As ações no pós-mercado avançaram quase 6%.

A Microsoft teve receita US$ 56,2 bilhões, levemente acima das expectativas do mercado. A receita com o setor de nuvem, porém, teve desaceleração e cresceu "apenas" 26% –no mesmo período do ano passado, a taxa de crescimento foi de 40%.

  • No pós-mercado, os papéis recuaram 3,70%.

Fintechs querem reduzir atraso em mensalidades

De olho no cenário de inadimplência que atinge os mais variados setores da economia brasileira, há fintechs que se especializaram em um segmento que aparece entre as prioridades das famílias: as escolas particulares.

É o caso de empresas como Educbank, Isaac e Sponte.

Como funciona: em troca de um percentual sobre o valor das mensalidades e, em alguns casos, um investimento inicial, essas fintechs garantem às escolas o pagamento em dia dos boletos. A cobrança então passa a ser feita junto aos pais.

  • A taxa cobrada das escolas varia de acordo com as características de cada instituição.
  • A Educbank, que espera transacionar R$ 1 bilhão neste ano, avalia indicadores como situação financeira, evasão de alunos, rotatividade de professor, reputação e qualidade acadêmica.

Ela e a Isaac, que foi comprada por US$ 150 milhões (R$ 741,2 milhões) pela gigante Arco no ano passado, também atuam com a oferta de crédito para as escolas, aproveitando a análise financeira que já fizeram das instituições.

Em números: no ano passado, 24% dos pais atrasaram o pagamento em ao menos 30 dias ou cancelaram a transação 30 dias após o vencimento das parcelas. O levantamento foi feito pela Sponte com 3.000 instituições de ensino.


FGTS vai distribuir R$ 12,7 bi de lucro

Dos R$ 12,848 bilhões de lucro apurados pelo FGTS no ano passado, 99% será distribuído aos trabalhadores, decidiu o Conselho Curador do fundo de garantia.

Em números: serão R$ 12,719 bilhões para os cotistas, que ganharão R$ 2,46 a cada R$ 100 do saldo que estava no fundo no dia 31 de dezembro de 2022.

  • Veja aqui uma tabela que simula quanto o trabalhador vai receber.

O rendimento em 2022 foi de 7,09%, abaixo da poupança, que rendeu 7,89%, mas acima da inflação, que foi de 5,79%.

  • Há no STF uma disputa acerca da forma de remuneração do fundo, e dois ministros já votaram a favor da adoção da poupança como remuneração básica.
  • O governo e o setor imobiliário são contra, porque dizem que a mudança irá afetar os contratos de financiamento feitos pelo FGTS.

Quem pode sacar: a distribuição do lucro entrará na conta de todos os trabalhadores que tinham saldo no último dia do ano passado, mas poderá ser sacada apenas nas situações previstas.

  • Entre elas, estão demissão sem justa causa, aposentadoria, compra da casa própria, doença grave ou para quem optou pelo saque-aniversário.

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